30 de dezembro de 2009

O peso do matador

O gol é o grande momento do futebol, e o centrovante é o maior responsável por marcá-los! Mas qual a importância de um grande matador para um time?

Sem dúvidas, essa é a posição mais glamurosa do futebol mas também aquela que gera as maiores cobranças. Por isso, é comum vermos grandes jogadores terem suas carreiras entrando rapidamente em declínio devido a um gol perdido.

O outro lado da moeda é fascinante. Capazes de decidir as partidas e saírem de campo como os heróis de toda uma nação de torcedores, os centroavantes do futebol mundial e, principalmente, da Premier League estão em alta.

Na última rodada da Premier League, Fernando Torres mais uma vez foi decisivo para o Liverpool. Com um gol já nos acréscimos garantiu a vitória dos Reds, que não vem bem na competição. O espanhol tem se mostrado cada vez mais fundamental para sua equipe, que dificilmente vence sem sua presença.


Outro grande atacante que também tem sido de fundamental importância para sua equipe é Didier Drogba. O camisa 11 dos Blues vem marcando gol atrás de gol nessa temporada e carregando a equipe londrina rumo ao título inglês e, quem sabe, da Europa.

Defoe é outro matador que tem marcado os seus e feito a alegria dos adeptos. A torcida do Tottenham só tem a agradecer, e os ingleses a comemorar a boa fase do parceiro de Rooney na seleção nacional. A única torcida que não deve estar feliz com o jogador é a do Portsmouth, hoje lanterna, que sente a falta de um grande atacante para balançar as redes adversárias. Defoe chegou a fazer 5 gols em uma só partida nessa temporada, mostrando o quanto um jogador de sua posição é importante para o secesso do time.

O artilheiro dos Spurs não está sozinho para carregar a barca de sua equipe. Ele tem a companhia de outros bons valores para o ataque, como Keane e o grandalhão Crouch, que sempre deixa os seus e decide muitos jogos pela equipe e pela seleção.

Menos badalado que os demais, Darren Bent, ex-Tottenham, também é outro bom valor que tem resolvido partidas nessa temporada, levando o Sunderland a realizar razoável campanha na temporada. Além de decisivo, Bent conta até com ajuda de outros fatores, como o balão que esteve ao seu lado diante do Liverpool.

Adebayor, que tem feito falta ao Arsenal, é outro nome capaz de decidir partidas. Perito em fazer gols, ele contribui para a fama e a valorização dos jogadores de ataque. Ao marcar e criar polêmica com os torcedores dos Gunners, foi fundamental na vitória do Manchester City contra sua ex-equipe nesta temporada.

Grande astro da seleção inglesa, Wayne Rooney segue mortal para os adversários. Com 14 gols em 2008/09, tem provado que uma equipe vencedora precisa de um grande jogador para anotar seus gols e dar as vitórias.

O matador muitas vezes some de uma partida, aparece apenas no fim e, em um único lance, decide um jogo. Por isso, são tão valorizados e movimentam milhões pelo mundo da bola. Para se ter uma idéia do valor que um atacante matador tem pra um time, basta olhar para o Brasil, onde Adriano e Ronaldo - outrotra "ex-jogadores" - levaram suas equipes à conquista de títulos no país. Sem eles, provavelmente - ou até mesmo certamente - não tivessem tamanho êxito em 2009. Drogbas, Fernandos, Defoes, Ronaldos e outros tantos serão sempre esperados para continuarem a fazer aquilo que torna o futebol tão emocionante: GOLS.

A janela de transferências está prestes a ser aberta e novos matadores podem estar de malas prontas para desembarcar na terra da rainha e fazer parte do campeonato mais rico do mundo. Sejam bem-vindos e que nos deem gols e mais gols.

29 de dezembro de 2009

Podcast Especial - Primeiro Turno



Participantes: Daniel Leite e Anderson Lopes, colunista de Ásia/Oceania em Trivela.com. Aliás, não deixe de prestigiar o texto da semana.

André Vince, um dos editores deste blog, retorna em breve.

Daniel Leite escreveu a coluna de Inglaterra/Escócia desta semana em Trivela.com. Veja aqui.

Não haverá podcast na próxima segunda-feira, uma vez que a Premier League abre espaço à Copa da Inglaterra.

Para conferir a classificação do campeonato, acesse o site oficial da Premier League.

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24 de dezembro de 2009

As traiçoeiras leis do mercado

Mark Hughes foi demitido após encontro com os Black Cats. Mera coincidência

O dia 19 de dezembro não foi dos melhores para o treinador do Sunderland. Steve Bruce teve de lamentar a derrota por 4 a 3 diante do Manchester City e a inusitada demissão de Mark Hughes. O ex-comandante do Wigan levantou a bandeira do corporativismo e condenou a atitude da cúpula dos Citizens, que não teria dado a Hughes o tempo necessário para ele fazer o time funcionar. "Não se constrói uma equipe em 18 meses ou numa janela de transferências", explica. Felizmente, Bruce não vive no Brasil para analisar a duração dos contratos e o não cumprimento deles.

Ele não pode dizer que seu colega galês foi vítima de azar, ainda que tenha cruzado com os Black Cats. O nível de investimento na Premier League deixou de ser compatível com excessiva paciência. O exemplo do Manchester City é muito claro. As várias contratações foram perfeitas, e o retorno dos gastos precisa ser visto já na próxima temporada. Em suma, é teoricamente inaceitável que, com o Liverpool em grave crise, os Sky Blues não consigam uma vaga na Liga dos Campeões.

Como Hughes não foi bem na temporada passada e estava longe de atribuir solidez à defesa e escapar de empates em jogos simples, foi demitido de maneira justa. O ex-atacante do Manchester United não tem o lastro de Alex Ferguson ou mesmo de Rafa Benítez e, por isso, não era imune a crises que, em outros exemplos, seriam controláveis. Por outro lado, a forma como se desenvolveu o processo pode ser contestada. Não são questões éticas, mas meramente futebolísticas as que estão em pauta neste artigo.

A outra queixa de Steve Bruce é uma compreensível patriotada. Embora tenha desejado boa sorte ao italiano Roberto Mancini, substituto de Hughes, ele acredita que os treinadores britânicos precisam de "uma grande chance". O mercado da bola, entretanto, não é nacionalista. Se os clubes da Premier League têm muito dinheiro, buscarão os melhores do mundo. Mesmo assim, é possível dar um pouco de razão a Bruce. Do eixo britânico fora da Inglaterra, vêm alguns técnicos exepcionais. Os escoceses David Moyes, ainda que em temporada fraca no Everton, e Alex McLeish, do Birmingham, e o norte-irlandês Martin O'Neill, do Aston Villa, têm trabalhos muito consistentes (ou de sensacional início, como no caso de McLeish).

O 'Neill, por exemplo, já é tratado como um dos possíveis substitutos do escocês Alex Ferguson no Manchester United. Além disso, o treinador do Villa também tem sido alvo de especulações que o ligam ao Liverpool. Ou seja, o dinamismo de que Bruce reclama pode provocar o processo inverso: o espanhol Benítez daria lugar ao britânico O'Neill. Por outro lado, já que estamos falando da Premier League inglesa, os treinadores da casa merecem grandes chances?

