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2 de novembro de 2011

Um hat-trick aqui, uma cabeçada ali e Demba Ba vai se consagrando

Com hat-tricks importantes e oportunismo no jogo aéreo, o atacante Demba Ba vai se consagrando como um dos grandes destaques do surpreendente Newcastle

Demba Ba chegou ao Newcastle em ritmo lento após ter feito grande sucesso em uma passagem pelo West Ham. No entanto, o senegalês naturalizado francês vai se transformando em uma peça-fundamental dos Magpies e tem tudo para crescer ainda mais dentro do time.

Prejudicado no início por rumores que davam conta do islâmico Demba Ba estar sendo prejudicado por passar pelo jejum do Ramadã (mês sagrado da religião muçulmana), o jogador calou muitos críticos quando anotou um hat-trick na vitória sobre o Blackburn, depois, deixou sua marca em dois jogos consecutivos contra Tottenham e Wolverhampton, ficou sem marcar contra o Wigan, para voltar a se consagrar com um hat-trick no triunfo sobre o Stoke. 

Resumindo, desde que marcou seu primeiro gol (hat-trick contra os Rovers), Demba Ba anotou 8 gols em 5 jogos, média de 1,6 por jogo.

Se não bastasse esta grande marca que o atacante pode ainda aumentar, outro número impressiona. Em 6 cabeçadas que cabeceou no gol, o jogador marcou 4 gols. Ressaltando o oportunismo e frieza do atacante.

O Newcastle já se vê a 10 jogos invictos e na 3ª colocação da Premier League, se Demba Ba seguir nessa grande fase e não arrumar confusão querendo sair do clube (como fez em sua passagem pelo Hoffenheim), os Magpies terão uma grande contribuição para seguir postulando o status de maior surpresa dessa temporada.

Por: Felipe Ferreira (@felipepf13)

29 de setembro de 2011

Newcastle surpreende e é o intruso entre os primeiros da Premier League


Após voltar a Premier League na temporada 2010/2011, o Newcastle terminou em 12 º lugar, uma campanha média para o tamanho do time, mas aceitável para um clube que havia acabado de subir de divisão. Entretanto, a equipe, que já havia vendido Andy Carroll, sua grande estrela, para o Liverpool, perdeu nada menos do que os seus três principais jogadores.

O lateral José Henrique seguiu o caminho de Carroll e foi para o Liverpool. O capitão Kevin Nolan se transferiu para o West Ham e irá jogar a segunda divisão. Descontente com essas perdas, Joey Barton criticou a diretoria publicamente e foi parar no Queens Park Rangers. Fracasso total e nova briga pelo rebaixamento? Longe disso. A equipe surpreende neste início de temporada e está na quarta colocação.

Em seis jogos, foram três vitórias e três empates. Com apenas três gols sofridos, o Newcastle tem a melhor defesa da Premier League. O setor não foi alterado em relação a última temporada. O holandês Tim Krul é o goleiro. Simpson atua na lateral-direita, Coloccini e Steven Taylor fazem a dupla de zaga e Ryan Taylor assumiu a lateral-esquerda. O italiano David Santon, que surgiu bem na Inter de Milão e depois decepcionou, pode ser boa opção para as duas laterais quando se recuperar de lesão.

A grande mudança aconteceu no meio campo. Quem faz a proteção da zaga é o marfinense Tiote. Apesar de viril em muitas jogadas, o atleta faz muito bem a função de marcação. Ao lado dele, o francês Cabaye, campeão com o Lille na última temporada, organiza o time e dá qualidade no toque de bola.

Jonás Gutierrez e Obertan são os wingers. O argentino, apesar de não ter muita qualidade técnica, é muito forte e veloz. Já Obertan, que chegou do Manchester United, é habilidoso e pode ter uma melhor sequência no time alvinegro.

Na frente, a grande contratação foi Demba Ba, que já havia sido um dos poucos que se salvou no rebaixamento do West Ham. No último domingo, ele marcou os três gols da vitória sobre o Blackburn. O centroavante titular é o jovem Best, que disputa posição com Ameobi. Entre os dois não há muita diferença. São jogadores fortes, de presença na área e pouca qualidade técnica.

O normal é que o Newcastle caia de rendimento e desça até a metade da tabela. Porém, com um bom meio campo e um ritmo de jogo muito forte, não deve brigar contra o rebaixamento, o que não deixa de ser supreendente.

20 de agosto de 2011

Resumo dos jogos deste sábado da segunda rodada da Premier League

A segunda rodada da Premier League foi iniciada neste sábado com seis jogos. Confira o resumo de cada uma das partidas.

Sunderland 0x1 Newcastle



No duelo que abriu a jornada, o Sunderland começou melhor e atacou o Newcastle. Jogando em casa, no Stadium of Lights, os Black Cats criaram chances, principalmente com Sessegnon e Larsson, mas a bola não entrou, ora por Krul defendendo, outrora pela bola tirada em cima da linha por Barton, supostamente com o braço. O árbitro Howard Webb mandou seguir. Preso na defesa no primeiro tempo, os Magpies se arrumaram na etapa final e conseguiram organizar mais jogadas de ataque. E foi o Newcastle que abriu o marcador com Ryan Taylor, de falta, aos 17 minutos. O técnico Steve Bruce mexeu rapidamente no Sunderland, mas não adiantou nada e viu seu time perder em casa o clássico do nordeste inglês (chamado de Tyne-Wear Derby).

Arsenal 0x2 Liverpool


O primeiro clássico de times grandes da temporada teve desfecho ruim para o Arsenal, que perdeu por 2x0, mesmo jogando no Emirates Stadium. O time até que foi bem, criou algumas oportunidades, com Frimpong e Nasri (um dos poucos que se salvaram das vaias), mas também se expôs ao contra-ataque. Carroll e Adam davam trabalho à Szczesny. No segundo tempo, os Gunners tiveram boa chance com Van Persie, mas Reina salvou. Perto do fim, o Arsenal levou o castigo. O primeiro gol dos Reds foi de Ramsey, contra, após falha generalizada da defesa; e o segundo foi de Suárez, que tocou pras redes sem goleiro. A fraca atuação dos londrinos fizeram a torcida vaiar o time no final do jogo. Para o Liverpool, a vitória levou a equipe para quatro pontos em dois jogos.

