22 de fevereiro de 2012

Ainda existe um fio de esperança


Por: Felipe Ferreira (@felipepf13)


Todos sabiam que a visita do Chelsea a Nápoles seria complicada e de que sair de lá com um resultado positivo seria maior ainda. Contudo, todos sabiam que os Blues tem um time com nomes interessantes e capacidade para jogar de maneira equilibrada contra o Napoli, todavia, a má fase vivida pelo time londrino impede que tal fato se realize e retrata a grande bagunça do time de André Villas-Boas tanto em situação tática quanto em situação interna. Com isso tudo, o resultado do jogo não poderia ser outra se não uma vitória dos italianos, que venceram pela confortável vantagem de 3 a 1.

Comparado as mais recentes atuações, os Blues até que não foram extremamente mal, mas foram mal, isso tem que se ressaltar. O time não tomou o mesmo baile que o Arsenal tomou do Milan, aliás, os comandados de Villas-Boas estiveram perto de surpreender quando, mesmo jogando mal, conseguiu abrir o placar com Mata após uma erro grotesco de Paolo Cannavaro.

Porém, apesar da vantagem, o Chelsea jogava de maneira desorganizada. A opção por deixar Frank Lampard foi tomada erroneamente, visto que Ramires e Raúl Meirelles não conseguiam ajudar totalmente a defesa, deixando claro que um homem a mais no meio-campo que pudesse voltar para auxiliar na marcação seria algo interessante. Sem contar que o meia inglês fornece um toque de classe ao meio-campo que desequilibra. Mas, Villas-Boas optou por Malouda que não sabia ao certo o que fazer e mais atrapalhou do que ajudou.

Mesmo com uma defesa que demorou a se encaixar no jogo, o Napoli deixou claro desde o início de que tinha plenas condições de vencer os ingleses de maneira tranquila, ainda mais impulsionado pela sua fanática torcida. Hamsik não apareceu tanto para o jogo, deixando trabalho de decisão para Cavani e Lavezzi que se aproveitaram dos mais diversos erros da defesa do Chelsea, principalmente do destemperamento da dupla de zaga David Luiz e Gary Cahill. Deu espaço para o uruguaio e argentino, é só lamento como diz a linguagem popular e foi assim que o Napoli conseguiu a virada de maneira tranquila, ressaltando quem mandava no jogo.

A derrota não veio de maneira tão desgrenhada como foi o Arsenal contra o Milan. O gol fora de casa foi algo importante. E, mesmo jogando um futebol apático e pouco eficiente, além de que se tem um forte adversário, o Chelsea ainda vê um fio de esperança para buscar um resultado positivo no jogo de volta em Stamford Bridge. Podendo assim, dar uma amenizada na turbulenta situação interna, além de poder garantir André Villas-Boas por mais um tempo podendo comandar os Blues.

6 de janeiro de 2012

Bale sem Lennon está para Romeu sem Julieta

Muitas pessoas, principalmente as que acompanham poucos jogos da Premier League, estão surpresas com a grande campanha que faz o Tottenham na temporada 2011/2012. Na campanha passada, os Spurs conquistaram 62 pontos, ficaram na 5ª colocação e por conta disso o time não disputa a atual edição da UEFA Champions League. Aliás, o desempenho na UEFA Europa League foi pífio e a eliminação, precoce — porém, bem-vinda, pois o objetivo do time desde o princípio era se livrar desta competição que não interessava tanto para poder dar mais atenção ao campeonato nacional.


O próprio escritor deste post não apostava em uma sequência tão boa da equipe comandada por Harry Redknapp, que obteve 31 pontos de 33 possíveis entre a 4ª e a 14ª rodada. As duas derrotas iniciais foram totalmente aceitáveis: afinal, o time londrino enfrentou a dupla de Manchester, que começou a temporada embaladíssima. Porém, será que alguém parou para pensar quais são os pilares do Tottenham Hotspur Football Club?


Bale e Lennon são peças fundamentais para os Spurs. O camisa 3 ficou de fora de apenas de um jogo (vitória por 1 a 0 sobre o Sunderland em casa na 16ª rodada), marcou 7 gols e deu 7 assistências. O camisa 7 marcou presença em apenas 10 partidas (contusões impedem que ele tenha sequência), mas já anotou 2 gols e deu 3 passes decisivos. O Tottenham deixou de marcar apenas na estreia, quando perdeu por 3 a 0 para o Manchester United. Nos outros 18 jogos, 36 gols foram anotados.


