30 de novembro de 2009

Podcast - Rodada 14



Para conferir a classificação do campeonato, acesse o site oficial da Premier League.

Você também pode fazer o download deste podcast.

27 de novembro de 2009

Barba, cabelo e, especialmente, bigode

No futebol, metas coletivas vêm em primeiro lugar. A menos que os jogadores sigam uma espécie de Robinho Way of Life, para o qual a única coisa que realmente importa é ser o melhor do mundo. De todo jeito, um dos fatores que satisfazem o ego dos atacantes é, sem dúvida, ocupar o topo da artilharia nos mais diversos âmbitos. Assim, Ian James Rush não precisa reclamar de sua carreira no futebol.

Estamos falando de um dos grandes jogadores galeses de todos os tempos. Ele é simplesmente o maior artilheiro da seleção do País de Gales (28 gols), do Liverpool (346 gols) e do Merseyside Derby, o clássico entre Everton e Liverpool (25 gols). Um verdadeiro hat-trick para o sujeito do bigode mais bacana - embora ele não o tenha mantido após a aposentadoria - da história recente do futebol inglês.

Curiosamente, quando criança, Rush era um fervoroso torcedor do Everton. Algo um tanto comum, visto que Steve McManaman, Robbie Fowler e Jamie Carragher, alguns dos maiores símbolos contemporâneos dos Reds, passaram pela mesma situação durante a infância. Esse assunto, aliás, renova-se sempre que o clássico da terra dos Beatles está para acontecer. Fãs das duas equipes, que enfrentam profundas crises, mal podem esperar o próximo domingo para assistir a um potencial início de ressurreição na temporada.

Para tanto, o Liverpool adoraria poder contar com Ian Rush. Mas ele já encerrou sua carreira há nove anos. Durante suas 21 temporadas como profissional, o galês passou 15 em Anfield Road. Na primeira etapa como ídolo scouser, após o início no Chester City, o atacante viveu seu auge. Foram 224 partidas e incríveis 139 gols entre 1980 e 1987. Daí, como forma de reaproximação entre os Reds e a Juventus após a tragédia de Heysel, Rush partiu para um desafio no futebol italiano. Na Vecchia Signora, porém, ele acabou por decepcionar, marcando apenas sete gols em 29 jogos.

Mentalmente forte, Rush calou seus críticos italianos em junho de 1988. A dois anos da Copa na Itália, o atacante marcou o único gol da histórica vitória galesa num amistoso contra a Azzurra, em Brescia. O feito de Ian soou como uma demonstração de capacidade no momento de sua despedida do Calcio. Rush voltou para casa. Em sua segunda passagem pelo Liverpool, que durou oito anos, marcou 90 gols em 245 jogos.

A foto ao lado, que mostra uma homenagem de torcedores do Liverpool ao ídolo através do uso de bigodes postiços, prova a importância de Rush para os Reds. Em 100 players who shook the Kop, uma espécie ranking popular dos maiores jogadores da história do clube, o galês ficou atrás apenas do escocês Kenny Dalglish - chamado de King Kenny pelos scousers - e do atual capitão, Steven Gerrard.

Nos últimos quatro anos de carreira, Rush passou discretamente pelos ingleses Leeds, Newcastle, Sheffield United e Wrexham e o australiano Sydney Olympic. Entretanto, sua marca no Liverpool é muito mais forte do que qualquer outro fator em sua trajetória. Afinal, seus gols ajudaram os Reds em cinco conquistas no Campeonato Inglês e duas na antiga Copa Europeia. Por isso, os torcedores celebram tanto o desempenho de Fernando Torres no clube, um alento após a aposentadoria de Ian Rush, a decadência de Robbie Fowler e a decepção com Michael Owen.



Imagens: IC Network, Blogs/Warwick

Observação: a mudança para um layout mais simples deve-se aos problemas por que passamos com o modelo anterior. Obrigado pela compreensão.

25 de novembro de 2009

Rock 'n Roll

Futebol e música são duas das paixões mundiais. No Brasil, o pagode chama a atenção dos jogadores, e a recíproca é verdadeira. Na Inglaterra, o esporte cativa os responsáveis por um som mais pesado e de sucesso por todas as partes do mundo. Muitos roqueiros britânicos demonstram sua paixão por determinados clubes da Premier League.