Swansea 0x0 Wigan


Na primeira partida do Swansea como mandante na Premier League, o time não saiu do zero contra o Wigan. Mas o jogo não foi tão ruim como o resultado sugere. No primeiro tempo, os Cisnes tiveram a iniciativa e o Wigan se fechava, explorando o contra-ataque. O placar não foi aberto porque o Swansea teve incompetência na hora da finalização. Nos 45 minutos finais, o duelo foi mais equilibrado e o Wigan poderia ter vencido em um pênalti, mas Watson perdeu, quando bateu e Vorm defendeu. É o primeiro ponto dos Cisnes na volta à primeira divisão. Já os visitantes foram para o segundo empate em dois jogos.

Everton 0x1 QPR


A estreia do Everton (não jogou na primeira rodada diante o Tottenham devido aos ataques em Londres) não foi das melhores. O QPR foi ao Goodison Park mordido pela goleada sofrida na primeira rodada (4x0 do Bolton) e foi determinado a tentar pontuar. E aos 30 minutos, o time conseguiu isso, com Tommy Smith, que fez 1x0. Na etapa final, os Toffes pressionaram desesperadamente, mas sem sucesso. Os Rangers se recuperam da humilhação de sábado passado e conquistam seus três primeiros pontos na Premier League.

Aston Villa 3x1 Blackburn


Aproveitando a fragilidade do adversário, o Aston Villa venceu com tranquilidade o Blackburn por 3x1, no Villa Park. Agbonlahor e Emile Heskey colocaram o Villa com 2x0 de vantagem no primeiro tempo. O Blackburn não conseguia sair para o jogo e tomou ainda mais sufoco. Na etapa final até conseguiu diminuir com Pedersen, mas logo levou o terceiro, com Darren Bent. Com isso, o Aston Villa foi para quatro pontos. Já o Blackburn segura a lanterna, com ainda nenhum ponto.

Chelsea 2x1 West Bromwich


Na partida que fechou o sábado, o Chelsea, a duras penas, venceu o West Bromwich por 2x1, em Stamford Bridge. Mas o resultado apertado foi o de menos para o técnico André Villas-Boas, que venceu oficialmente seu primeiro jogo pelos Blues. No primeiro tempo o WBA logo abriu o placar, com Long, depois de Ramires errar passe no meio-campo. O Chelsea esbarrou no meio-campo do adversário, devido a forte marcação que o WBA tinha. Na etapa final, os londrinos mudaram de atitude e empataram com Anelka, aos 8. Porém, o West Bromwich também assustava com Scharner. Fernando Torres, apagado, deu lugar a Drogba, e isso fez os Blues melhorarem ainda mais no poder ofensivo, tanto que, aos 38 minutos, Malouda empurrou para as redes, após jogada de Bosignwa, definindo a vitória do Chelsea, que foi para quatro pontos na Premier League. Os Baggies seguem sem ganhar, com duas derrotas.

A rodada será completada neste domingo com Wolves x Fulham, Norwich x Stoke City e Bolton x Manchester City. Na segunda-feira, Manchester United x Tottenham se enfrentam no Old Trafford.

Por: Márcio Donizete (@marciodonizete)

13 de agosto de 2011

Resumo dos jogos de sábado da primeira rodada da Premier League

Neste sábado foi dado o início da Premier League 2011-12. Estaremos analisando os primeiros* jogos da rodada.

Blackburn 1x2 Wolverhampton


No confronto em Ewood Park, Blackburn e Wolves fizeram um jogo razoável. No primeiro tempo, quem abriu o placar foi o estreante Formica, mas pouco depois o Wolves tratou de empatar a partida com Fletcher. Já na segunda etapa, no rebote de uma cobrança errada de Doyle, Ward deu números finais à partida. Foi uma partida bem parelha, com chance para ambos os lados, domínio maior do Wolves no primeiro tempo, e no segundo o Blackburn que buscou mais o jogo. Ambos possuem time para ficar no meio da tabela. Na próxima rodada o Blackburn enfrentará o Aston Villa fora de casa, enquanto o Wolves recebe o Fulham.

Fulham 0x0 Aston Villa


O jogo em Londres, no “caldeirão” Craven Cottage não foi muito empolgante. Com cara de início de temporada mesmo. Poucas chances, que os excelentes goleiros Schwarzer e Given souberam defender. A partida também contou com algumas estreias, pelo lado do Fulham: Martin Jol (técnico) e John Arne Riise (lateral); pelo lado do Villa: Alex McLeish (técnico), Shay Given (goleiro) e Charles N’Zogbia (winger). Dois times que têm qualidade para brigar por uma vaga na Europa League, mas precisam melhorar muito ainda. Na próxima rodada, o Fulham enfrentará o Wolves fora de casa, enquanto o Aston Villa recebe o Blackburn.

Liverpool 1x1 Sunderland


No jogo em Anfield, talvez o melhor da rodada. Muita expectativa para ambos os times, que movimentaram bastante o mercado da bola. Cada tempo um time dominou. O primeiro foi todo do Liverpool, pressionando bastante os Black Cats, mostrando valer todo o dinheiro gasto. Mas não souberam aproveitar as chances que tiveram, Suárez perdeu um pênalti, mas depois numa cobrança de falta batida por Adam ele desviou de cabeça. Aliás, bom primeiro tempo dos estreantes, Charlie Adam (pelos passes quase perfeitos), Stewart Downing (pela movimentação junto à Suárez) e José Enrique (pela solidez defensiva), porém Jordan Henderson foi mal (mal posicionado também). No segundo tempo, o Liverpool voltou totalmente fora de ritmo, parecia cansado, diferente do Sunderland que foi com tudo pra cima dos Reds. E numa falha da defesa vermelha, os Black Cats chegaram ao gol, e que gol, um belo voleio de Larsson. Há muito trabalho a ser feito por Kenny Dalglish e Steve Bruce, o Liverpool é candidato direto ao título, enquanto o Sunderland pode ser capaz de surpreender e ficar na frente de equipes como Arsenal e Tottenham. Na próxima rodada, o Liverpool vai até o Emirates Stadium enfrentar o Arsenal, enquanto o Sunderland recebe o Newcastle.