Eles são bons, né? Entretanto, na maioria das vezes só funcionam bem quando jogam juntos. Basta olhar para os últimos cinco jogos da equipe na EPL:


Tottenham 1-0 Sunderland - apenas Lennon esteve em campo. Resultado: vitória apertada com gol de Pavlyuchenko em assistência de Van Der Vaart.


Tottenham 1-1 Chelsea - apenas Bale esteve em campo. Resultado: empate em um jogo onde o Chelsea dominou o 2º tempo e mereceu sair vencedor.


Norwich 0-2 Tottenham - apenas Bale esteve em campo. Resultado: vitória confortável com atuação brilhante de Bale. Os gols saíram em jogadas pelo meio.


Swansea 1-1 Tottenham - apenas Bale esteve em campo. Resultado: empate em mais um jogo onde o time não fez nada no 2º tempo e foi engolido pelo adversário.


Tottenham 1-0 West Bromwich - apenas Bale esteve em campo. Resultado: vitória apertada, onde os Spurs fizeram o gol e dormiram em campo. Faltou competência ao WBA para empatar.


Falta ao Tottenham um outro winger no elenco. Walker e Ekotto são jogadores no máximo bem razoáveis em termos ofensivos — nunca se sabe quando eles vão arrebentar ou não. Foi uma coisa ridícula ver o time tentando atacar pelo meio contra o West Bromwich, sendo que o adversário estava totalmente fechado. Bale foi o único jogador de lado de campo escalado no meio-campo e a equipe da casa não tinha a alternativa de pressionar pelas laterais. Numa das raras vezes em que isso aconteceu, saiu o gol, no 2º tempo, através de Defoe.


O Tottenham não pode jogar com Van Der Vaart improvisado pela ponta, porém não há ninguém no elenco, exceto Lennon e Bale, para fazer a função. Pelo bem da equipe, ao menos um jogador da posição tem que ser contratado nesta janela de transferências. Giovanni dos Santos e Rose são ponteiros, mas não atuam com frequência. As pernas de Lennon não estão aguentando e Bale provavelmente não conseguirá disputar as outras 19 partidas.

28 de dezembro de 2011

O principal problema do Newcastle não se chama Copa da África




O Newcastle venceu na última segunda-feira o Bolton no Reebok Stadium por 2 a 0 e quebrou um jejum de quase 2 meses e 6 jogos sem vitória (o último triunfo havia sido diante do Everton na 11º rodada — 2 a 1 no St. James Park). Os Magpies foram a 30 pontos e possuem boas chances de chegar à zona dos times que se classificam para a UEFA Champions League, principalmente se considerarmos que os seus concorrentes – Chelsea, Arsenal e Liverpool – tropeçam demais ao longo da Premier League. Porém, para isso o alvinegro do Norte precisa se reforçar em um setor, e diferente do que muitos pensam este não é o ataque.

É fato que Demba Ba foi essencial e decisivo em várias partidas, como contra o Stoke City, na qual fez os três gols na vitória por 3 a 1. Mas se a solução fosse apenas ele, o time não ficaria tanto tempo sem vencer. O francês naturalizado senegalês marcou 14 dos 25 gols do Newcastle no campeonato e esteve em campo nestes 6 jogos sem êxito. A maior dificuldade está sendo arrumar um substituto para Steve Taylor, que provavelmente só voltará a campo na próxima temporada.

Perch entrou em seu lugar, mas não apresenta o mesmo nível de atuações, tanto que Williamson ganhou uma oportunidade contra o Bolton. O camisa 6 pode até agarrar o posto e formar dupla com Coloccini, mas não deve responder à altura. Alan Pardew pode aproveitar a janela que abrirá dentro de alguns dias e solicitar a contratação de mais um defensor, para garantir que não faltarão opções até maio.

Quanto à lateral-esquerda, Ryan Taylor cria muito mais jogadas do que Santon. Nem é preciso avaliar a qualidade técnica do italiano; afinal, se fosse bem na Internazionale, porque não continuou na equipe de Milão? O corpo do meio campo está bem formado, ainda mais com o retorno de Tiotè. Ele se juntou a Cabaye, Obertan e Jonas Gutiérrez e compuseram a segunda linha de quatro no último jogo; na minha visão, formam a melhor combinação possível no atual elenco dos Magpies.