Obviamente, não sou adepto do determinismo para dizer que todo manager inglês é fraco. Ora, cada um trabalha por si. Mas a verdade é que a fase para os treinadores da Inglaterra é terrível. O fracasso recente de Steve McClaren, que não levou o English Team ao Euro 2008, foi somente o emblema de uma escassez de mentes brilhantes na classe. O próprio McClaren, hoje no holandês Twente e no Middlesbrough entre 2001 e 2006, e Sam Allardyce, treinador do Blackburn e de notável sucesso no Bolton entre 1999 e 2007, eram os nomes mais promissores há alguns anos. Allardyce teve cinco desastrosos meses do Newcastle e encerrou sua carreira em grandes clubes antes que ela começasse de fato.

Atualmente, a Premier League tem apenas seis treinadores ingleses: Phil Brown (Hull City), Gary Megson (Bolton), Roy Hodgson (Fulham), Harry Redknapp (Tottenham), Sam Allardyce (Blackburn) e Steve Bruce (Sundeland). Destes, Hodgson e Redknapp são de longe os melhores. Bruce, por sua vez, parece ter ótimo potencial. Outros sete comandantes são dos demais países do Reino Unido ou da Irlanda. Assim, o técnico do Sunderland precisa entender que os sete "estrangeiros de fato" não estão na Inglaterra porque são facínoras. Eles apenas são competentes e demandados por clubes que mergulharam num padrão muito exigente de competição.



Imagem: Daily Mirror

22 de dezembro de 2009

O curioso caso de Robbie Keane

Robbie Keane revive seus dias de Liverpool

A temporada não começou bem para Robbie Keane. A contratação de Peter Crouch pelo Tottenham ampliou a concorrência no ataque, e as fracas atuações rapidamente suscitaram contestações à imunidade do irlandês no onze inicial dos Spurs. Ele calou temporariamente os críticos ao marcar quatro gols na vitória por 5 a 0 sobre o Burnley, mas estava clara a queda de rendimento. Enquanto Luka Modric estava fora do time, Redknapp chegou a adaptar Keane pelo lado esquerdo do meio de campo. Contudo, o bom desempenho de Niko Kranjcar, o retorno de Modric e os gols de Peter Crouch - que passou a acompanhar Defoe à frente - deixaram o líder da equipe sem espaço. Para piorar, problemas disciplinares puseram em xeque seu posto de capitão.

Vale lembrar que a reputação de Keane no Tottenham é boa. Entre 2002 e 2008, o irlandês acumulou 197 jogos e 80 gols pelo clube. No retorno a Londres em janeiro de 2009, o atacante recebeu um importante voto de confiança do treinador Harry Redknapp, que o nomeou capitão do time, cargo que já havia exercido durante sua primeira passagem por White Hart Lane em virtude das constantes lesões do zagueiro Ledley King. Ainda que em ritmo de readaptação, Keane foi um dos líderes da recuperação dos Spurs na segunda metade da Premier League.

A situação atual, porém, não é confortável. Harry Redknapp nutre, com razão, a expectativa de que o time pode chegar entre os quatro primeiros do campeonato e garantir vaga na Liga dos Campeões. Por isso, deixou bem claro que não permitiria confraternizações durante o futebolisticamente movimentado fim de ano. Keane desobedeceu ao chefe e organizou secretamente uma ousada festa em Dublin, à qual compareceram outros 15 jogadores dos Spurs. No jogo seguinte ao encontro, o Tottenham sofreu a pior derrota da temporada: 1 a 0 para o Wolverhampton em Londres.

O caso veio à tona na semana passada, e Redknapp ameaçou punir severamente os envolvidos. Mas mudou de ideia. Apenas determinou que os jogadores fizessem doações a uma instituição de caridade. Além disso, o treinador garantiu que, "quando iniciar os jogos, Robbie Keane será o capitão do time". Paira certa sensação de impunidade e um temor de que o clube possa perder o rumo. Todavia, a excelente vitória contra o Blackburn no último sábado indica que a campanha não deve sofrer grandes reveses.

O maior prejudicado é o próprio Robbie Keane. Ainda capitão, mas sem a confiança de antes, o jogador vive um momento inusitado. O irlandês passa às condições de "líder dos baderneiros" e, como na última rodada, de opção para o segundo tempo. Mesmo deixando de lado a festa em Dublin, é estranho que um reserva seja o capitão do time. A menos que ocupe status incontestável no clube, casos de Alessandro Del Piero na Juventus e, até a temporada passada, Paolo Maldini no Milan.

A princípio, Redknapp escolhe a continuidade, ao contrário do que costuma fazer o rival Arsène Wenger. Quando Thierry Henry deixou o Arsenal, Gilberto Silva tinha tudo para ser o próximo capitão, uma vez que, se o francês não jogava, sempre recebia a faixa. Entretanto, ao planejar-se para 2007/08, Wenger percebeu que Gilberto seria reserva de Mathieu Flamini e decidiu nomear capitão o zagueiro William Gallas. Na temporada passada, Gallas fez declarações polêmicas envolvendo os jovens do elenco. O treinador não hesitou em determinar que o novo líder da equipe seria Francesc Fàbregas, então com 21 anos.

Especulações indicam que Aston Villa e Sunderland podem capturar o irlandês na próxima abertura do mercado de transferências. Talvez seja uma solução conveniente para o problema, ainda que represente uma notável perda no plantel. Nesse caso, Redknapp poderá passar a faixa de capitão ao zagueiro Michael Dawson, uma vez que Jonathan Woodgate e Ledley King raramente estão em forma.

A péssima interrupção da jornada de Keane em White Hart Lane


Há um ano e meio, Liverpool e Tottenham fecharam um péssimo negócio. Os Reds pagaram aos Spurs 19 milhões de libras por Robbie Keane, que chegava a Anfield para fazer companhia ao outrora isolado no ataque Fernando Torres. Os primeiros jogos do irlandês foram desastrosos. Depois, porém, Keane chegou a marcar gols importantes, como os dos empates por 1 a 1 diante de Atlético de Madrid e Arsenal. No entanto, havia um desentendimento entre o jogador e Rafa Benítez.

Quando, em janeiro deste ano, o Tottenham ofereceu 12 milhões de libras (que poderiam chegar a 16), o Liverpool não hesitou em acertar a transferência no último dia da janela do mercado de inverno. O Liverpool perdeu dinheiro e viu sua grande aposta naufragar. O Tottenham, embora tenha auferido certo lucro financeiro, interrompeu por seis meses a passagem de um ídolo pelo clube e enfrentou muitas dificuldades no início da temporada - alguém se lembra do desempenho de Juande Ramos em 2008/09? Robbie Keane, por sua vez, perdeu a chance de se consolidar no ataque de um dos favoritos ao título e o rumo de uma carreira que parecia ascendente.

Imagem: The Sun

21 de dezembro de 2009

Podcast - Rodada 18



Hoje ausente, André Vince deve voltar no próximo podcast

Convidado: Leandrus

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18 de dezembro de 2009

Bolinhas um tanto cruéis

Fotógrafo teria flagrado reações de Roy Hodgson e David Moyes ao sorteio

A UEFA sorteou hoje os confrontos eliminatórios de suas ligas. Os seis clubes ingleses ainda vivos nas competições continentais conheceram seus adversários. As bolinhas não foram muito generosas com os amigos de Elizabeth II. Embora todos tenham considerável possibilidade de seguir em frente, apenas o Liverpool é claramente favorito. Veja por quê:

Liga dos Campeões, oitavas-de-final

Internazionale (Itália) 40% x 60% Chelsea
. "Não sei se é o Chelsea que faz parte da minha história, ou se sou eu que faço parte da história do Chelsea". José Mourinho proferia a dúvida, com alguma razão, há uma semana. Parecia prever o encontro com Carlo Ancelotti, seu rival durante um ano na Itália. O sorteio foi uma espécie de azar recíproco. A Inter, que não poderia enfrentar o Barcelona, enxergava os Blues como os potenciais oponentes mais perigosos, enquanto estes certamente preferiam não enfrentar Mourinho. De todo jeito, o Chelsea é ligeiramente mais forte em todos os setores e, com Drogba em forma, deve superar o difícil inimigo.