QPR 0x4 Bolton


A partida entre QPR e Bolton no Loftus Road foi bem interessante, foi ao lado de Liverpool 1x1 Sunderland o melhor jogo de sábado. O estreante QPR não levou muita sorte (definitivamente, o veterano Dyer sofreu outra lesão), jogou até bem no primeiro tempo, mas não soube aproveitar as chances que teve. Diferente do Bolton, que marcou nos acréscimos com Cahill (que deve sair do time em breve, rumo ao Arsenal ou Liverpool). No segundo tempo, aí sim, domínio total do Bolton. O time de Coyle fez três gols em 12 minutos, matando o QPR. Apesar do placar elástico sofrido, o QPR tem um time que dá para ficar no meio da tabela, já o Bolton briga por uma vaguinha na Europa League. Na próxima rodada o QPR vai até Liverpool enfrentar o Everton, enquanto o Bolton recebe o Manchester City.

Wigan 1x1 Norwich


No DW Stadium, jogo fraco tecnicamente, até porque ambos os times irão brigar para não cair. No primeiro tempo, Watson (Wigan) é quem inaugurou o placar, numa cobrança de pênalti. E nos acréscimos Hoolahan, após falha bisonha da defesa do Wigan, principalmente do goleirão Al Habsi, empatou a partida. No segundo tempo, times pouco criaram, e o jogo ficou no empate mesmo. Na próxima rodada, o Wigan vai até o País de Gales enfrentar o Swansea, enquanto o Norwich recebe o Stoke.

Newcastle 0x0 Arsenal


E no último jogo de sábado, uma partida bem fraca, sabendo da qualidade dos elencos. O jogo ficou marcado por uma confusão entre Gervinho e Barton. No primeiro tempo, pouca movimentação das equipes, o time da casa não conseguia criar, já o Arsenal ficava muito dependente das jogadas de Gervinho, que foi inclusive muito bem, mas não o bastante para ajudar a abrir o placar. No segundo tempo, o Newcastle passou a ter mais chances, enquanto o Arsenal ainda não se encontrava em campo. A segunda etapa aliás foi marcada por uma confusão. Gervinho simulou um pênalti na área, onde o árbitro não marcou, só que os jogadores do Newcastle partiram pra cima do marfinense, entre eles o que adora confusão, Barton, que chegou a trocar algumas agressões com o winger do Arsenal. Depois da confusão, o árbitro expulsou Gervinho e deu apenas um amarelo para Barton. O Arsenal sentiu bastante a falta da qualidade técnica de Nasri e Fàbregas, é um problema a ser trabalhado por Wenger. Já o Newcastle, falta aquele homem que chame mais a responsabilidade, um que desequilibre a partida. Na próxima rodada o Newcastle irá enfrentar o Sunderland fora de casa, enquanto o Arsenal receberá o Liverpool em casa.

*Lembrando que a partida entre Tottenham e Everton foi adiada, devido a onde de violência que vem ocorrendo na Inglaterra.

Neste domingo, teremos mais dois jogos: Stoke x Chelsea e West Bromwich x Manchester United. Manchester City e Swansea jogam na segunda.

Por Arthur Barcelos (@arthurbarcelos_)

Alan Shearer: O maior artilheiro da Premier League

Sem nunca ter jogado por um gigante do futebol inglês, Alan Shearer se destacou pelo Newcastle, onde atuou por 10 anos

Atacante alto, forte, técnico, grande habilidade no jogo aéreo e chutes potentes. Essas são algumas das qualidades de Alan Shearer, que sem dúvida entra na lista dos melhores jogadores ingleses da última década.

Formado na base do Southampton, o prodígio garoto não demorou para ser integrado ao elenco profissional da equipe. 

Chegando ao clube em 1986, então com 16 anos, Shearer treinaria por 2 anos com o time de juniores para no fim da temporada 1987/1988 fazer sua estreia pela equipe principal do Southampton.

Foram apenas 5 jogos, porém um deles foi especialíssimo e mostrou toda a capacidade. Na vitória por 4 a 2 sobre o Arsenal, o ainda jovem atacante anotou um hat-trick, ganhando admiração e o recorde de jogador mais jovem a fazer tal feito.

As temporadas foram passando e Alan Shearer crescendo. Sem marcar muitos gols, o jogador usava de toda sua força e técnica para criar boas jogadas, logo, ganhou a admiração da torcida ao fazer uma notória dupla de ataque com Matt Le Tissier.

Em todo o tempo que ficou no Southampton, sua temporada mais fantástica foi a de 1991/1992, quando conseguiu marcar 13 gols em 41 jogos, rendendo convocação para as seleções de base da Inglaterra e interesses de outros clubes. Tanto que acabou se transferindo para o Blackburn, deixando os Saints após ter feito 118 jogos e 23 gols.

Mesmo sob o interesse do Manchester United, Alan Shearer acabou por se transferir para o Blackburn, em transferência que movimentou 3, 3 milhões de libras.

Em sua primeira temporada com os Rovers (1992/1993), o atacante se machucou seriamente, em um grande momento, anotando 16 gols em 21 jogos da temporada.

Recuperado da lesão, o jogador voltou com tudo na temporada 1993/1994. Participando de quase todos os jogos, Shearer foi um dos grandes destaques do Blackburn, que acabou vice-campeão na Premier League. Com 31 gols em 40 jogos, o atacante acabou por ser eleito o melhor jogador do futebol inglês pela associação dos jornalistas.

Se a temporada 1993/1994 foi excelente, a de 1994/1995 foi fantástica. Com a chegada de Chris Sutton, Alan Shearer voltou a protagonizar outra parceria épica, sem deixar de brilhar individualmente e muito. Com 34 gols na Premier League, o atacante foi artilheiro da competição e comandou os Rovers em uma brilhante campanha que culminou no título do campeonato nacional. Por fim, Shearer foi eleito pela federação inglesa, o melhor jogador da temporada.

Para a temporada 1995/1996, o Blackburn não conseguiu fazer uma boa campanha, ficando apenas na 7ª colocação, já o homem-gol da equipe voltou a se destacar, terminando mais uma vez a Premier League como artilheiro, dessa vez com 31 gols.

