8 de outubro de 2010

O rei dos empates

Até agora, Mark Hughes consegue fazer um bom trabalho no Fulham, mas vai sendo marcado pelo excessivo número de empates conquistados pela equipe

No final de julho, Mark Hughes foi contratado pelo Fulham para ser o sucessor de Roy Hodgson. Uma tarefa extremamente ingrata: além de levar um clube que parecia apenas fazer hora extra na Premier League à sua melhor posição na história da competição - os Cottagers terminaram a temporada 2008-09 em sétimo -, Hodgson conseguiu colocar o time na final da Liga Europa na campanha seguinte, após bater times como Juventus, Wolfsburg e Hamburgo. Logo, a missão do galês era bem clara: manter a equipe num posto respeitável no cenário inglês tendo em mãos um time composto por bons jogadores, como Dempsey, Zamora e Schwarzer, mas limitado e sem grandes talentos individuais.

Porém, após sete rodadas, pode-se dizer que Hughes vem fazendo um bom trabalho. Até agora, seus principais méritos foram manter a base vencedora de Hodgson - uma equipe coesa e extremamente trabalhadora e disciplinada - além de não ter perdido na Premier League (apenas o Manchester United também está invicto na competição). A princípio, um ótimo desempenho inicial, principalmente para quem vem de um fracasso no milionário Manchester City.

Mas nem tudo são flores: se é verdade que a equipe ainda não perdeu, também é verdade que o Fulham só venceu uma vez na competição; todos os seus outros seis jogos terminaram empatados. É devido a esse retrospecto que o clube está apenas na décima posição, atrás, por exemplo, de clubes que já perderam três vezes e que estão entre as defesas mais vazadas do campeonato, como Aston Villa e Blackpool.

Analisando a tabela, o desempenho, embora bizarro, é até compreensível. Dos sete jogos disputados até agora, os Cottagers jogaram fora quatro vezes, conseguindo empates contra clubes do mesmo nível: Bolton, Blackpool, Blackburn e West Ham. Em casa, um empate a ser comemorado contra o poderoso Manchester United e uma vitória - suada, é verdade, contra o Wolverhampton. O único resultado a ser lamentado é o empate sem gols contra o Everton em Craven Cottage: além do fator casa, era preciso tirar proveito da pressão que os Toffees sofriam para conseguir um resultado positivo. Porém, afora isso, todos os resultados até aqui foram aceitáveis.

É necessário também entender que Mark Hughes enfrenta dificuldades para montar o seu ataque. O galês tem seus três melhores atacantes (Bobby Zamora, Moussa Dembele e Andrew Johnson) no departamento médico, sendo obrigado a escalar o fraco e limitado Eddie Johnson entre os titulares. Se a equipe já tinha uma leve dificuldade para marcar gls tendo um dos três contundidos no ataque, imagine sem nenhum a disposição.

O problema é que a tabela não dá tréguas ao Fulham. Os próximos jogos em casa, onde a equipe parece ter bem mais chances de conseguir os três pontos, preveem encontros contra Tottenham, Aston Villa e Manchester City, sendo que entre essas partidas ainda há um clássico contra o Chelsea a ser disputado em Stamford Bridge. Ou Hughes leva seu time a vitórias em jogos complicados ou continua colecionando pontos provenientes de empates, o que não é nada bom: uma derrota após consecutivos empates pode ter um efeito devastador, jogando o time para a parte de baixo da tabela e colocando uma pressão enorme em cima dos jogadores por resultados positivos.

Imagem: Mirror Football

2 comentários:

Cláudio Lopes disse...

Lembrando que o Hughes foi demitido do Manchester City ano passado justamente pela longa sequência de empates, acho que foram oito.

Eduardo Junior disse...

Leandrus, eu sou o Eduardo Jr do blog Futebol Europeu Online (http://europafootball.wordpress.com/) e gostaria de saber se vocês estão interessados numa troca de links

Comuniquem-me com a resposta e abraços