Porto (Portugal) 45% x 55% Arsenal. O confronto também é familiar. Na temporada passada, Porto e Arsenal estiveram no mesmo grupo. Após vitórias dos anfitriões por 4 a 0 no Emirates e por 2 a 0 no Dragão, ambos se classificaram. Em 2009/10, os portugueses ainda tentam se adaptar à vida sem Lucho e Lisandro, mas já entraram definitivamente na luta pelo pentacampeonato nacional. Hulk é muito perigoso, e os Gunners precisarão da plena competência dos bons Vermaelen e Gallas. Ainda assim, liderado por van Persie, de quem se espera saúde, Fàbregas e Arshavin, o Arsenal é favorito para garantir a vaga com uma boa vitória em Londres.

Milan (Itália) 40% x 60% Manchester United. O confronto poderia ser mais equilibrado se o Milan de Leonardo não tivesse espantado a Europa ao não vencer nenhum jogo em casa na primeira fase. Especialmente a derrota para o Zurich faz qualquer um acreditar que o esquema matreiro de Alex Ferguson, com o fortíssimo meio comandado por Fletcher e o ataque com o solitário Rooney, será capaz de arrancar ótimo resultado no San Siro. Em Old Trafford, de repente com Berbatov e Owen também participando da brincadeira em algum momento do jogo, o exposto sistema defensivo do Milan poderá revelar suas fragilidades coletivas, embora Thiago Silva e Nesta sejam excelentes. Se controlar razoavelmente Pato, Ronaldinho e o provavelmente empolgado David Beckham, o United passa.

Liga Europa, 16-avos de final (como dizem os bons amigos portugueses)

Unirea Urziceni (Romênia) 30% x 70% Liverpool.
Não é responsável descartar o Unirea. Os romenos tiveram sorte na Liga dos Campeões quando caíram no grupo de Sevilla, Stuttgart (em péssima fase) e Glasgow Rangers, é bem verdade. Mas foram perspicazes, conseguiram oito pontos, venceram o Sevilla em casa e chegaram à última rodada com possibilidade de seguir adiante. Por isso, se o Liverpool voltar ao marasmo do 4-2-3-1, sem criar novas alternativas, pode se complicar. Vale lembrar que, durante a péssima campanha na Champions, os Reds venceram o débil húngaro Debreceni apenas por 2 a 0 no placar agregado. De todo jeito, se ficar, Rafa Benítez deve melhorar o conjunto até fevereiro, algo fundamental para passar por Fenerbahçe ou Lille nas oitavas-de-final.

Sporting Lisboa (Portugal) 60% x 40% Everton. O confronto das lamentações. São duas equipes que poderiam oferecer muito mais a seus torcedores nesta temporada. O Sporting ocupa a terrível sétima posição na Liga Sagres, com 18 pontos em 13 jogos, atrás, por exemplo, do Rio Ave. Os Toffees, apesar do ótimo - e, há que se destacar, inusitado - empate contra o Chelsea, ainda temem a zona de rebaixamento na Premier League. Mesmo projetanto Landon Donovan no Goodison Park, a fase técnica parece ser pior do que a dos portugueses. O embate pode até ser equilibrado, mas o placar agregado de 7 a 0 que os lisboetas do Benfica impuseram ao Everton na primeira fase faz o Sporting ser favorito também psicologicamente. Se surpreender, o time de David Moyes ainda será o lado mais fraco contra Galatasaray ou Atlético de Madrid na fase seguinte.

Shakhtar Donetsk (Ucrânia) 65% x 35% Fulham. O sorteio foi maldoso com o bom time do Fulham. O encontro com os últimos vencedores da Copa da UEFA será muito árduo. O núcleo brasileiro dos mineiros (refiro-me ao apelido do clube, advindo das minas de Donetsk), especialmente de Ilsinho, Jádson, Fernandinho e Luiz Adriano, costuma ser terrivelmente bom diante de times médios. Mas os Cottagers têm alguma chance, sim. Roy Hodgson é um treinador de mão cheia e, após levar o clube à sétima colocação da Premier League em 2008/09, já se recuperou do mau começo de temporada. Com Schwarzer, Hangeland, Murphy, Duff e Dempsey em dois dias iluminados, a equipe pode sonhar em eliminar os defensores do título. O problema é que as bolinhas foram realmente perversas com os londrinos e lhes reservaram Ajax ou Juventus no improvável próximo estágio.

Imagem: Daylife

17 de dezembro de 2009

A 17ª rodada: começa a maratona

Benítez abandona o piloto automático para tentar ganhar o que ainda é possível: troféus individuais

Sunderland 0 x 2 Aston Villa. Steve Bruce prova à Inglaterra que não é um treinador fenomenal. Bastou o volante Lee Cattermole sair do time por lesão para o Sunderland se afundar na tabela. O Villa, por outro lado, assume papel de protagonista na Premier League. James Milner, agora pela faixa central do meio de campo, é o "novo Barry". Na terça-feira, uma assistência (para o gol de Heskey) e um gol. A equipe de Martin O'Neill se consolida na quarta posição e é clara candidata a uma vaga na próxima Champions. No mínimo.

Birmingham City 2 x 1 Blackburn. O conjunto de Alex McLeish confirma a excelente fase da cidade. Com dois gols, Jerome mostra que não apenas de Chucho Benítez vive o ataque dos Blues. Um treinador "orgulhoso de sua equipe" e um salto para a sétima colocação - à frente do Manchester City - são os rescaldos da quinta vitória consecutiva do time de St. Andrews. Pode um elenco ainda limitado e com um lateral-direito que desistiu da aposentadoria (o irlandês Stephen Carr) chegar à Liga Europa? Se van Nistelrooy aceitar participar do desafio, o sonho é válido.

Manchester United 3 x 0 Wolverhampton. Há pouco para falar do luxuoso treino do Manchester United contra os lobos do segundo escalão (pensando no Burnley, Mick McCarthy poupou os titulares). Os Red Devils, aliás, não fizeram um grande jogo. Wayne Rooney dependeu de uma bobagem homérica do zagueiro Ronald Zubar para, de pênalti, abrir a porteira. Vidic, com seu autêntico cabeceio-tijolada, marcou o segundo. No segundo tempo, Valencia fez a única coisa de que lembraremos do campo de jogo: um golaço, após passe acrobático de Berbatov. O United segue firme na caça ao Chelsea.

Bolton 3 x 1 West Ham. Com oito jogadores lesionados (incluindo Kieron Dyer - não me diga! -, Matthew Upson e Carlton Cole), o West Ham prova que conseguirá colocar seu ótimo time na briga contra o rebaixamento. Do outro lado, o croata Ivan Klasnic marcou novamente e já pode ser apontado como o melhor atacante no Reebok Stadium. A vitória do ex-time do Jardel e do Jay-Jay Okocha foi muito importante, visto que os Wanderers deixaram os Hammers para trás e saíram da faixa que leva ao Coca-Cola Championship.