O sonho estava realizado. Após uma passagem brilhante pelo Blackburn (112 gols em 138 jogos), Alan Shearer se transferiu para seu clube favorito desde sua infância: o Newcastle. De quebra, o treinador da equipe era o ex-jogador Kevin Keagan, maior ídolo de Shearer.

Em sua primeira temporada com o Newcastle (1996/1997), Alan Shearer foi muito bem, marcou 25 gols, sendo novamente artilheiro da Premier League e eleito o melhor jogador da temporada.

As temporadas seguintes de Shearer foram tenebrosas. Com diversas lesões, o atacante não conseguiu emplacar uma boa sequência de jogos, nem muito menos voltar a fazer gols aos montes, como de costume.

Nos Magpies, não conseguiu conquistar títulos. Mas pelo nomes e alguns jogos dignos de gênio, Alan Shearer veio a ser um dos maiores ídolos do clube, mesmo não conquistando tudo o que esperava.

Cercado de lesões, aos 36 anos, Alan Shearer encerrou sua carreira em um amistoso realizado entre Newcastle e Celtic, realizado em 11 de maio de 2006. Novamente machucado, o atacante não participou mas deu o pontapé inicial da partida, deixando na memória do torcedor do Newcastle todos os 303 jogos e 148 gols que fez em quase 10 anos de clube.

Alan Shearer emplacou boas atuações e gols também na seleção inglesa. Convocado pela primeira vez em 1990, quando foi chamado para a equipe sub-21, o atacante não tardou a se destacar, porém teve seus problemas.

As lesões o atrapalharam bastante a emplacar uma sequência e uma quantidade de gols, mas não impediram de ter suas grandes glórias.

O maior destaque do atacante com o English Team foi o posto de artilheiro na Eurocopa de 1996 e a participação na Copa do Mundo de 1998.

Ao todo (incluindo a seleção sub-21), foram 75 jogos de Shearer com a camisa da Inglaterra e 43 gols.

Em toda sua carreira, Alan Shearer marcou 379 gols, desses, 260 aconteceram em jogos da Premier League, o que lhe dá a condição de artilheiro máximo da competição e é sempre lembrado na memória de todos nós amantes do futebol inglês.


Por: Felipe Ferreira (@felipepf13)

1 de novembro de 2010

Preconceito

Não se trata do show de horrores protagonizado por supostos cidadãos no Twitter, que não aceitam derrotas eleitorais, fantasiam razões para uma vitória legítima e, sem qualquer argumento minimamente aceitável, discriminam os brasileiros do Nordeste. Trata-se da décima rodada da Premier League, que, tal qual o bom senso em redes sociais, derrubou ideias preconcebidas.

No clássico de Birmingham, Gérard Houllier fez valer sua autoridade. Stephen Ireland, moeda de troca na transferência de Milner para o Manchester City, começa a causar problemas no Villa Park. Após chegar com status de substituto direto e inconteste do agora jogador dos Citizens (meia central na maior parte da temporada passada, pelo Aston Villa), o irlandês não tem agradado ao treinador francês. "Precisa treinar mais duro", diz o ex-manager do Liverpool. Contra o Birmingham, Stephen, que jogara mal diante do Sunderland, na rodada anterior, foi rebaixado ao banco de reservas. Com vários desfalques, Houllier prescindiu da classe do ex-meia do City em benefício do jovem Barry Bannan, o escolhido para substituir Sidwell no segundo tempo. Ireland amargou a reserva até o fim.

Cardiopata, Gérard voltou ao futebol inglês, pelos portões do Villa Park, sob desconfiança: ele seria emocionalmente forte para suportar momentos agudos ou tomar certas decisões? Houllier sabia que, mesmo mal em outros aspectos, Ireland poderia resolver o jogo com sua capacidade técnica e que seria essencial para cobrir a ausência de Petrov, uma vez que a meia central ficou travada com Sidwell e Reo-Coker. Mas também sabe que vale a pena demonstrar autoridade agora. É melhor do que apostar a qualquer custo numa vitória no dérbi e perder as rédeas de seu mais habilidoso e preguiçoso meia. Ireland, sabemos, não tem cabeça. Houllier pode oferecer esse atributo a ele. Logo o francês, que, especialmente em virtude da cardiopatia, era tachado de fraco do ponto de vista disciplinar.

Roberto Mancini, ao contrário, precisa retomar o controle do grupo do Manchester City. Há quem diga que não existe mais clima para o italiano. Mas é preciso paciência: há duas rodadas, seu trabalho não era contestado externamente. O que precisamos questionar é a excessiva dependência de Tévez. A derrota para o Arsenal veio com um Carlitos ilhado após a expulsão de Boyata. Foi apenas a consumação de uma realidade já transformada em natural: o argentino corre por mais de um jogador e cria a maioria das próprias chances de gol. O problema foi escancarado na absurda derrota para o Wolverhampton, no Molineux, quando Tévez estava fora de combate. A dependência do City em relação ao Apache, aparentemente superior às de Boca, Corinthians e West Ham, soa contraditória para um elenco repleto de opções ofensivas, mas sem tanta gente para abraçar grandes responsabilidades.

O Newcastle, por sua vez, consegue se sustentar ofensivamente. Com dois atacantes fortes - Carroll e Ameobi -, os Magpies golearam sumariamente o Sunderland (que teve o desastroso Titus Bramble, ex-Newcastle, expulso no segundo tempo) no Tyne-Wear derby. O hat-trick do capitão Kevin Nolan foi o destaque dos fantásticos 5 a 1. Não se esperava que a facilidade encontrada no Championship seria reproduzida, mesmo esporadicamente, na Premier League. Pois bem. Ainda que muito irregular, o conjunto de Chris Hughton mostra que velocidade, profundidade e capacidade de finalização, características marcantes desse time, são importantes em qualquer instância. É evidente que a possibilidade de grandes resultados do Newcastle contra equipes do primeiro escalão esbarra numa mera questão de qualidade. Entretanto, ao contrário do que muitos supunham, o veloz time de Hughton é capaz de vencer - e bem - disputas como a do domingo, de inestimável relevância emocional para os torcedores.

