Soa um tanto reducionista, mas um simples exercício seria interessante para mensurar o que a Inglaterra pode fazer contra a Alemanha. Pense na formação principal de Joachim Löw. Quantos dos alemães seriam titulares com Fabio Capello, no English Team? Você pode divergir, mas a lógica aponta, no máximo, para Neuer, Lahm, Schweinsteiger e Özil. Ainda assim, o jovem conjunto de Löw, com alguns dos campeões europeus sub-20 de 2009 (o placar da decisão, por sinal, foi 4 a 0 sobre a Inglaterra), fez primeira fase superior à dos ingleses - o que, convenhamos, não exigiu tanta inspiração.
Fato é que o empate contra a Argélia produziu um desequilíbrio das forças do universo. A Inglaterra, que, se primeira colocada do grupo, seria clara favorita para chegar às semifinais, meteu-se em um covil ao lado de Alemanha, Argentina, Espanha e Portugal na corrida por um posto na final. Contudo, a sólida exibição contra a Eslovênia, inspirada pelas óbvias soluções implementadas por Fabio Capello, dão combustível à crença dos ingleses. A morosidade na primeira fase não provocou uma tragédia anunciada. Se repetir, estendendo a todo o jogo, os melhores momentos do triunfo contra os eslovenos, a Inglaterra pode vencer a Alemanha, sim.
Se não escalou Hart, pelo menos Capello sacou Green, que, claramente, não estava minimamente confiante. E existe aquele outro fator, negligenciado por vários treinadores: o desempenho na temporada. Com quatro falhas decisivas, o goleiro do West Ham foi o jogador que mais concedeu gols aos adversários durante a edição 2009/10 da Premier League. A atitude, por ora, deu muito certo: James está seguro. Nas laterais, Johnson melhorou muito e já rende mais do que em qualquer momento da temporada no Liverpool, enquanto Cole demonstra a consistência de sempre. Ambos terão papel fundamental na marcação a Müller e Podolski. Assim como Terry, que, após um jogo sensacional contra a Eslovênia, deve ser suficiente para conter Klose.
No meio, o retorno de Barry não acrescentou tanto por conta de seu parco ritmo de jogo. Mesmo assim, ele vai precisar retormar sua melhor forma contra os alemães e ajudar a dupla de zagueiros na árdua tarefa de acompanhar Özil, que deve jogar entre ele e Terry-Upson (ou, infelizmente, Carragher). Entretanto, a simples presença de Gerrard na esquerda já fez Lampard jogar mais. Ainda que deslocado, o capitão, por sinal, é o melhor jogador inglês na Copa. A herança da faixa lhe roubou a habitual timidez pelo English Team. Ao lado de Ashley Cole, Gerrard será fundamental no duelo, nas duas extremidades do campo, contra Lahm, o capitão e peça mais regular da engrenagem germânica. Os meias ingleses também podem levar vantagem no confronto com os volantes Khedira e Schweinsteiger, que não têm tanta vocação defensiva.
Do outro lado, ao mesmo tempo, a infortuna e o trunfo ingleses. Se estivesse em forma, a velocidade de Lennon seria fundamental para explorar as fraquezas de Badstuber. Entretanto, sua ausência não é motivo para tantas lamentações. Ainda que mais acostumado à faixa central e ao lado esquerdo, Milner foi muito bem como right winger, e sua habilidade e precisão nos cruzamentos compensam o problema. À frente, Defoe deve perder todos os duelos aéreos contra Mertesacker e Friedrich, mas pode vencê-los, por baixo, através da capacidade de antecipação, como no gol diante dos eslovenos. Rooney, por sua vez, é suficientemente forte para brigar com a dupla defensiva alemã.
Não compro o pessimismo disseminado por aí no que se refere à seleção inglesa. Os dois primeiros jogos nada tiveram a ver com o excelente trabalho dos últimos dois anos. Apesar de equívocos na convocação e em escalações, Capello tem capacidade suficiente para perceber as falhas e fazer o time aprimorar a qualidade de seu jogo, mesmo em relação ao triunfo diante da Eslovênia - insistentemente citado neste post. A batalha contra os alemães será complicadíssima, especialmente porque alguns de seus jogadores - Podolski e Klose, notadamente - têm a incrível propriedade de crescer assustadoramente na Copa do Mundo. Mas a Inglaterra pode vencer, sim.