Chelsea 2 x 1 Portsmouth. Os Blues se esforçaram para tanto, mas não puderam passar vergonha na volta de Avram Grant ao Stamford Bridge. O gol de Anelka havia sido compensado pela ótima finalização de Piquionne, um dos piores atacantes da Premier League. Mas, como em quase todos os jogos do campeonato, a festa do Pompey não durou muito. Branislav Ivanovic (que não é irmão de Ana Ivanovic) resolveu cometer uma sandice, passou da linha que divide o campo, entrou na área e conseguiu cavar um pênalti (de fato, cometido). Frank Lampard, desta vez, não decepcionou seus adeptos e decidiu o jogo.

Burnley 1 x 1 Arsenal. O treinador do Burnley, Owen Coyle, preferiu não repetir a atitude de Mick McCarthy e apostou nos titulares contra o Arsenal. E deu certo! Mas os Clarets não arrancaram o empate apenas em virtude da coragem de Coyle. O time é, de fato, muito competente no Turf Moor: foram 18 pontos em 27 possíveis. Além de deixar a vitória escapar por um gol de Graham Alexander (um lateral escocês de 38 anos) e provar que não vai brigar pelo título apesar de a matemática insistir, o Arsenal ainda perdeu Fàbregas, autor do gol londrino, por lesão - que, felizmente, não parece séria.

Liverpool 2 x 1 Wigan. Rafa Benítez provavelmente não dormiu durante a madrugada de quarta-feira. Ele decidia se desistiria ou não de seu louvado e imprescindível 4-2-3-1, que, sem Xabi Alonso, afundou o Liverpool na lama nesta temporada. Surpreendentemente, ele abandonou por um jogo o seu esquema de cabeceira, recuou Gerrard e impulsionou a vitória do Liverpool sobre o Wigan por 2 a 1. O sistema com Steven entre os meias e os zagueiros adversários estava mais conhecido do que Pelé em Georgetown. N'Gog, acredite, e Fernando Torres, que entrou no segundo tempo, fizeram o mundo se lembrar que os Reds às vezes conseguem ganhar jogos.

Tottenham 3 x 0 Manchester City. Na noite seguinte à da insônia de Benítez, Sylvinho certamente passou pelo mesmo problema. Aaron Lennon, titular de Capello, não deixou o brasileiro respirar. Kranjcar, com dois gols, também mandou muito bem. Para não perder o costume, Jermain Defoe arrumou mais uma finalização clínica e chegou a seu 13º gol no campeonato, alinhando-se a Drogba na tabela de artilheiros. E o Manchester City? Os Sky Blues estiveram completamente apagados, especialmente no segundo tempo. O pálido Robinho é a figura emblemática, e o esquema de Mark Hughes, com um pobre marcador (Nigel de Jong) e Barry em péssima fase, prova que não se sustenta defensivamente.

Imagem: Flickr

Mico McCarthy?

Ferguson e McCarthy não estão fazendo um pacto pelo título do United

No próximo domingo, o Wolverhampton recebe o Burnley no Molineux. O jogo já motiva uma das maiores polêmicas da atual temporada da Premier League. O treinador irlandês Mick McCarthy, do Wolverhamtpon, decidiu poupar dez titulares diante do Manchester United, na última terça-feira. A equipe de Alex Ferguson venceu facilmente por 3 a 0. McCarthy alegou que precisava fazer descansar seu time principal para a partida do fim de semana, um confronto direto na luta contra o rebaixamento (os Wolves ocupam a 18ª posição, enquanto o Burnley é o 13º).

McCarthy não é louco. Ele tomou a decisão pensando na própria experiência contra equipes do Big Four em 2009/10. Diante de Arsenal (no Molineux) e Chelsea (no Stamford Bridge), foram duas goleadas por 4 a 0. Antes do último final de semana, o Wolverhampton certamente planejava suas duas partidas seguintes com relativo pessimismo. A equipe enfrentaria fora de casa o Tottenham e o Manchester United. Qualquer ponto conquistado nesse par de jogos seria fantástico. Os Wolves foram a Londres, surpreenderam a Inglaterra e venceram por 1 a 0 o time de Aaron Lennon e Jermain Defoe. Kevin Doyle marcou um gol bem no início do encontro, e os Spurs impuseram ao Wolverhampton uma pressão que exigiu muito desgaste defensivo.

Com o planejamento para os dois difíceis confrontos superando as expectativas, McCarthy entendeu que o time não tinha nada a perder contra o conjunto de Alex Ferguson. Preservar sua equipe titular não representou pura falta de confiança nos jogadores. Foi apenas uma atitude racional de quem sabia que, após sofrer goleadas de Arsenal e Chelsea, seria muito complicado arrancar um ponto do United em Old Trafford. A Premier League investiga o caso, como sempre deve fazer diante de situações polêmicas. Entretanto, a menos que surja um fato comprometedor, a atitude do treinador dos Wolves parece válida

A BBC, através das palavras do jornalista Phil McNulty, mostra o outro lado da história. O articulista cita o exemplo do adversário do Wolverhampton no domingo para contestar Mick McCarthy. Ontem, o Burnley recebeu o Arsenal e empatou por 1 a 1. O treinador Owen Coyle, como já era esperado, não copiou a ideia de McCarthy e mandou a campo os seus titulares. Por isso, muitos (especialmente McNulty) dizem que os pequenos clubes "não devem levantar a bandeira branca" quando enfrentam equipes do Big Four - ainda Chelsea, Manchester United, Arsenal e Liverpool.

Concordo. É óbvio que, sempre de acordo com suas possibilidades, as equipes menores têm a obrigação de dificultar a vida dos grandes. O próprio Burnley já venceu o Manchester United na segunda rodada. E aqui entra um outro ponto fundamental. A campanha dos Clarets em casa é excelente. São cinco vitórias, três empates e uma derrota no Turf Moor, desempenho que sustenta o time fora da zona de rebaixamento. Sendo assim, Owen Coyle simplesmente decidiu apostar no que acreditava.

McCarthy, por outro lado, preferiu pensar nos seus planos. O passado, cumprido através da excelente vitória contra o Tottenham, e o futuro, em que o jogo contra o Burnley e a condição física dos seus atletas são cruciais na desgastante sequência de jogos que a Premier League sempre impõe nesta época do ano.

Observação: ainda hoje, o resumo da 17ª rodada.

Foto: Getty Images

15 de dezembro de 2009

Mestre do improviso em apuros

O diretor de teatro David Moyes perdeu seus melhores atores do fundo do palco

Antes de a temporada começar, havia expectativas muito distintas para as cidades de Liverpool e Birmingham. O Liverpool, atual vice-campeão inglês, era apontado por muitos como o grande favorito para a conquista desta edição da Premier League. O Everton, que chegou à quinta colocação em 2008/09, tinha boas perspectivas para repetir a campanha. Por outro lado, do segundo maior aglomerado urbano inglês não chegavam visões otimistas. O Birmingham City voltava da divisão de acesso, e o Aston Villa perdia seu organizador: Gareth Barry.

No entanto, a real situação é completamente diferente. A cidade de Liverpool "conquistou" até agora 41 pontos em 32 jogos contra incríveis 59 pontos em 34 partidas de Birmingham. No próximo domingo, o Everton recebe o Birmingham num jogo em que não pode ser considerado favorito. Afinal, o conjunto de Alex McLeish chegou hoje à quinta vitória consecutiva e saltou para a fantástica sexta posição. Além disso, ainda que após empates diante de Tottenham e Chelsea, o momento dos Toffees é terrível, digno de uma postagem dedicada exclusivamente a ele.