Emoções à prova. Os adeptos do Liverpool têm experimentado a sensação mais frequentemente do que gostariam. A segunda vitória consecutiva na Premier League não foi suficiente para atribuir aos triunfos um caráter natural, rotineiro. Pela primeira vez, Hodgson venceu longe de Anfield. Motivação suficiente para uma verdadeira festa no site oficial do clube, que tratou o 1 a 0 sobre o Bolton, que afastou o clube da zona de rebaixamento, como um título. É notório o exagero, ainda que, de fato, os Reds tenham melhorado substancialmente após o dérbi de Merseyside, o primeiro confronto sob os olhares de John Henry, novo proprietário do clube. Entretanto, um aspecto precisa ser considerado: Maxi Rodríguez.

Três titulares do Liverpool pareciam ser os pontos falhos do time: Lucas, Maxi e Konchesky. O brasileiro tem evoluído. Contra Blackurn e Bolton, jogos aceitáveis, mais próximos de seu desempenho na seleção de Mano que de suas apáticas exibições prévias, sob o comando de Benítez ou de Hodgson. Mas o destaque, mesmo, é o argentino. Substituto de Kuyt, Rodríguez parece, aos poucos, retomar o curso do futebol que impressionava no Espanyol, no Atlético, ou mesmo na seleção, especialmente na Copa do Mundo de 2006. Melhor fisicamente, Maxi, autor do gol da vitória no Reebok Stadium, é novamente dinâmico, produtivo. Embora ainda cometa falhas em situações importantes, a movimentação, a contribuição defensiva e a ameaça à retaguarda adversária não podem ser desprezadas. Aqui, o preconceito é deste blogueiro. Preconceito superado pela admissão da melhor forma de Rodríguez.

Contudo, Konchesky segue muito mal. Os problemas com Lee, do Bolton, não foram os únicos que ele não conseguiu solucionar. As ideias preconcebidas de Hodgson, positivas em relação a seu lateral-esquerdo no Fulham e duvidosas sobre Carlos Salcido, custam caro ao Liverpool. Salcido, que fez ótima Copa e era importante peça para o PSV, deixou de ser contratado pelos Reds, que preferiram Konchesky. O Fulham, sagaz, aproveitou para capturar o mexicano, que, por sinal, está na seleção da rodada de Garth Crooks, da BBC. Hoje, está claro que o NESV vai contratar um lateral-esquerdo em janeiro. Fábio Aurélio raramente está saudável, e Konchesky é, por ora, um desastre. Decisão infeliz, a de Hodgson, que até poderia ter segurado Insúa.

Outro ponto importante do esboço de recuperação do Liverpool é a defesa, que minimizou a incidência de gols tolos. O mérito é de muita gente, até de Lucas. Mas uma das grandes vítimas de ideias preconcebidas da liga é quem mais tem se notabilizado pela maior segurança. Sim, Sotirios Kyrgiakos. A presença do ex-zagueiro do AEK, contratado na temporada passada, sempre era razão para desespero. Entretanto, sua participação tem sido providencial. Sem Johnson e Agger, Hodgson precisa de Carragher na lateral direita. Soto (em alusão a Sotirios), como é chamado pelos torcedores, é seguro, arruma bem a defesa e, eventualmente, contribui com gols. O grego não está entre os melhores defensores do mundo, mas não merece ser ridicularizado. Aliás, ninguém merece (ideias preconcebidas).

Imagens: Telegraph, site do Fulham

30 de agosto de 2010

Figuras-chave

Em 2009-10, o Liverpool se desmontou com a saída de Xabi Alonso. Há quatro anos, Michael Carrick chegou ao Manchester United para dar à equipe o equilíbrio perdido com o envelhecimento de Roy Keane. Após uma estreia perfeita contra o West Ham, último jogo de James Milner pelo clube, o Aston Villa não consegue jogar bem. Sem Matthew Le Tissier, o Southampton revelou Theo Walcott e Gareth Bale, mas foi parar na League One e, naturalmente, não pôde mantê-los. É óbvio que esses exemplos são muito pesados, emblemáticos, ao contrário daqueles de que vamos falar. Mas o início de temporada e, especialmente, a terceira rodada da Premier League já apontam alguns jogadores importantes, cujos desempenhos serão fundamentais para o sucesso de seus clubes.

John Obi Mikel.
Como meia avançado, Mikel fez uma Copa Africana de Nações decepcionante pela Nigéria. Na Copa do Mundo, nem sequer jogou por conta de uma lesão no joelho. Sem destaque em nível internacional, o volante tinha seus melhores dias no Chelsea. Mesmo assim, jamais foi titular absoluto em Bridge. Sempre ocupava a vaga de alguém que, por algum motivo, não atravessava boa fase. Até o fim da temporada passada, o jogador em questão era Michael Ballack, que decidiu retornar a Leverkusen. No entanto, com a recente contratação de Ramires, ninguém tem dúvida quanto ao encaixe do brasileiro no onze inicial de Ancelotti: "ah, coloca no lugar do Mikel, recua o Essien e volta a armar o 'losango'".

Mas como fazer isso agora? O início de temporada do número 12 dos Blues é simplesmente fantástico. Se, em três jogos, o Chelsea marcou 14 gols e ainda não teve a defesa vazada, muito disso se deve ao equilíbrio que o nigeriano atribui à equipe. Na marcação, tem sido perfeito, ainda que não se possa desprezar o baixo nível dos adversários até agora. Contudo, é na precisão dos passes que reside seu grande mérito. Dados levantados pelo site Zonal Marking dão conta de que Mikel acertou 103 dos 106 passes que tentou na partida do último sábado, contra o Stoke. Está claro que Ramires, embora talhado para o sucesso na Inglaterra, vai ter de continuar no banco por algum tempo.

Nani. A proposta deste post é, como se sabe, falar sobre figuras-chave. Existe, porém, uma interseção bem evidente entre esse conceito e o de evolução de um jogador. O português do Manchester United, tachado de vilão na semana passada por conta do pênalti desperdiçado contra o Fulham, tem jogado demais. Se, em suas duas primeiras temporadas, Nani já era considerado um flop, agora ele tem de ser encarado como peça fundamental para o sucesso dos Red Devils. A antiga joia do Sporting faz parte do revezamento de wingers de Ferguson, que inclui também Giggs, Valencia e Park e, em princípio, não prioriza ninguém.