Imagem: The Mirror
Fato é que o empate contra a Argélia produziu um desequilíbrio das forças do universo. A Inglaterra, que, se primeira colocada do grupo, seria clara favorita para chegar às semifinais, meteu-se em um covil ao lado de Alemanha, Argentina, Espanha e Portugal na corrida por um posto na final. Contudo, a sólida exibição contra a Eslovênia, inspirada pelas óbvias soluções implementadas por Fabio Capello, dão combustível à crença dos ingleses. A morosidade na primeira fase não provocou uma tragédia anunciada. Se repetir, estendendo a todo o jogo, os melhores momentos do triunfo contra os eslovenos, a Inglaterra pode vencer a Alemanha, sim.
Se não escalou Hart, pelo menos Capello sacou Green, que, claramente, não estava minimamente confiante. E existe aquele outro fator, negligenciado por vários treinadores: o desempenho na temporada. Com quatro falhas decisivas, o goleiro do West Ham foi o jogador que mais concedeu gols aos adversários durante a edição 2009/10 da Premier League. A atitude, por ora, deu muito certo: James está seguro. Nas laterais, Johnson melhorou muito e já rende mais do que em qualquer momento da temporada no Liverpool, enquanto Cole demonstra a consistência de sempre. Ambos terão papel fundamental na marcação a Müller e Podolski. Assim como Terry, que, após um jogo sensacional contra a Eslovênia, deve ser suficiente para conter Klose.
No meio, o retorno de Barry não acrescentou tanto por conta de seu parco ritmo de jogo. Mesmo assim, ele vai precisar retormar sua melhor forma contra os alemães e ajudar a dupla de zagueiros na árdua tarefa de acompanhar Özil, que deve jogar entre ele e Terry-Upson (ou, infelizmente, Carragher). Entretanto, a simples presença de Gerrard na esquerda já fez Lampard jogar mais. Ainda que deslocado, o capitão, por sinal, é o melhor jogador inglês na Copa. A herança da faixa lhe roubou a habitual timidez pelo English Team. Ao lado de Ashley Cole, Gerrard será fundamental no duelo, nas duas extremidades do campo, contra Lahm, o capitão e peça mais regular da engrenagem germânica. Os meias ingleses também podem levar vantagem no confronto com os volantes Khedira e Schweinsteiger, que não têm tanta vocação defensiva.
Do outro lado, ao mesmo tempo, a infortuna e o trunfo ingleses. Se estivesse em forma, a velocidade de Lennon seria fundamental para explorar as fraquezas de Badstuber. Entretanto, sua ausência não é motivo para tantas lamentações. Ainda que mais acostumado à faixa central e ao lado esquerdo, Milner foi muito bem como right winger, e sua habilidade e precisão nos cruzamentos compensam o problema. À frente, Defoe deve perder todos os duelos aéreos contra Mertesacker e Friedrich, mas pode vencê-los, por baixo, através da capacidade de antecipação, como no gol diante dos eslovenos. Rooney, por sua vez, é suficientemente forte para brigar com a dupla defensiva alemã.
Não compro o pessimismo disseminado por aí no que se refere à seleção inglesa. Os dois primeiros jogos nada tiveram a ver com o excelente trabalho dos últimos dois anos. Apesar de equívocos na convocação e em escalações, Capello tem capacidade suficiente para perceber as falhas e fazer o time aprimorar a qualidade de seu jogo, mesmo em relação ao triunfo diante da Eslovênia - insistentemente citado neste post. A batalha contra os alemães será complicadíssima, especialmente porque alguns de seus jogadores - Podolski e Klose, notadamente - têm a incrível propriedade de crescer assustadoramente na Copa do Mundo. Mas a Inglaterra pode vencer, sim.
Imagem: The Mirror
2 comentários:
A Inglaterra, de fato, melhorou. Rooney, enfim, fez uma bela aparição e o meio-campo foi mais eficaz. Na frente, Capello finalmente sacou Heskey, e deu chance a Defoe, que aproveitou-a.
Mas a Alemanha não é a Eslovênia. É Alemanha. Tradição pura. Misturada com a juventude desta nova geração de jogadores, leves, rápidos e muito 0ofensivos. Ozil é a prova disso. Não sei, portanto, se a zaga inglês, sem Ferdinand, será páreo para o rapidíssimo ataque alemão.
Abraços, http://diarioesportivogolaco.blogspot.com
Estranhamente, Lucas, nem sequer ofereceu resistência. Abraço.
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