A banda The Who, dos anos 60, que tem uma simpatia pelo Arsenal, é representada pelo seu vocalista, Roger Daltrey. Como apaixonado pelo clube londrino, tinha de ser Daltrey a prestar homenagem ao clube na última partida disputada na antiga casa dos Gunners, o Highbury. O vocalista interpretou uma canção para o clube chamada "Highbury Highs". E não é apenas The Who que tem integrantes fãs do futebol do Arsenal. David Gilmour, guitarrista do Pink Floyd, e Jhonny Rotten, vocalista do Sex Pistols, também são ilustres torcedores da equipe de Arsène Wenger. Roger Glover, baixista do Deed Purple, é mais um fã do clube vermelho de Londres.

Os britânicos do Iron Maiden também se destacam quando o assunto é futebol. Talvez o roqueiro mais "futebolista" seja o baixista Steve Harris, que chegou a jogar pelas categorias de base do seu clube do coração, o West Ham. O Newcastle United busca no Iron um fã de seu futebol: Janick Gers. O Tottenham também tem uma contribuição na torcida: Dave Murray. O guitarrista Adrian Smith torce pelo poderoso Manchester United. Bruce Dickson, o vocalista, também é um amante do futebol, mas tem sua paixão fora da terra da rainha: o Glasgow Rangers.

Os Blues de Abramovich têm também seu fã clube do metal: Jimmy Page, guitarrista do Led Zeppelin. A banda dos anos 70 possui ainda um torcedor do Wolverhampton, Robert Plant - o vocalista. Ele divide a torcida com Glen Hughes, que cedeu seu talento a Deep Purple e Black Sabbath. Esta banda tem suas atenções voltadas para a cidade de Birmingham, sua terra de origem. A paixão do baixista e do vocalista (Geezer Butler e Ozzy Osbourn, respectivamente) é o Aston Villa, clube que chegou a ter seu nome envolvido em especulações de compra por Butler, que logo desmentiu o boato.

O modesto Queens Parks Rangers (atualmente na segunda divisão) também tem em sua torcida um membro do Deed Purple: Ian Gillan, vocalista. Outro integrante do Deed que também faz questão de demonstrar sua paixão é o tecladista Don Airey, torcedor do Sunderland.

O lado azul de Manchester conta com a força dos irmãos Liam e Noel Gallagher, do Oasis. Apaixonados pelo City, não deixaram passar em branco nem mesmo a recusa de Kaká em fazer parte da equipe. Em show realizado em Milão dedicaram a música Don't Look Back in Anger (Não olhe para trás com raiva) ao craque brasileiro.

Apesar de não ser um roqueiro como os demais, um ilustre cantor fanático por futebol não poderia ficar de fora dessa lista: Elton John. Fã do Watford, Elton tornou-se proprietário do clube em 1976, tornando-se uma espécie de presidente vitalício. A paixão continua, mas divergências com os administradores o fizeram renunciar ao cargo.

Para encerar esse papo sobre a paixão dos roqueiros britâncios pelo futebol, não poderia deixar de falar do maior nome de todos os tempos do rock mundial: The Beatles. Em meio a diversas versões sobre o clube que teria conquistado os garotos de Liverpool, não é possível afirmar se Everton ou Liverpool têm sua preferência. Mas o que realmente importa é que os ídolos do mundo do rock também se renderam ao charme e à força do futebol inglês. Assim, a Premier League segue conquistando cada vez mais fãs, famosos ou anônimos, mas todos apaixonados pelo melhor campeonato de futebol do planeta.

23 de novembro de 2009

Podcast - Rodada 13

Podcast Ortodoxo e Moderno"






Participação especial: Breiller Pires, do Rola Blog.

Roteiro:
- Comentários relativos a todos os jogos da décima-terceira rodada
- Balanço do primeiro terço da competição, com a contribuição de Breiller Pires.

Para conferir a classificação do campeonato, acesse o site oficial da Premier League.