Aquele time da temporada passada que fez excelente campanha na Premier League e disputou a final da Copa da Inglaterra não existe mais. O prestigiado treinador David Moyes fez o conjunto funcionar por muito tempo sem nenhum atacante. Com Fellaini e Cahill se revezando à frente em virtude das contusões de Saha e Yakubu, Moyes apostou num autêntico 4-6-0, que, com muito esforço, transformava-se num 4-5-1. O esquema fez da defesa azul uma muralha, e o ataque, de certa forma, conseguia se arrumar à custa da força física dos meias belga e australiano.

David Moyes provava em 2008/09 que sabe lidar com profundas limitações. Neste campeonato, porém, ele se atrapalhou. O Everton é hoje o 15º colocado com vergonhosos 17 pontos em 16 partidas. Na Liga Europa, os Toffees levaram um banho do Benfica na fase de grupos: 7 a 0 no placar agregado. A explicação para a péssima fase passa por números fundamentais: na temporada anterior, o time levou 37 gols em 38 jogos. Nesta, Tim Howard já foi 30 vezes vazado em apenas 16 partidas. Na média, a equipe concede aos adversários o dobro dos gols que costumava sofrer.

Tudo está bem claro. O Everton perdeu Joleon Lescott, seu principal defensor, para o Manchester City. Neste momento, todos os zagueiros centrais do elenco principal estão contundidos. Sem contar com Jagielka, Distin e Yobo, Moyes precisa apelar para combinações indigestas. Diante do Tottenham, a equipe atuou em 70% do tempo com dois laterais-direitos no miolo da zaga: Tony Hibbert (que é fraco até na lateral) e Lucas Neill. Contra o Chelsea, Heitinga foi adaptado na posição e jogou ao lado de Neill.

A solidez caiu por terra, e Moyes teve de abandonar sua mentalidade defensiva, visto que precisava de gols para compensar o peneirão em que se converteu sua zaga. Curiosamente, a equipe conquistou melhores resultados - os dois últimos empates, em jogos difíceis - quando se arriscou mais. Louis Saha já marcou dez gols na Premier League, está em ótima fase e, acompanhado por Jô ou Yakubu, tem conseguido incomodar os adversários.

Mesmo sendo uma espécie de mestre do improviso, um estrategista que sabe contornar falhas no elenco, Moyes não pode fazer Neill ou Hibbert virarem zagueiros centrais competentes. Ele soube superar dificuldades ofensivas, mas as defensivas lhe saem muito caro. Fellaini e Cahill são ótimos trombadores, ganham jogadas no aspecto físico, mas não têm tanto talento para marcar e, pior do que isso, enfrentam dificuldades quando precisam assumir a responsabilidade da criação.

O conjunto se perde com os dois pelo meio e, sem Osman e o eternamente lesionado Arteta, não consegue ser efetivo na distribuição de bolas mais agudas. Como o sistema de marcação está falho, o time entra em colapso. Infelizmente para David Moyes, a solução é abrir o time e tentar superar a constante avalanche de gols dos adversários. O treinador dos Toffees vive um pesadelo por ter de se adaptar a sua nova realidade e adotar filosofia semelhante à de Jair Picerni.

Imagem: Daily Mail

14 de dezembro de 2009

Podcast - Rodada 16



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10 de dezembro de 2009

A íntima relação entre gols e janeiro

Elizabeth II segue para a Espanha e deve acertar com van Nistelrooy

Janeiro será um mês de revelações na Premier League. A partir das manobras no mercado de transferências, conheceremos os clubes afundados na miséria, os dispostos a cometer loucuras por uma posição melhor e, especialmente, os treinadores mais inocentes na elaboração dos elencos durante o verão europeu.

No último quesito, os mais espertalhões foram as raposas felpudas Harry Redknapp, do Tottenham, e Alex Ferguson, do Manchester United. Os elencos de Spurs e Red Devils não têm carências evidentes. O United só vai atrás do experiente zagueiro Sol Campbell porque um cometa passou sobre Manchester e lesionou simultaneamente Ferdinand, Vidic, Evans e Brown. O plantel do Manchester City também é abastado, porém em virtude do infinito dinheiro à disposição. Mark Hughes não parece ser um gestor de recursos comparável a Max Gehringer.

Mesmo Carlo Ancelotti, do Chelsea, parece ter cometido um erro. Ele terá de inventar um companheiro para Anelka durante a Copa das Nações Africanas, quando Drogba e Kalou estarão em Angola. Para tanto, pode confiar mais no excelente jovem Daniel Sturridge, ex-Manchester City, ou adotar o 4-3-3 com Joe Cole e Malouda pelas pontas. E, obviamente, orar para Anelka manter-se saudável.

Os campeões da inocência, porém, são Arsène Wenger e Rafa Benítez. A princípio, os times de Arsenal e Liverpool são ótimos. Ambos têm meias criativos e conseguem se sustentar com apenas um atacante. O problema é que os centroavantes em questão, dos quais os conjuntos dependem demasiadamente, são Robin van Persie e Fernando Torres, que às vezes parecem sofrer de osteoporose precoce.

Conforme todos previam, os dois enfrentam lesões relativamente graves. Resultado? Os Gunners (não) se viram com Eduardo, Bendtner e o anão de jardim Arshavin, enquanto os Reds descarregam toda a responsabilidade por gols nas costas do pálido francês David Ngog.

Por isso, as duas equipes já procuram reforços ofensivos. O capitão do Arsenal, Francesc Fàbregas, pede um centroavante "com as características de Didier Drogba". Sem chance de contratar alguém tão competente, Wenger pensa no francês André-Pierre Gignac (Tolouse), que se destacou em alguns jogos pela seleção de Raymond Domenech, e no poste Carlton Cole, do West Ham.

O Liverpool, por sua vez, tem objetivos mais humildes. Após cogitar o competente uruguaio Luís Suárez, do Ajax, Rafa Benítez já se contentaria com uma iminente troca interna: o descontente holandês Ryan Babel iria para o Tottenham, e o encostado russo Roman Pavlyuchenko jogaria em Anfield Road.

Contudo, como as coisas em janeiro não funcionam tão abertamente quanto em agosto, todas as equipes da Premier League que precisam de um atacante (segundo rumores, Liverpool e Arsenal em menor escala) concentram-se num mesmo objetivo: Ruud van Nistelrooy, jogado para escanteio no Real Madrid após uma dúzia de lesões. A Inglaterra quer de volta a antiga máquina goleadora do Manchester United. Parece até questão diplomática.

Além de Reds e Gunners, estariam interessados no holandês Sunderland (com Kenwyne Jones e Darren Bent, é difícil de entender), Fulham, Blackburn, Bolton e Birmingham. Chamo a atenção para o Birmingham, do excelente treinador escocês Alex McLeish. Se ele conseguir acrescentar van Nistelrooy a seu humilde, porém disciplinado elenco, uma vaga na próxima Liga Europa pode ser um objetivo real, ainda que estranho. Por ora, os Blues ocupam a nona posição.

O West Ham, muito abaixo das expectativas, prepara uma aposta alternativa. O treinador italiano Gianfranco Zola, talvez pensando na possível perda de Carlton Cole (ou em sua atual contusão), estuda a contratação de Adriano, do Flamengo. Seria gratuita, mas também inusitada. Associar o Imperador à exigência londrina de pontualidade e disciplina não é uma fórmula das mais seguras.