Já em relação ao ataque, Demba Ba se ausentará em janeiro por causa da Copa da África, a qual disputará por Senegal. Não é uma tragédia, pois Shola Ameobi e Ben Arfa, jogando um pouco mais adiantado, são capazes de substituí-lo. E assim caminhará o Newcastle para o início de 2012, buscando uma vaga para a UEFA Champions League da próxima temporada. A vitória diante do 19º colocado não pode ser desvalorizada, o Bolton vinha animado após fazer 2 a 1 sobre o Blackburn. Os Magpies podem surpreender muita gente se jogarem tudo o que sabem.

27 de dezembro de 2011

Mario Balotelli dando diversão ao chato mundo do futebol


Por: Felipe Ferreira (@felipepf13)

Não a como negar que o mundo do futebol está ficando cada vez mais chato. Tomando proporções pragmáticas, os jogadores não podem demonstrar um pouco de irreverência e/ou fazer algumas loucuras que a imprensa já os condena. Acabando por obrigá-los a seguir uma certa noção de comportamento, como se os atletas fossem robôs e não jogadores de futebol.

Contudo, um jogador vem mudando tal estigma e dando graça ao mundo do futebol. Este é o mais do que irreverente Mario Balotelli, irreverente pra uns, polêmico pra outros, idiota para muitos e gênio para poucos.

O italiano, que chegou em 2010 ao Manchester City, coleciona atitudes, no mínimo, estranhas. A última delas é mais do que curiosa. Super Mario pagou uma rodada de 1000 libras pra toda a galera no bar e depois de tal atitude, foi a igreja. Comum? É óbvio que não.

No Natal, o italiano saiu vestido de Papai Noel pelas ruas de Manchester distribuindo dinheiro para moradores de rua. Mostrando que apesar de tantas loucuras, tem bom coração.

Se não bastasse estas atitudes, Mario sempre se mostra em posição marrenta, chegando até mesmo a dizer que apenas Messi era melhor que ele. Sem contar o fato de ter ido visitar um hospital com seus companheiros em um dia e no outro ter saído no tapa com Micah Richards em um treino.

Em meio a todas estas ações, o atacante do Manchester City ainda arranja tempo para desrespeitar ordens de Roberto Mancini. Entre estes desrespeitos, vale ressaltar o fato dele ter tentado um gol de letra quando era pra ter chutado em um amistoso de pré-temporada, além de certa vez ter desacatado o técnico italiano ao deixar a concentração para jantar com seus amigos e dançar em uma boate.

Por fim, uma das mais marcantes. No clássico do dia 23 de outubro, em que o City enfiou 6 a 1 no United, o jogador fez dois gols e ao comemorar um dos gols (seu primeiro), ergueu sua camiseta e em baixo havia outra peça de roupa com a inscrição: "Why Always Me?" (Por que sempre eu?), isto, em alusão aos problemas que arrumava e acaba por levar a culpa, sem contar o fato de estar sempre estar marcando gols e querer colocar sua tradicional marra em campo.

Ainda se deve citar o fato de Balotelli ter incendiado sua casa após soltar rojões dentro dela, ter sido flagrado traindo sua namorada. De fato, um jogador MUITO diferente dos demais.

Bem, Mario Balotelli pode ter muitos defeitos e fazer muitas loucuras, porém, vem em uma boa fase e é importante para seu time. Além de que, ele merece uma salva de palmas por não seguir a noção de comportamento, manter seu jeito louco e irreverente. E tudo isso faz com que todos os amantes de futebol se divirtam no chato mundo futebolístico.

22 de dezembro de 2011

O buraco é mais embaixo...


Por: Felipe Ferreira (@felipepf13)

Antes de ver os investidores indianos chegarem ao clube por meio da empresa Venky, o Blackburn nunca foi um time brilhante, porém, não decepcionava seu torcedor, que viu a equipe chegar as semifinais tanto da Carling Cup como da FA Cup, sem contar que os Rovers sempre estavam na parte de cima da tabela brigando por uma vaga nas competições europeias, conquistando uma vaga três vezes nos últimos cinco anos.