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20 de novembro de 2009

The Human Wall

Bradley Howard Friedel, ou simplesmente Brad Friedel. nasceu no dia 18 de maio de 1971. O goleiro norte-americano de 38 anos é considerado por muitos velho demais para o futebol. Contrariando essas pessoas, Friedel é recordista em número de partidas consecutivas pela Premier League.

Praticou esportes como futebol, basquete e tênis em sua adolescência. Iniciou como futebolista jogando de atacante, mas foi mesmo no gol que se destacou. Jogando pela Universidade da Califórnia - UCLA, foi eleito o melhor goleiro dos Estados Unidos em 1991 e 1992. O bom desempenho o fez sair cedo da UCLA e partir para o futebol profissional.

Tentou iniciar a carreira jogando pelo Nottingham Forest, mas foi impedido por não obter a licença de trabalho britânica. Assim, assinou contrato com a Federação de Futebol dos Estados Unidos para ser atleta exclusivo do time nacional e, em 1994, participou da Copa do Mundo disputada em seu país.

Após o fim da competição, partiu em busca de um clube e passou a integrar o Newcastle United como atleta universitário - já que não obteve a licença mais uma vez. Depois, partiu para a Dinamarca para jogar pelo Brondby IF. Após vários meses jogando pelo clube voltou ao seu país para se preparar com sua seleção para a Copa América de 1995.

Terminada a Copa América, rumou novamente para a Inglaterra e tentou atuar pelo Sunderland, quando teve novamente a licença negada. Foi parar então no Galatasaray, da Turquia, onde jogou até julho de 1996, quando se transferiu para o Columbus Crew, de sua terra natal. Pelo Columbus, foi eleito o melhor goleiro da temporada de 1997 e fez parte do MLS Best XI.

Já consolidado como o grande goleiro do país, alçou novos voos e, enfim portando a licença para trabalhar no Reino Unido, foi para Liverpool, jogar pelos Reds, estreando no dia 28 de fevereiro do 1998. Após três temporadas e 30 jogos na terra dos Beatles e com duas Taça UEFA disputadas, acabou por amargar a reserva e transferir-se gratuitamente em novembro de 2000 para o Blackburn Rovers, time pelo qual jogou mais tempo.

Com atuações seguras e de alto nível, ajudou os Rovers a conquistarem o acesso à Premier League e por lá permanecerem. Friedeu obteve o título de Homem do Jogo na partida final da Liga em 2002 frente ao Tottenham. Outro exemplo de sua competência está o elogio recebido do treinador Gordon Strachan, também em 2002, que o comparou ao Superman: "Eu não ficaria surpreso se, quando ele tirar sua camisa, houver outra azul com um 'S' por trás dela", afirmou.

O goleiro seguiu jogando em altíssimo nível e foi eleito na temporada 2002/03 para a seleção do campeonato. As boas atuações lhe renderam mais uma participação em Copa do Mundo, em 2002.

Depois de renovar contrato com o Blackburn em duas ocasiões, em 2006 e 2008, declarando amor ao clube, acertou com o Aston Villa, pelo qual tem jogando e quebrado recordes. No dia 31 de outubro de 2009, atingiu a marca de 200 partidas consecutivas pela Premier League e se tornou o jogador com o maior número de jogos seguidos pela competição. Agora, ele já soma 201 aparições em sequência.

Pela seleção nacional, Fiedel disputou três Copas do Mundo e 82 partidas ao todo e recebeu o apelido dos torcedores: The Human Wall (a muralha humana)! Anunciou sua aposentadoria da seleção em 7 de fevereiro de 2005.

Aos 38 anos de idade, Friedel continua em ótima forma e mostra que, apesar da idade, é capaz de seguir fazendo a diferença em campo e ajudando o Villa a fixar maiores objetivos nessa temporada.

18 de novembro de 2009

Conheça o Tyne-Wear derby

Escolher o maior clássico de um país pode não ser fácil. Especialmente quando pensamos no exemplo inglês. O site Football Derbies, especializado em dados e análises a respeito dos grandes embates do futebol mundial, dispõe em tabelas as maiores rivalidades da Inglaterra. Para a surpresa de muitos, a classificação indica que, mesmo sendo um encontro regional, o grande clássico da nação é o Tyne-Wear derby, ou simplesmente Newcastle United x Sunderland.