Mas ele pode acertar em cheio, sim. Os Hammers têm excelentes valores que atuam pelos lados do campo: Hines, Stanislas, Diamanti, Behrami e Jiménez. Esses jogadores serão ainda mais úteis se criarem jogadas para Adriano, um finalizador de primeira classe. Caso Carlton Cole fique, melhor ainda! Seria uma nova edição das torres gêmeas, à moda San Antonio Spurs nos tempos de Tim Duncan e David Robinson.

Diante disso, é impossível dissociar o mês de janeiro de um eventual aumento no número de gols de algumas equipes. As principais carências dos elencos da Premier League são ofensivas, e o mercado de inverno promete adicionar atacantes à competição. Que Terry, Vidic, Lescott, Skrtel e Vermaelen estejam preparados.

Imagem: O Globo

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9 de dezembro de 2009

Owen refresca memória dos chefes

Sacou, Fergie?

O atacante Michael Owen, do Manchester United, notabilizou-se não apenas por sua excelente média goleadora, mas também por desempenhos históricos. Quem não se lembra do fantástico gol contra a Argentina na Copa de 1998? Sua capacidade para marcar ficou especialmente clara em 2001, quando recebeu a Bola de Ouro da Revista France Football. Seu principal momento no ano foi o incrível hat-trick contra a Alemanha, em Munique, pelas eliminatórias europeias para a Copa do Mundo.

Na iminência de completar 30 anos, Owen chegou ontem ao 14º hat-trick da carreira. A vitória por 3 a 1 diante do Wolfsburg garantiu ao Manchester United o primeiro lugar em seu grupo na Champions League. Seu último hat-trick havia sido em dezembro de 2005, na vitória por 4 a 2 do Newcastle sobre o West Ham. Na Liga dos Campeões, Owen tinha marcado três gols numa partida pela última vez quando ainda era jogador dos Reds, em 2003, no triunfo por 3 a 1 do Liverpool sobre o Spartak Moscou.

A princípio, Michael tinha tudo para não conseguir seus objetivos imediatos, que parecem atrelados a mais minutos pelo United e uma vaga no grupo que Fabio Capello levará à África do Sul em 2010. Alex Ferguson tem usado na Premier League um esquema com atacante único. Obviamente, o eleito sempre é Wayne Rooney. Mesmo que o escocês desista da ideia, Owen ainda precisa enfrentar dura competição com o búlgaro Dimitar Berbatov. No que concerne ao English Team, o treinador italiano não fecha as portas ao artilheiro, mas ressalta que ele precisa "jogar bem (e isso também significa muito tempo) e marcar gols".

Sua complicada situação no elenco dos Red Devils parecia incompatível com qualquer chance de disputar a Copa. Mas, aliando histórico e experiência a seu atual desempenho, Owen pode, de fato, reerguer sua carreira. Quarto artilheiro do English Team em todos os tempos com 40 gols em 89 jogos (perde apenas para Bobby Charlton, Gary Lineker e Jimmy Greaves), o atacante já foi sete vezes o capitão da Inglaterra. Ademais, o camisa 7 do United tem aproveitado todos os minutos em campo e enfrentou apenas uma leve lesão desde agosto, algo importante quando pensamos no tempo que Owen já perdeu em virtude de problemas físicos.

Se o épico gol contra o Manchester City serviu para a torcida do United se esquecer do passado no Liverpool, o hat-trick de ontem faz Alex Ferguson e Fabio Capello se lembrarem de sua existência. O treinador escocês já elogiou o atacante de maneira enfática, destacando sua capacidade de finalização e posicionamento, além da melhora recente nos treinos. A Inglaterra agora aguarda um posicionamento do comandante italiano. E espera que ele não leve Emile Heskey para a Copa em detrimento de Michael Owen.

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Imagem: The Telegraph

7 de dezembro de 2009

Podcast - Rodada 15



Observação: Jimmy Bullard, do Hull City, sofreu uma lesão no joelho que deve afastá-lo do futebol por sete semanas.

Para conferir a classificação do campeonato, acesse o site oficial da Premier League.

4 de dezembro de 2009

Magia francesa

Em dia marcado pelo sorteio dos grupos da Copa, o personagem mais controverso das eliminatórias não poderia ficar de fora deste espaço. Thierry Henry é um atacante francês nascido no dia 17 de agosto de 1977, no subúrbio de Paris.

O craque, hoje do Barcelona e da seleção da França, não pode nem deve ser lembrado pelo lance frente à seleção da Irlanda. Henry é bem mais do que isso. Dono de uma capacidade ímpar para finalizar, ele ajudou (se não carregou) o Arsenal de Wenger a levar o título invicto da Premier League 2003/04.

Henry iniciou sua carreira jogando pelo Mônaco, em 1994, já ao lado de Arsène. Jogou inicialmente como ala-esquerdo, marcando três gols em 18 jogos em sua primeira temporada. Já como atacante, ele não só levou a equipe ao título na temporada 1996/97, como também foi eleito o Jogador Jovem Francês do Ano em 1996. Suas boas atuações o levaram a fazer parte da seleção francesa campeã do mundo em 1998.

Após a Copa do Mundo, transferiu-se para a Juventus, da Itália, pela bagatela de £10,5 milhões. Pela equipe italiana, jogou apenas seis meses, mudando para o Arsenal, onde colocaria seu nome entre os grandes do futebol.

Questionado no início de sua primeira temporada por ficar 10 partidas sem marcar, deu a volta por cima e terminou a época com 26 gols. As belas e fortes arrancadas e a precisão na finalização fizeram de Henry um dos grandes nomes do futebol mundial. Pelos Gunners, ele levou o título de duas edições da Premier League, três da FA Cup e ainda carregou o time à final da Liga dos Campeões em 2006. Seu prestígio lhe rendeu a faixa de capitão e o posto de ídolo eterno do clube. Henry é também o maior artilheiro da história da agremiação londrina.

Thierry ainda disputou duas Copas enquanto jogador do Arsenal, em 2002 e 2006. Mas o casamento bem-sucedido com os Gunners acabou em junho de 2007, quando se transferiu para o Barcelona por £16,1 milhões. Jogando agora pela equipe espanhola, chegará à sua quarta Copa do Mundo, após a polêmica classificação diante da Irlanda.

Thierry Henry tem seu nome garantido na história do futebol por tudo que fez até o momento e, com certeza, pelo que ainda fará. Como segundo melhor jogador mundo em duas ocasiões (2003 e 2004), Henry pode se dizer um injustiçado, pois merecia o título após seu épico desempenho na temporada 2003/2004.

Pela categoria e pelo incrível talento para o gol, Henry será lembrado sempre como um dos melhores atacantes de todos os tempos. Aos 32 anos, espera-se que tenha ainda muita lenha para queimar, seja no Barcelona ou em qualquer outro clube desse imenso mundo da bola.


2 de dezembro de 2009

Azar da Copa


Comandada pelo experiente italiano Giovanni Trapattoni, a seleção irlandesa merecia uma lugar na próxima Copa do Mundo. Não falo de acrescentar uma nação ao torneio ou de impugnar a vaga francesa por conta do escandaloso toque na mão de Thierry Henry.