Contudo, no dia 19 de novembro de 2010, a coisa começou a mudar em Ewood Park. Os indianos da empresa especializada em produtos farmacêuticos, além da produção de carne de frango, compraram o clube e mostraram que o sofrimento do torcedor do Blackburn não seria pequeno. 

Não tardou para que a primeira  decisão polêmica fosse tomada e Sam Allardyce acabou demitido. Steve Kean assumiu a equipe e a coisa piorou. Acostumado a terminar ao menos no top 10, os Rovers foram obrigados a se contentar com o inexpressivo 15° lugar ao fim da temporada 2010-2011.

Para a temporada 2011-2012, a confiança recaída sobre a equipe não era dos melhores. Com um técnico limitado (Steve Kean) e um elenco sem muitas alterações em relação ao da última temporada, a promessa de que a empresa Venky levaria o time ao topo da tabela parecia não acontecer e a realidade foi totalmente oposta.

Não conseguindo se encontrar desde o início do campeonato, o Blackburn já se encontra a três jogos sem vencer e a mais recente atuação contra o Bolton, que culminou em derrota de 2 a 1 e o ganho da lanterna da Premier League, mostrou que realmente as coisas estão uma bagunça e os enormes protestos da torcida são inevitáveis.

Steve Kean é limitado, não é nenhum salvador, de fato, não seria o homem ideal a levar para o topo do tabela. O treinador trabalha de acordo com sua capacidade, sem contar que os recursos oferecidos e o que ele tem em mão não possuem enorme qualidade, e, neste fato, a culpa recai sobre os donos do clube, que nunca se convenceram de que o escocês não era o homem certo para assumir o clube, além do fato de bons nomes a serem contratados é uma utopia, já que para essa essa temporada apenas inexpressivas promessas foram contratadas, ou seja, acima de tudo o elenco precisa ser melhorado.

Demitir Kean? Sim, é um fato compreensível. Mas, o buraco é mais embaixo, consertar a bagunça interna que o clube vive desde a chegada da Venky e melhorar o plantel podem fazer com que o torcedor dos Rovers volte a ter paz com seu time.

2 de dezembro de 2011

Os problemas do Chelsea de André Villas-Boas

Contratado a peso de ouro, o técnico André Villas-Boas não conseguiu repetir no Chelsea o sucesso e o jogo eficiente que teve no Porto

Por: Felipe Ferreira (@felipepf13)

Quando contratado no início da temporada por nada mais nada menos que 15 milhões de euros, sob o salário de 5 milhões de euros anuais, o torcedor do Chelsea acreditou que a chegada do técnico André Villas-Boas ao time de Stamford Bridge, ainda mais após o português ter tido uma esplendorosa temporada frente ao Porto, tinha muito a somar ao time e render uma crescente enorme. Porém, as expectativas não atenderam e até mesmo a queda do treinador já foi especulada.

Desde que assumiu os Blues, Villas-Boas treinou a equipe em 21 jogos, nestes, obteve 11 vitórias, 4 empates e 6 derrotas, se não bastasse isso, os torcedores convivem com as  ruins e irregulares atuação da equipe, que cambaleia na Premier League, já caiu fora da Carling Cup e encontra diversas dificuldades na UEFA Champions League. De fato, tal temporada é de longe um mar de rosas para o torcedor do Chelsea, mas uma coisa é muito bom ressaltar, o buraco não é tão superficial assim e o time já se vê com dificuldades em todos os setores.

A defesa é o setor mais preocupante. Jogadas 13 partidas na Premier League, os comandados de André Villas-Boas já sofreram 17 gols. Na temporada 2004/05, ano em que Mourinho conquistou o campeonato nacional, o Chelsea deteve a marca de apenas 15 gols contras, mostrando que a fama de sólida defesa não é mais a mesma.

Os problemas defensivos nessa temporada vão muito da dupla de zaga, Terry e David Luiz, não exprimem extrema confiança, sem contar as falhas de ambos, que vão desde a saída de bola (problema de Terry) até as saídas constantes ao ataque (problema de David Luiz). A lateral-direita segue como uma incógnita, muito em função de que um nome de confiança não foi encontrado até hoje, na esquerda, Ashley Cole não é mais o "porto-seguro" que demonstrava ser de seus primórdios em Stamford Bridge.