Por que não Manchester United x Liverpool, o confronto que reúne mais títulos, ou mesmo West Ham x Millwall, derby londrino que, infelizmente, costuma acabar em confusão entre as torcidas? A resposta, a princípio banal, é que futebol também é cultura. Ora, o grande clássico de Glasgow, entre Celtic e Rangers, é considerado por muitos o mais intenso do globo - no conceito do Football Derbies, é o terceiro. Vários dos motivos são alheios ao futebol. Estamos falando de uma rivalidade que polariza o esporte no país e, ainda, envolve questões religiosas.

No caso do Tyne-Wear, entra em jogo a competição entre as cidades, do norte da Inglaterra. A distância entre Newcastle upon Tyne e Sunderland é de apenas 10km. Ainda no século XVII, quando da Guerra Civil Inglesa, comerciantes das duas praças entraram em choque por conta da contestada supremacia do grupo de Newcastle. O embate virou assunto político, de maneira que os protestos advindos de Sunderland foram um dos vários catalisadores da formação do parlamento inglês. As hostilidades aumentaram anos depois, quando a Revolução Industrial acirrou a disputa entre os centros.

No futebol, os dois conjuntos convivem com um equilíbrio histórico. O Newcastle foi quatro vezes campeão inglês (a última em 1927), enquanto o Sunderland ficou com o título em seis oportunidades (a última em 1936). Em contrapartida, a vantagem nos confrontos diretos é dos Magpies (pegas, aves semelhantes ao corvo, que simbolizam o Newcastle), que têm 51 vitórias contra 45 dos Black Cats (gatos pretos, símbolo do Sunderland). Houve ainda 44 empates.

Curiosamente, ao contrário do que acontece na rivalidade entre Liverpool e Manchester United, não há fronteiras rígidas dividindo os clubes no que concerne a transferências de jogadores. Incríveis 56 atletas já passaram pelos dois clubes. Os mais recentes e famosos são o goleiro irlandês Shay Given, o meio-campista Lee Clark e os atacantes Andrew Cole, Michael Bridges e Michael Chopra.

Na temporada 1995/96, um episódio inusitado marcou a história do clássico. O Sunderland havia sido, pela primeira vez, promovido à Premier League - em vigor desde 1992. Em virtude da antiquada estrutura do Roker Park, à época estádio do Sunderland, propôs-se que os torcedores do Newcastle fossem proibidos de assistir ao clássico na casa dos Black Cats. Na última hora, um acordo entre a cúpula do Sunderland e a polícia local determinou que mil adeptos dos Magpies poderiam comparecer ao palco. Entretanto, sentindo-se humilhado com a situação, o Newcastle rejeitou a medida.

E respondeu a ela. Freddie Fletcher, então presidente do Newcastle, pôs a boca no trombone. "A situação de Roker Park não é nosso problema. Culpem o Sunderland, não a nós", esbravejou. Em reação à medida, Fletcher decidiu proibir que os torcedores dos Black Cats fossem ao moderno St. James Park no segundo turno. Revoltados, adeptos dos dois clubes uniram-se pedindo o fim das proibições. A iniciativa obteve sucesso, mas ficou claro que o encerramento da polêmica teve muito mais relação com a mudança do Sunderland em 1997 para o Stadium of Light, quinto maior do país, do que com qualquer apelo popular.

Ao contrário do que viu nos cenários da década de 90 e no início dos anos 2000, o Sunderland está melhor do que o Newcastle. Mesmo montando equipes em tese competitivas, garimpando nomes como Michael Owen, os Magpies entraram num colapso que culminou no desastroso rebaixamento ao Championship na temporada passada. Ao menos, o Newcastle lidera a competição após 16 rodadas. Os Black Cats, por sua vez, vivem bom momento financeiro, o que permitiu ao clube a contratação de vários jogadores intensamente disputados no mercado, como Darren Bent, Lee Cattermole e Lorik Cana. Não por acaso, o conjunto ocupa a oitava colocação na Premier League.