Ora, o futebol precisa conviver com imprevistos, ainda que sejam motivados por erros bisonhos. Desde que não impostos por má-fé, resultados são sagrados. O quarto lugar da Coreia do Sul em 2002 foi, certamente, mais "sujo" do que a classificação francesa, e ninguém pretende anulá-lo.

Refiro-me, então, à boa qualidade da seleção irlandesa, superior à de vários conjuntos europeus classificados, como Eslováquia, Eslovênia, Suíça e, arrisco-me a dizer, Grécia. Há mais de dois anos sem seu jogador com mais recursos técnicos, o time se sustenta à custa de um esquema sólido e da evolução tática e técnica de seus jogadores.

Nesse sentido, a Irlanda atua como se fosse uma equipe média da Premier League: todos os titulares jogam na Inglaterra, sendo que apenas o zagueiro Sean St. Ledger (Middlesbrough) não se exibe na principal divisão do futebol inglês.

O goleiro é o melhor da Premier League há muito tempo. Shay Given, do Manchester City, é ágil, mentalmente forte e, com atuações magníficas, capaz de garantir resultados positivos. Apoiam-no no sistema defensivo o lateral John O'Shea, que tem sido a primeira opção de Ferguson no Manchester United, e o experiente David Dunne, ex-capitão do Manchester City e atual peça de segurança na retaguarda do Aston Villa.

O bom St. Ledger, de vários serviços prestados ao Preston North End, e o polivalente Kevin Kilbane, do Wigan, não são exatamente estrelas internacionais, mas servem de ótimo complemento à defesa.

O meio-de-campo, como subentendido, poderia contar com Stephen Ireland, do Manchester City. Entretanto, não há tanto a lamentar: Glenn Whelan, do Stoke City, é ótimo marcador, enquanto Darron Gibson, do Manchester United, seria uma grande promessa para a Copa. Basta recordar os dois gols que marcou ontem, pela Carling Cup, em partida diante do Tottenham.

Pelos lados, há mais alternativas. Trap pode contar com o experimentado Damien Duff, hoje no Fulham, e Lian Lawrence, right winger do Stoke City, para a equipe titular. Stephen Hunt, do Hull City, e Andy Reid, do Sunderland, também são ótimas opções.

No ataque, o capitão Robbie Keane parece sempre pronto para assumir responsabilidades. Com 41 gols, o líder do Tottenham é o artilheiro da história da seleção irlandesa. A frieza ao marcar contra a França denuncia sua importância. Seu companheiro é Kevin Doyle, atualmente no Wolverhampton. Pelo Reading, ele impressionou na Premier League 2006/07, quando marcou 13 vezes.

Os irlandeses são, portanto, mais do que um bando de reivindicadores de vaga na Copa ou de coitadinhos injustiçados, conforme a crítica mundial os têm tratado. Quem gosta de aplicação tática e eficiência em contra-ataques sentirá falta da Irlanda em 2010. Você se lembra do sofrimento que a equipe impôs aos espanhóis nas oitavas-de-final em 2002? Pois bem. A ausência dos Boys in Green na África do Sul é, antes de tudo, um azar da Copa.

Foto: The Guardian

30 de novembro de 2009

Podcast - Rodada 14



Para conferir a classificação do campeonato, acesse o site oficial da Premier League.

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27 de novembro de 2009

Barba, cabelo e, especialmente, bigode

No futebol, metas coletivas vêm em primeiro lugar. A menos que os jogadores sigam uma espécie de Robinho Way of Life, para o qual a única coisa que realmente importa é ser o melhor do mundo. De todo jeito, um dos fatores que satisfazem o ego dos atacantes é, sem dúvida, ocupar o topo da artilharia nos mais diversos âmbitos. Assim, Ian James Rush não precisa reclamar de sua carreira no futebol.

Estamos falando de um dos grandes jogadores galeses de todos os tempos. Ele é simplesmente o maior artilheiro da seleção do País de Gales (28 gols), do Liverpool (346 gols) e do Merseyside Derby, o clássico entre Everton e Liverpool (25 gols). Um verdadeiro hat-trick para o sujeito do bigode mais bacana - embora ele não o tenha mantido após a aposentadoria - da história recente do futebol inglês.

Curiosamente, quando criança, Rush era um fervoroso torcedor do Everton. Algo um tanto comum, visto que Steve McManaman, Robbie Fowler e Jamie Carragher, alguns dos maiores símbolos contemporâneos dos Reds, passaram pela mesma situação durante a infância. Esse assunto, aliás, renova-se sempre que o clássico da terra dos Beatles está para acontecer. Fãs das duas equipes, que enfrentam profundas crises, mal podem esperar o próximo domingo para assistir a um potencial início de ressurreição na temporada.

Para tanto, o Liverpool adoraria poder contar com Ian Rush. Mas ele já encerrou sua carreira há nove anos. Durante suas 21 temporadas como profissional, o galês passou 15 em Anfield Road. Na primeira etapa como ídolo scouser, após o início no Chester City, o atacante viveu seu auge. Foram 224 partidas e incríveis 139 gols entre 1980 e 1987. Daí, como forma de reaproximação entre os Reds e a Juventus após a tragédia de Heysel, Rush partiu para um desafio no futebol italiano. Na Vecchia Signora, porém, ele acabou por decepcionar, marcando apenas sete gols em 29 jogos.

Mentalmente forte, Rush calou seus críticos italianos em junho de 1988. A dois anos da Copa na Itália, o atacante marcou o único gol da histórica vitória galesa num amistoso contra a Azzurra, em Brescia. O feito de Ian soou como uma demonstração de capacidade no momento de sua despedida do Calcio. Rush voltou para casa. Em sua segunda passagem pelo Liverpool, que durou oito anos, marcou 90 gols em 245 jogos.

A foto ao lado, que mostra uma homenagem de torcedores do Liverpool ao ídolo através do uso de bigodes postiços, prova a importância de Rush para os Reds. Em 100 players who shook the Kop, uma espécie ranking popular dos maiores jogadores da história do clube, o galês ficou atrás apenas do escocês Kenny Dalglish - chamado de King Kenny pelos scousers - e do atual capitão, Steven Gerrard.

Nos últimos quatro anos de carreira, Rush passou discretamente pelos ingleses Leeds, Newcastle, Sheffield United e Wrexham e o australiano Sydney Olympic. Entretanto, sua marca no Liverpool é muito mais forte do que qualquer outro fator em sua trajetória. Afinal, seus gols ajudaram os Reds em cinco conquistas no Campeonato Inglês e duas na antiga Copa Europeia. Por isso, os torcedores celebram tanto o desempenho de Fernando Torres no clube, um alento após a aposentadoria de Ian Rush, a decadência de Robbie Fowler e a decepção com Michael Owen.



Imagens: IC Network, Blogs/Warwick

Observação: a mudança para um layout mais simples deve-se aos problemas por que passamos com o modelo anterior. Obrigado pela compreensão.

25 de novembro de 2009

Rock 'n Roll

Futebol e música são duas das paixões mundiais. No Brasil, o pagode chama a atenção dos jogadores, e a recíproca é verdadeira. Na Inglaterra, o esporte cativa os responsáveis por um som mais pesado e de sucesso por todas as partes do mundo. Muitos roqueiros britânicos demonstram sua paixão por determinados clubes da Premier League.