Aos 23 anos, Nani é o mais jovem e o mais habilidoso. E, assim como o sul-coreano, versátil. Uma das grandes qualidades de Andrés Iniesta, que certamente é um dos cinco melhores jogadores do mundo, é a polivalência, uma vez que fornece a seus treinadores inúmeras opções. O português não está nesse patamar, até porque se limita às pontas. Ainda assim, o fato de ele jogar pelos dois lados com a mesma eficiência certamente o faz ganhar muitos pontos com Ferguson. Com explosão e efetividade, como no ótimo jogo que fez contra o West Ham, ele pode ser uma versão minimizada de Cristiano Ronaldo.

Sylvan Ebanks-Blake. Há duas temporadas, o Wanderers' number nine, como adoram proclamar os torcedores no Molineux, foi um dos grandes responsáveis pela ascensão dos Wolves à Premier League. Com 25 gols, Ebanks-Blake conseguia, pela segunda vez consecutiva, a artilharia do Championship. Em 2007-08, dividindo seu ano entre Plymouth e Wolverhampton, ele já havia sido, com 23 gols, o grande goleador da segunda divisão. O problema é que, com o time, ele carregou sucessivas lesões ao primeiro escalão.

Ebanks-Blake marcou apenas dois gols na liga e perdeu, por muito, o posto de principal atacante do elenco para Kevin Doyle. Agora, ele está de volta. Revigorado, o forte centroavante precisou apenas de três jogos para chegar à marca que, na temporada passada, atingiu em 23: dois gols. Aparentemente distante das contusões, o bom finalizador já garantiu os empates contra Everton e Newcastle. Com Sylvan em forma, Mick McCarthy, sempre competente na corrida contra a queda, não deve ter muitos problemas para novamente assegurar a manutenção dos Wolves.

Theo Walcott. Cristiano Ronaldo realmente deixou marcas e lições no futebol inglês. Não basta a um winger ser rápido, hábil nos cruzamentos. Até para compensar a eventual ineficácia dos atacantes, é preciso finalizar bem. Assim como Nani, Walcott parece ter admitido a ideia. E, no Arsenal, essa lógica de superar limitações ofensivas é muito válida. Com Chamakh e van Persie ainda a buscar gols, as incursões de Theo pela ponta direita têm sido fundamentais. Um hat-trick contra o Blackpool e um importantíssimo gol contra o Blackburn já foram suficientes para que ele igualasse sua melhor marca na liga: quatro gols, em 2007-08. A diferença é que, há três temporadas, ele precisou de 25 jogos.

Joey Barton. Enquanto muito se fala sobre Carroll e Nolan, o desparafusado Barton vai reconstruindo sua carreira de modo brilhante. Após pouco jogar em seus três primeiros anos com os Magpies, a antiga revelação do Manchester City é, ironicamente, o ponto de equilíbrio no meio-campo de Chris Hughton. Na equipe da semana de Garth Crooks, da BBC, por conta de seu desempenho contra o Wolverhampton, Joey é essencial ao bom começo do Newcastle: desarma, sofre faltas e até marca gol. Detalhe: ele foi contido pelos Wolves, no último sábado, somente à base de faltas duras. Foram sete sofridas e duas cometidas. Mas, para que ele não perdesse o hábito, a última delas lhe rendeu um cartão amarelo.

Raul Meireles. Escalar Gerrard perto de Torres pode ser encantador, inspirador para muita gente. Mas não adianta nada quando, no 4-2-3-1, que já havia naufragado com Benítez, Lucas e Poulsen são os volantes. Não há saída com qualidade, nem desarmes precisos - Poulsen adora um combate, mas isso não significa que seja um grande marcador. A chegada de Meireles pode ser importante nesse aspecto. Como disse o próprio português, ele não é "o substituto de Mascherano". No Porto ou na Seleção Portuguesa, o adepto de tatuagens não era o popular "trinco", claro papel do argentino em Anfield. Até por isso, um 4-4-2 convencional, com Meireles e Gerrard na meia central, talvez seja a melhor opção. Mas, ainda que sacrificado lá atrás, o meia atribuirá muito mais qualidade à saída de bola, o que, pelo visto, não aconteceu em Liverpool 1 x 0 West Bromwich. O importante número 4, que agora será de Raul, dá uma boa ideia disso.

Yaya Touré. Ele será importantíssimo em Eastlands. O montante pago ao Barcelona e o salário do marfinense ainda soam absurdos, mas, se Yaya mantiver a boa forma do início da temporada, ninguém vai se concentrar nesses questionamentos. Na cautelosa formação de Mancini, com Barry e de Jong, Yaya ganha um espaço a que não está habituado. Mas, como se viu na derrota para o Sunderland, ele sempre saberá aproveitá-lo. Arrancadas como a que deu o gol a Tevez, que não aceitou o agrado, sempre surpreendem, quebram o sistema defensivo adversário. Touré é muito rápido, sabe controlar a bola e pode ser a diferença deste ainda imaturo Manchester City.

Imagens: Sporting Life, Guardian, Liverpoolfc.tv

24 de agosto de 2010

Objetivo mal definido

Um dos grandes méritos do futebol inglês, como bem lembrou o amigo Léo Macario na edição de sexta-feira do podcast, é o estabelecimento de objetivos realistas pelas equipes. O bom senso, que enquadra os clubes em pelo menos quatro grupos (corridas por título, vaga em copa europeia, primeira metade da tabela e contra o rebaixamento), minimiza as decepções ao fim do campeonato. Ainda assim, alguns times suscitam muitas dúvidas quanto ao que podem fazer durante o ano. Um deles é o Newcastle, campeão da segunda divisão, com tranquilidade, na temporada passada.

A formação teoricamente titular dos Magpies tem sete jogadores que estiveram na desastrosa campanha do rebaixamento em 2008-09. Mesmo assim, o time atual parece muito melhor. Falemos, pois, de quem chegou. O versátil e ainda jovem James Perch construiu uma carreira muito sólida no Nottingham Forest. Após dois jogos pelo clube, na lateral direita, ele já causou algum impacto em St. James' Park. Para Garth Crooks, da BBC, Perch é um dos quatro jogadores do Newcastle a integrar a equipe da semana na Premier League.