Você assiste agora a um vídeo referente a Newcastle 2 x 0 Sunderland (dois gols de Michael Owen), em 2008. Trata-se da FanZone, iniciativa promovida pela Premier League que abre espaço à narração das partidas por bem-humorados torcedores.



Imagens: Sustransshop, Zimbio

16 de novembro de 2009

13 de novembro de 2009

Vestibular no Oriente Médio

A Inglaterra enfrenta o Brasil no sábado (13) em amistoso sediado pela cidade de Doha, no Catar. Quem esperava uma prévia de um dos potenciais grandes duelos da próxima Copa do Mundo certamente está decepcionado. Afinal, a partida será, antes de tudo, uma grande oportunidade para Dunga e Fabio Capello testarem jogadores que podem integrar os grupos que vão à África do Sul em 2010.

Ainda mais no caso do English Team, que não terá seis titulares: Glen Johnson, Rio Ferdinand, Ashley Cole, Steven Gerrard, Frank Lampard e Aaron Lennon, como bem me lembrou o Rafael Oliveira. Por isso, os personagens de hoje são os atletas que ainda lutam por um lugar na Copa do Mundo, muitos dos quais farão seu "vestibular" no amistoso diante do Brasil.

O onze inicial inglês que se imagina é o seguinte: Joe Hart; Brown, Terry, Lescott, Bridge; Wright-Phillips, Carrick, Barry, Young; Rooney, Defoe. Destes, parecem-me garantidos na Copa apenas seis, curiosamente as duplas centrais: Terry-Lescott, Carrick-Barry e Rooney-Defoe. Os outros nomes ainda têm o que provar a Fabio Capello.

Joe Hart (foto 1) talvez não jogue em Doha. Ben Foster e Robert Green, os outros goleiros convocados, são mais experientes e frequentemente utilizados. Mesmo assim, seria muito pertinente a escalação do jovem goleiro do Manchester City, emprestado ao Birmingham. Ainda que tenha 22 anos, Hart é o goleiro inglês com mais potencial. Capello pode não se sentir seguro para utilizá-lo como titular na Copa. Mas sua presença na África do Sul pode ser importante para a formação de um grande nome para a posição na Inglaterra, após sucessivas decepções.

Os laterais provavelmente titulares no amistoso estão muito longe de empolgar. Apesar disso, Wes Brown, que também pode atuar no miolo da defesa, está muito perto da Copa. Glen Johnson, do Liverpool, é a primeira opção. As outras parecem cartas fora do baralho. São os casos de Micah Richards, que tem sido reserva do argentino Pablo Zabaleta no Manchester City, e de Luke Young, do Aston Villa, que recusou a convocação após o corte de Johnson.

Outrora intocável reserva de Ashley Cole, Wayne Bridge já tem seu posto ameaçado. Suas atuações burocráticas no Manchester City abrem espaço a outros valores, a exemplo de Stephen Warnock, do Aston Villa, que foi convocado para enfrentar o Brasil, e do jovem Kieran Gibbs, do Arsenal, que agradou aos críticos quando jogou nesta temporada. Humildemente, porém, penso que a alternativa a Cole deveria ser Leighton Baines, do Everton, até então ignorado por Capello.

Os dois wingers só não estão garantidos por conta da excessiva concorrência: Beckham, Lennon, Walcott, Joe Cole etc.. Shaun Wright Phillips (Manchester City) e Ashley Young (foto 2, Aston Villa) são os principais jogadores de suas equipes. Isso mesmo. As atuações do primeiro têm ofuscado quase todas as outras estrelas dos Sky Blues, que, apáticas, ainda não responderam ao investimento do clube. Aqui, refiro-me, inclusive, a Gareth Barry. Young, por sua vez, é o elemento mais técnico do Villa. Muito rápido, habilidoso e batendo bem na bola, penso que ele seja imprescindível ao grupo do English Team. Mas talvez Capello ainda não pense assim.