A banda The Who, dos anos 60, que tem uma simpatia pelo Arsenal, é representada pelo seu vocalista, Roger Daltrey. Como apaixonado pelo clube londrino, tinha de ser Daltrey a prestar homenagem ao clube na última partida disputada na antiga casa dos Gunners, o Highbury. O vocalista interpretou uma canção para o clube chamada "Highbury Highs". E não é apenas The Who que tem integrantes fãs do futebol do Arsenal. David Gilmour, guitarrista do Pink Floyd, e Jhonny Rotten, vocalista do Sex Pistols, também são ilustres torcedores da equipe de Arsène Wenger. Roger Glover, baixista do Deed Purple, é mais um fã do clube vermelho de Londres.

Os britânicos do Iron Maiden também se destacam quando o assunto é futebol. Talvez o roqueiro mais "futebolista" seja o baixista Steve Harris, que chegou a jogar pelas categorias de base do seu clube do coração, o West Ham. O Newcastle United busca no Iron um fã de seu futebol: Janick Gers. O Tottenham também tem uma contribuição na torcida: Dave Murray. O guitarrista Adrian Smith torce pelo poderoso Manchester United. Bruce Dickson, o vocalista, também é um amante do futebol, mas tem sua paixão fora da terra da rainha: o Glasgow Rangers.

Os Blues de Abramovich têm também seu fã clube do metal: Jimmy Page, guitarrista do Led Zeppelin. A banda dos anos 70 possui ainda um torcedor do Wolverhampton, Robert Plant - o vocalista. Ele divide a torcida com Glen Hughes, que cedeu seu talento a Deep Purple e Black Sabbath. Esta banda tem suas atenções voltadas para a cidade de Birmingham, sua terra de origem. A paixão do baixista e do vocalista (Geezer Butler e Ozzy Osbourn, respectivamente) é o Aston Villa, clube que chegou a ter seu nome envolvido em especulações de compra por Butler, que logo desmentiu o boato.

O modesto Queens Parks Rangers (atualmente na segunda divisão) também tem em sua torcida um membro do Deed Purple: Ian Gillan, vocalista. Outro integrante do Deed que também faz questão de demonstrar sua paixão é o tecladista Don Airey, torcedor do Sunderland.

O lado azul de Manchester conta com a força dos irmãos Liam e Noel Gallagher, do Oasis. Apaixonados pelo City, não deixaram passar em branco nem mesmo a recusa de Kaká em fazer parte da equipe. Em show realizado em Milão dedicaram a música Don't Look Back in Anger (Não olhe para trás com raiva) ao craque brasileiro.

Apesar de não ser um roqueiro como os demais, um ilustre cantor fanático por futebol não poderia ficar de fora dessa lista: Elton John. Fã do Watford, Elton tornou-se proprietário do clube em 1976, tornando-se uma espécie de presidente vitalício. A paixão continua, mas divergências com os administradores o fizeram renunciar ao cargo.

Para encerar esse papo sobre a paixão dos roqueiros britâncios pelo futebol, não poderia deixar de falar do maior nome de todos os tempos do rock mundial: The Beatles. Em meio a diversas versões sobre o clube que teria conquistado os garotos de Liverpool, não é possível afirmar se Everton ou Liverpool têm sua preferência. Mas o que realmente importa é que os ídolos do mundo do rock também se renderam ao charme e à força do futebol inglês. Assim, a Premier League segue conquistando cada vez mais fãs, famosos ou anônimos, mas todos apaixonados pelo melhor campeonato de futebol do planeta.

23 de novembro de 2009

Podcast - Rodada 13

Podcast Ortodoxo e Moderno"






Participação especial: Breiller Pires, do Rola Blog.

Roteiro:
- Comentários relativos a todos os jogos da décima-terceira rodada
- Balanço do primeiro terço da competição, com a contribuição de Breiller Pires.

Para conferir a classificação do campeonato, acesse o site oficial da Premier League.

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20 de novembro de 2009

The Human Wall

Bradley Howard Friedel, ou simplesmente Brad Friedel. nasceu no dia 18 de maio de 1971. O goleiro norte-americano de 38 anos é considerado por muitos velho demais para o futebol. Contrariando essas pessoas, Friedel é recordista em número de partidas consecutivas pela Premier League.

Praticou esportes como futebol, basquete e tênis em sua adolescência. Iniciou como futebolista jogando de atacante, mas foi mesmo no gol que se destacou. Jogando pela Universidade da Califórnia - UCLA, foi eleito o melhor goleiro dos Estados Unidos em 1991 e 1992. O bom desempenho o fez sair cedo da UCLA e partir para o futebol profissional.

Tentou iniciar a carreira jogando pelo Nottingham Forest, mas foi impedido por não obter a licença de trabalho britânica. Assim, assinou contrato com a Federação de Futebol dos Estados Unidos para ser atleta exclusivo do time nacional e, em 1994, participou da Copa do Mundo disputada em seu país.

Após o fim da competição, partiu em busca de um clube e passou a integrar o Newcastle United como atleta universitário - já que não obteve a licença mais uma vez. Depois, partiu para a Dinamarca para jogar pelo Brondby IF. Após vários meses jogando pelo clube voltou ao seu país para se preparar com sua seleção para a Copa América de 1995.

Terminada a Copa América, rumou novamente para a Inglaterra e tentou atuar pelo Sunderland, quando teve novamente a licença negada. Foi parar então no Galatasaray, da Turquia, onde jogou até julho de 1996, quando se transferiu para o Columbus Crew, de sua terra natal. Pelo Columbus, foi eleito o melhor goleiro da temporada de 1997 e fez parte do MLS Best XI.

Já consolidado como o grande goleiro do país, alçou novos voos e, enfim portando a licença para trabalhar no Reino Unido, foi para Liverpool, jogar pelos Reds, estreando no dia 28 de fevereiro do 1998. Após três temporadas e 30 jogos na terra dos Beatles e com duas Taça UEFA disputadas, acabou por amargar a reserva e transferir-se gratuitamente em novembro de 2000 para o Blackburn Rovers, time pelo qual jogou mais tempo.

Com atuações seguras e de alto nível, ajudou os Rovers a conquistarem o acesso à Premier League e por lá permanecerem. Friedeu obteve o título de Homem do Jogo na partida final da Liga em 2002 frente ao Tottenham. Outro exemplo de sua competência está o elogio recebido do treinador Gordon Strachan, também em 2002, que o comparou ao Superman: "Eu não ficaria surpreso se, quando ele tirar sua camisa, houver outra azul com um 'S' por trás dela", afirmou.

O goleiro seguiu jogando em altíssimo nível e foi eleito na temporada 2002/03 para a seleção do campeonato. As boas atuações lhe renderam mais uma participação em Copa do Mundo, em 2002.

Depois de renovar contrato com o Blackburn em duas ocasiões, em 2006 e 2008, declarando amor ao clube, acertou com o Aston Villa, pelo qual tem jogando e quebrado recordes. No dia 31 de outubro de 2009, atingiu a marca de 200 partidas consecutivas pela Premier League e se tornou o jogador com o maior número de jogos seguidos pela competição. Agora, ele já soma 201 aparições em sequência.

Pela seleção nacional, Fiedel disputou três Copas do Mundo e 82 partidas ao todo e recebeu o apelido dos torcedores: The Human Wall (a muralha humana)! Anunciou sua aposentadoria da seleção em 7 de fevereiro de 2005.

Aos 38 anos de idade, Friedel continua em ótima forma e mostra que, apesar da idade, é capaz de seguir fazendo a diferença em campo e ajudando o Villa a fixar maiores objetivos nessa temporada.