Sol Campbell, por quem o Newcastle venceu uma pequena batalha no último mercado de transferências, também deve ser titular. Após não comprometer na maioria dos jogos de sua surpreendente segunda estadia no Arsenal, o zagueiro será importante para auxiliar na reformulação da ainda insegura defesa dos Magpies. Williamson e Coloccini têm jogado, mas Campbell e Steven Taylor devem ser as primeiras opções do treinador Chris Hughton. Outra peça importante é Wayne Routledge, que serviu a seleção inglesa nos níveis sub-16, sub-19 e sub-21. O outrora promissor winger do Crystal Palace pode não ter cumprido o que dele se esperava, mas, desde janeiro, quando chegou ao St. James', tem sido fundamental para atribuir ao time mais velocidade e imprevisibilidade.

Não há, no entanto, nenhuma aquisição mais importante que a de Kevin Nolan. À Mano Menezes em 2007, o meia central, que teria argumentos para se transferir a um clube do primeiro escalão, decidiu deixar o Bolton para se juntar ao projeto do Newcastle de conquistar o Championship. Foram os quatro milhões de libras mais bem investidos por Mike Ashley em sua vida - o que, sob esse ponto de vista, não significaria muito. Mas, ao frigir dos ovos, significa. O ex-jogador do Bolton, que é o capitão dos Magpies, foi o melhor jogador da segunda divisão e, ao lado de Joey Barton (sim, ele é ótimo), forma uma das melhores meias centrais da Inglaterra - que ainda pode ter Danny Guthrie, revelado no Liverpool e um dos destaques da campanha no Championship. Se o Chelsea tem Lampard e o Liverpool conta com Gerrard, o Newcastle é o time de Nolan.

Apesar das ótimas adições ao elenco, não se pode desconsiderar a evolução de um jogador de quem pouco se esperava há duas temporadas: Andy Carroll, hoje com 21 anos. Artilheiro dos Magpies na segunda divisão, o atacante foi apresentado, no último domingo, a quem não acompanhou sua trajetória na temporada passada. Três finalizações clínicas lhe renderam um respeitável hat-trick contra uma das melhores defesas de 2009-10, a do Aston Villa. E ele é o ponto-chave dessa história. Por quê?

Porque Chris Hughton acostumou a equipe a agredir equipes que se encolhem. No Championship 2009-10, os Magpies marcaram 90 gols, quase dois por jogo. Os 102 pontos em 46 jogos dão aos torcedores a certeza de que, se o adversário se retrair no St James' Park, o Newcastle saberá atacá-lo. No esquema por ele proposto, Carroll é o único atacante. Não faltará auxílio dos wingers ou dos meias centrais. Routledge, Alan Smith, Jonás Gutiérrez, Nolan, Barton, Guthrie. Seja quem for: pelo menos contra adversários frágeis, há meios para fazer a bola chegar até o centroavante. Não se sabe se, contra times bem mais fortes, a constante evolução de Carroll será o bastante para reeditar os 17 gols da temporada passada. Mas, até pelo número que recebeu, ele tem, sim, a colossal responsabilidade de suceder Alan Shearer.

Como o Newcastle tem recursos suficientes para reter a bola contra oponentes fracos e, por conta do perfil do time na temporada passada, está habituado a isso, o aproveitamento em casa - sinaliza a goleada sobre o Villa - será bom. Por outro lado, está claro que, embora o time conte com várias opções, a maioria delas não se aproxima do patamar de jogadores dos clubes que disputam o título. As dificuldades diante do Manchester United, quando a bola mal chegou a Carroll, contrabalançam as expectativas e determinam: embora isto ainda esteja obscuro, o objetivo mais adequado - até ousado - para o Newcastle parece ser um posto na primeira metade da tabela. Não há muito mais para fazer após manter uma base que fez sucesso no Championship - é só a segunda divisão. O conjunto é ótimo, bem armado por Hughton, mas não pode ser exigido demais.

Imagens: Football Network e NUFC Blog

18 de novembro de 2009

Conheça o Tyne-Wear derby

Escolher o maior clássico de um país pode não ser fácil. Especialmente quando pensamos no exemplo inglês. O site Football Derbies, especializado em dados e análises a respeito dos grandes embates do futebol mundial, dispõe em tabelas as maiores rivalidades da Inglaterra. Para a surpresa de muitos, a classificação indica que, mesmo sendo um encontro regional, o grande clássico da nação é o Tyne-Wear derby, ou simplesmente Newcastle United x Sunderland.

Por que não Manchester United x Liverpool, o confronto que reúne mais títulos, ou mesmo West Ham x Millwall, derby londrino que, infelizmente, costuma acabar em confusão entre as torcidas? A resposta, a princípio banal, é que futebol também é cultura. Ora, o grande clássico de Glasgow, entre Celtic e Rangers, é considerado por muitos o mais intenso do globo - no conceito do Football Derbies, é o terceiro. Vários dos motivos são alheios ao futebol. Estamos falando de uma rivalidade que polariza o esporte no país e, ainda, envolve questões religiosas.

No caso do Tyne-Wear, entra em jogo a competição entre as cidades, do norte da Inglaterra. A distância entre Newcastle upon Tyne e Sunderland é de apenas 10km. Ainda no século XVII, quando da Guerra Civil Inglesa, comerciantes das duas praças entraram em choque por conta da contestada supremacia do grupo de Newcastle. O embate virou assunto político, de maneira que os protestos advindos de Sunderland foram um dos vários catalisadores da formação do parlamento inglês. As hostilidades aumentaram anos depois, quando a Revolução Industrial acirrou a disputa entre os centros.

No futebol, os dois conjuntos convivem com um equilíbrio histórico. O Newcastle foi quatro vezes campeão inglês (a última em 1927), enquanto o Sunderland ficou com o título em seis oportunidades (a última em 1936). Em contrapartida, a vantagem nos confrontos diretos é dos Magpies (pegas, aves semelhantes ao corvo, que simbolizam o Newcastle), que têm 51 vitórias contra 45 dos Black Cats (gatos pretos, símbolo do Sunderland). Houve ainda 44 empates.