Situação curiosa também é a dos atacantes. Rooney e Defoe, como dito, têm presença assegurada na Copa. As outras duas vagas são objeto de desejo - realista - de pelo menos seis nomes. Peter Crouch, Carlton Cole, Emile Heskey (fundamentalmente "trombadores"), Bent, Agbonlahor e Owen (mais leves, rápidos) são os candidatos.

Hoje, Crouch e Owen são os merecedores dos postos, acredito. Este é o maior artilheiro em atividade da seleção e tem sido muito útil ao Manchester United; aquele oferece um estilo de jogo diferente ao time, sem que haja um déficit técnico. Porém, vale lembrar: Capello já disse que convocará apenas jogadores que estiverem 100% fisicamente. Por isso e por nunca ter sido chamado pelo italiano, Owen ainda está distante do objetivo. Darren Bent, do Sunderland, que pode enfrentar o Brasil, seria uma boa opção, nesse caso.

Atualização às 12h06min: O capitão John Terry também pode desfalcar a Inglaterra amanhã. Caso o zagueiro do Chelsea não jogue, o capitão do English Team será Wayne Rooney, do Manchester United.

Imagens: Sporting Life, Team Talk

11 de novembro de 2009

Enfim, ao vivo

O pioneirismo no futebol que forneceu a base para que o esporte se tornasse o mais querido do mundo não poderia deixar que ocorresse em outro lugar a primeira transmissão ao vivo de uma partida de futebol pelo rádio.

Em 22 de janeiro de 1927, essa fenomenal mídia que surgia levou aos lares ingleses, pela voz do Sr. HBT Wakelam (foto 2) direto das arquibancadas, a partida entre Sheffield United e Arsenal, pela Liga Inglesa. O placar de 1 a 1 foi acompanhado por milhares de pessoas que não poderiam estar presentes no estádio e acompanhavam as partidas de suas casas. Era um fato que marcaria definitivamente o futebol.

O problema era que os retrógrados dirigentes da FA tinham medo dos efeitos dessas transmissões e proibiram que elas ocorressem.

Mas não tinha como evitar a revolução e, mesmo tendo fracassado a transmissão da final da Liga em 1929, um jornal interligou por linha terrestre o estádio de Wembley, onde seria o jogo, aos estádios de Bolton e Portsmouth, que fariam a final. Como resultado desse projeto, ficou claro que as transmissões pelo rádio se tornariam populares. Ao todo foram 50 mil pessoas ouvindo os comentários de George Allison pelos auto-falantes do Southsea Commom, em Portsmouth, e 12 mil no campo do Bolton.

A partida entre Sheffield United e Arsenal marcou a revolução do futebol com as transmissões pelo rádio se espalhando pelo mundo e levando a emoção para milhares de possas pelo mundo, como aconteceu já nos Jogos Olímpicos de 1928, na partida entre Argentina e Uruguai.

É por momentos como esse e tantos outros marcantes para a história do futebol mundial que o futebol inglês é tão apaixonante e atrai cada vez mais fãs. A ortodoxia dos ingleses quase colocou fim a essa revolução no país, mas o talento para implantar a modernidade fez mais uma vez do futebol da Inglaterra o principal palco desse esporte.

Infelizmente o áudio da primeira transmissão há muito tempo foi perdido!

9 de novembro de 2009

Podcast "Ortodoxo e Moderno" - Rodada 12

Podcast "Ortodoxo e Moderno"






Para conferir a classificação do campeonato, acesse o site oficial da Premier League.

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Na próxima semana, não há rodada da Premier League. Mesmo assim, o podcast será publicado. Em pauta, o amistoso entre Brasil e Inglaterra.

6 de novembro de 2009

TERRYfic

Dificilmente se vê um zagueiro ocupando um lugar de destaque na mídia. Com um dos salários mais altos da Premier League, John George Terry, o capitão do Chelsea, merece espaço no Ortodoxo e Moderno.

Nascido em Londres, no dia 7 de Dezembro de 1980, Terry começou nas categorias de base do West Ham e, aos 14 anos, transferiu-se para o Chelsea. Jogou inicialmente como meio-campista, mas a falta de jogadores de defesa e seu porte físico o fizeram mudar de posição.