Sem Essien, o Chelsea tem opções de sobra para usar na condição de volantes, mas, poucos, demonstram a mesma tranquilidade do ganês, sem contar o fato de que nenhum deles encontra facilidade na criação de jogo, restando o trabalho para o irregular Frank Lampard, que vem oscilando muito, novamente. Mata consegue encaixar uma boa sequência de jogos, mas não se mostra em condições de ser a maior referência no meio-campo. Malouda perdeu espaço desde a chegada de Villas-Boas e vem a ser mais uma carta fora do baralho. Somado a tudo isso, vem o fato de que o treinador português ainda não encontrou a maneira ideal de armar tal setor.

O ataque é o que menos preocupa, mas também vem a causar dor de cabeça no técnico que ganhou tudo com o Porto na última temporada. Daniel Sturridge, após ter tido uma boa passagem por empréstimo pelo Bolton, ganhou espaço, não vem decepcionando e é um dos poucos que se salvam em uma equipe tão pouco elogiada. A incógnita é o parceiro de Sturridge, Torres nunca convenceu, porém, segue sendo o queridinho de Villas-Boas, já Drogba, mesmo com números superiores, vem esquentando o banco e pode acabar até mesmo por deixar a equipe, pelo fato do português ter certo receio em lançar dois atacantes de força. As demais opções são Kalou, que é de longe um brilhante atacante, o insatisfeito Anelka e o jovem Lukaku.

O buraco do Chelsea pode ser mais embaixo. Por ainda não ter conquistado a diretoria e a torcida, muito em função de não ter correspondido o seu alto salário, André Villas-Boas vem sendo ameaçado e, mesmo dizendo que deve seguir até o fim da temporada, a sombra de Gus Hiddink vem seguindo o português, que caso não venha a convencer, não demorará a ser sacrificado.

24 de novembro de 2011

Parou no tempo


O sucesso no futebol é temporário. O craque de hoje é o passado amanhã. As equipes de sucesso também não duram muito tempo, a não ser que vivam se renovando taticamente e melhorando tecnicamente. Para isso, a maior parte do elenco tem de ser jovem, como o Barcelona de Pep Guardiola. Se essa juventude não está presente, os nomes têm de mudar. Ficar preso aos velhos craques faz com que seu time ande para trás e perca espaço frente aos concorrentes.

É exatamente isso que vem acontecendo com o Chelsea. Potência financeira desde que o russo Roman Abramovich assumiu o clube, os Blues estão na quinta colocação da Premier League, a nove pontos de distancia para o líder Manchester City. Na Champions League, depois de perder para o Bayer Leverkusen nesta quarta-feira (23), fará um jogo decisivo contra o Valência na luta pela segunda colocação do grupo E.

Apesar de muitos apontarem o novo técnico André Villas Boas como o principal culpado, não dessa forma. Grande parte do elenco que atuava sob o comando de José Mourinho permanece no clube e, por força natural do tempo, não está mais no auge de suas carreiras. Nesse exemplo se enquadram Cech, Ashley Cole, Terry, Essien (constantemente machucado), Lampard (foto), Malouda, Anelka (que chegou com Hiddink) e Drogba.

A esses, somam-se Ivanovic, Mikel, Alex, Ramires e Raul Meireles, bons jogadores que podem fazer parte do elenco mas não tem qualidade para serem protagonistas. Bosingwa e Kalou são exceções e já deviam ter ido embora há muito tempo.

E qual foi a renovação dos últimos anos? Quase nada. Além de Meireles, chegaram Mata,David Luiz e Fernando Torres, enquanto o jovem Sturridge ganhou espaço entre os mais experientes. A única contratação de impacto foi o espanhol Mata. David Luiz pode ser um dos principais zagueiros da Liga, mas ainda tem alguns pontos para evoluir. Torres parece que desaprendeu a jogar futebol e Sturridge demonstra ter muita qualidade, mas ainda é uma aposta.

Pela força do elenco, o Chelsea tem tudo para ficar entre os quatro primeiros da Premier League e ser um adversário duro no mata-mata da Champions League. Porém, para ser campeão de um destes torneios, precisa de jogadores acima da média e no auge de seus rendimentos. Isso, atualmente, o Chelsea não tem. Enquanto a renovação não desembarcar em Stanford Bridge, os Blues serão coadjuvantes. Riquíssimos coadjuvantes.