Curiosamente, ao contrário do que acontece na rivalidade entre Liverpool e Manchester United, não há fronteiras rígidas dividindo os clubes no que concerne a transferências de jogadores. Incríveis 56 atletas já passaram pelos dois clubes. Os mais recentes e famosos são o goleiro irlandês Shay Given, o meio-campista Lee Clark e os atacantes Andrew Cole, Michael Bridges e Michael Chopra.

Na temporada 1995/96, um episódio inusitado marcou a história do clássico. O Sunderland havia sido, pela primeira vez, promovido à Premier League - em vigor desde 1992. Em virtude da antiquada estrutura do Roker Park, à época estádio do Sunderland, propôs-se que os torcedores do Newcastle fossem proibidos de assistir ao clássico na casa dos Black Cats. Na última hora, um acordo entre a cúpula do Sunderland e a polícia local determinou que mil adeptos dos Magpies poderiam comparecer ao palco. Entretanto, sentindo-se humilhado com a situação, o Newcastle rejeitou a medida.

E respondeu a ela. Freddie Fletcher, então presidente do Newcastle, pôs a boca no trombone. "A situação de Roker Park não é nosso problema. Culpem o Sunderland, não a nós", esbravejou. Em reação à medida, Fletcher decidiu proibir que os torcedores dos Black Cats fossem ao moderno St. James Park no segundo turno. Revoltados, adeptos dos dois clubes uniram-se pedindo o fim das proibições. A iniciativa obteve sucesso, mas ficou claro que o encerramento da polêmica teve muito mais relação com a mudança do Sunderland em 1997 para o Stadium of Light, quinto maior do país, do que com qualquer apelo popular.

Ao contrário do que viu nos cenários da década de 90 e no início dos anos 2000, o Sunderland está melhor do que o Newcastle. Mesmo montando equipes em tese competitivas, garimpando nomes como Michael Owen, os Magpies entraram num colapso que culminou no desastroso rebaixamento ao Championship na temporada passada. Ao menos, o Newcastle lidera a competição após 16 rodadas. Os Black Cats, por sua vez, vivem bom momento financeiro, o que permitiu ao clube a contratação de vários jogadores intensamente disputados no mercado, como Darren Bent, Lee Cattermole e Lorik Cana. Não por acaso, o conjunto ocupa a oitava colocação na Premier League.

Você assiste agora a um vídeo referente a Newcastle 2 x 0 Sunderland (dois gols de Michael Owen), em 2008. Trata-se da FanZone, iniciativa promovida pela Premier League que abre espaço à narração das partidas por bem-humorados torcedores.



Imagens: Sustransshop, Zimbio

25 de setembro de 2009

Faro de gol

Maior artilheiro da história da Premier League, Alan Shearer nasceu no dia 13 de agosto de 1970, em Newcastle upon Tyne, Inglaterra.

Jogador técnico e com um faro de gol ímpar, tornou-se um dos maiores atacantes do futebol inglês em todos os tempos.

Com todo esse talento para o gol, Shearer foi destaque em todas as equipes que defendeu e também na seleção de seu país.

Começou sua carreira no futebol no modesto Wallsend Boys Club, pelo qual jogou até 1986, quando, aos 15 anos, foi para o Southampton.

Pelo Southampton fez sua estreia apenas em 1988 e jogou até a temporada 91/92. Como prova de sua tamanha eficiência, logo na estréia marcou um hat-trick (3 gols na mesma partida). Ao todo foram 118 jogos e 23 gols pela equipe. Mesmo sem marcar tanto por essa equipe, destacou-se por excelentes atuações e muitas assistências.

Tudo isso rendeu a ele a convocação para a seleção sub-21 da Inglaterra e uma transferência para o então forte Blackburn Rovers.

Por sua nova equipe, Shearer teve o sucesso sonhado por muitos jogadores. Além de se firmar na seleção nacional e ser destaque nela, ganhou o prêmio de Jogador do Ano em 1994 (Football Writers Association) e o PFA Jogador do Ano em 1995. Além disso, conquistou seu mais importante título: a Premier League (94/95), além da artilharia da competição por duas vezes.

Após ser artilheiro na Euro96, o talentoso atacante inglês voltou para casa. Em uma transferência de 15 milhões de libras, foi contratado pelo Newcastle, clube no qual encerraria sua carreira e se tornaria um eterno ídolo do clube. Mesmo sem títulos pelo alvinegro, Shearer é adorado pelos torcedores pelas inesquecíveis atuações e inúmeros gols. O camisa 9 levou os Magpies duas vezes à final da FA Cup (em 98 e 99), mas perdeu nas duas ocasiões.

Defendendo o Newcastle teve ainda a maior mancha em sua carreira: na temporada 97/98 foi denunciado por agressão. Acusado de chutar a cabeça de Neil Lennon, foi a julgamento. O próprio Lennon o inocentou.



Jogou pelos Magpies até 2006 e após um série de contusões encerrou a carreira no clube do coração, do qual foi capitão de 1999 até sua aposentadoria. Ao todo, foram 303 jogos e 148 gols pelo Newcastle. Terminou sua última temporada com 10 gols em 32 partidas na Premier League.

Pela seleção, Shearer atuou por 63 partidas e marcou 30 gols. Não conquistou nenhum titulo com o selecionado inglês, mas todo o seu talento e, principalmente, seus gols marcaram seu nome na história do futebol da terra da rainha e mundial.

Shearer ganhou ainda um jogo de homenagem do clube, frente ao Celtic FC. Devido à lesão, não atuou em toda a partida, mas deu o ar de sua graça com o pontapé inicial e ao marcar seu último gol, através de uma cobrança de pênalti. A volta ao campo no fim da partida com sua família mostrou toda a paixão da torcida pelo craque inglês: durante todo o tempo teve seu nome entoado por todos nas arquibancadas.



A paixão pelo Newcastle não deixou que se afastasse do clube. Após algumas participações na direção da equipe, aceitou o desafio de ajudar o Newcastle a lutar contra o rebaixamento como treinador. Para sua tristeza a de toda a torcida alvinegra, sua paixão não foi suficiente para evitar a queda.

Paixão e uma dose extra de talento marcaram a carreira desse craque do futebol inglês que tanto encheu os olhos dos amantes do futebol.