Estreou pelos Blues em outubro de 1998, quando a equipe era comandada por Gianluca Vialli. Em seus primeiros anos como profissional, fez apenas duas partidas pela equipe principal, ao lado de grandes nomes como Gianfranco Zola, Marcel Desailly e Didier Deschamps. Ainda jovem e inexperiente, foi emprestado ao Nottingham Forest em 2000. Fez seis partidas pelo novo clube e , ainda em 2000, voltou para casa para não sair mais de lá.

Em 2001, foi eleito a revelação de sua equipe na temporada e se firmou na grupo principal. Já na temporada seguinte, foi fundamental em boas campanhas do Chelsea, como o quarto lugar na Premier League e o caminho às finais da Copa da Inglaterra. Com apenas 22 anos, jogou 50 partidas em toda a temporada.

Na época 2003/2004, agora com Abramovich como dono do clube, marcou três gols e ajudou a equipe a conquistar a segunda colocação no campeonato, elevando o Chelsea de vez ao patamar dos grandes no futebol da Terra da Rainha. O bom desempenho fez com que Terry garantisse seu lugar na Seleção Inglesa.

Em 2004, após a saída do francês Desailly, herdou o posto de capitão da equipe e conquistou seu primeiro título na Premier League, levando também o prêmio de Melhor Defensor da Liga dos Campeões da UEFA e de Jogador Inglês do Ano, além do título da Copa da Liga Inglesa. Sem dúvida, uma temporada para colocar o jogador na lista dos grandes nomes do futebol mundial.

Cada vez mais em alta no clube e em todo o mundo do futebol, na temporada 2005/2006 Terry ajudou sua equipe a levar o segundo caneco consecutivo do Campeonato Inglês e chegar às semifinais da Liga dos Campeões. O camisa 26 foi eleito em 2006 o Jogador do ano do Chelsea e estabeleceu-se definitivamente entre os melhores do mundo.

Na temporada 2006/2007, o capitão do Chelsea e da Seleção Inglesa seguiu jogando em alto nível e conquistou a Copa da Inglaterra e a Copa da Liga. Na final desta, um susto de Terry nos torcedores: no segundo tempo da partida contra o Arsenal, após um cruzamento à área, ele levou um chute na cabeça - dado por Diaby -, caiu desacordado e foi levado direto para o hospital. Felizmente, não sofreu nada mais grave e, na mesma semana, voltou aos gramados.

A temporada seguinte tinha tudo para ser a mais brilhante para o jogador dos Blues. Excelente desempenho em campo, ótima forma física e boas campanhas da equipe. Tinha! Terry viu o Manchester United vencer o Campeonato Inglês e a Liga dos Campeões, após a decisão contra o Chelsea. Mas o pior não foi perder os títulos. O capitão, depois de uma partida perfeita na final, errou a última cobrança de pênalti, dando a vitória ao rival. Para muitos, seria o fim de seu ciclo no clube, mas o talento de Terry prevaleceu e o fez permanecer no posto de grande líder do time.



Pela seleção nacional, Terry jogou desde as categorias inferiores. Sua primeira convocação para a principal foi em Março de 2003, chamado por Sven Göran Eriksson. Porém, sua estréia foi somente em junho, contra Sérvia e Montenegro. Fez parte da equipe que disputou a Euro 2004, disputou a Copa do Mundo de 2006 e integrou a boa seleção que decepcionou na Euro 2008. Capitão desde o fim da Copa de 2006, integra a seleção classificada para a Copa do Mundo de 2010 e contribui para que os ingleses sejam um dos favoritos à conquista da competição. Pela equipe nacional são 58 partidas e 6 gols.

No início desta temporada, Terry esteve envolvido em especulações acerca de uma eventual transferência para o Manchester City em uma transação milionária: 82,5 milhões de dólares, mais 21,5 milhões anuais de salários. Recebeu um aumento do Chelsea (não nos padrões oferecidos pelo City) e a promessa de uma equipe competitiva, que o fizeram seguir como capitão e ídolo dos Blues.

Força, garra e talento marcam o futebol desse zagueiro que é hoje um dos maiores nomes do futebol mundial e o melhor defensor do planeta.