Mostrando postagens com marcador Fabio Capello. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Fabio Capello. Mostrar todas as postagens

26 de março de 2011

Escolha tardia

Fabio Capello só foi confiar em jogadores que deveriam ter ido à Copa de 2010 um ano depois

A vitória da Inglaterra sobre o País de Gales por 2 a 0, pelas Eliminatórias da Euro, não poderia ter sido mais tranquila. Sobrando em campo, os visitantes marcaram no começo do primeiro tempo, através de Lampard e Bent, e poderiam ter feito muito mais se não tivessem levado o restante do jogo em banho-maria. Pudera: enquanto os ingleses formavam um combinado do que se vê de melhor na Premier League, os galeses, sem Bale, machucado, estavam limitados um conjunto formado por jogadores da Championship e por coadjuvantes de equipes não mais que medianas da Premier League. O abismo era enorme.

De qualquer maneira, é bom ressaltar que a Inglaterra se saiu bem. Sem Gerrard, machucado, Fabio Capello teve menos dores de cabeça para montar seu setor ofensivo, podendo escalar Parker, Wilshere e Lampard no meio e Rooney e Ashley Young municiando Darren Bent no ataque. Com isso, o italiano teve a sua disposição um meio campo muito técnico e um ataque muito poderoso, numa formação parecida com a do Chelsea que pode e deve ser testada por algum tempo, principalmente quando o meia do Liverpool voltar de contusão.

Porém, o que chamou a atenção foi a escolha por Parker, Young e Bent. Os três vêm em grande fase há um bom tempo, pelo menos desde a temporada passada. Porém, foram estranhamente ignorados por Capello na época da Copa do Mundo, quando não foram incluídos entre os 23 jogadores que foram para a África do Sul. Estaria o italiano reparando o seu equívoco somente agora?

Veladamente, pode até ser que sim. Porém, a presença deles entre os titulares atualmente – e, é bom que se diga, jogando bem – só prova o quanto Capello errou durante toda a participação inglesa na Copa do Mundo. Ora, não precisava ser nenhum gênio para perceber que, por exemplo, Bent, após marcar 24 gols pelo Sunderland na Premier League, era melhor opção do que Heskey. Ou que Young – que não esteve nem mesmo na lista temporária que continha 30 jogadores! – era melhor do que Wright-Phillips, relegado há muito tempo no Manchester City, ou Joe Cole, já em má forma antes de chegar ao Liverpool.

É verdade que a Copa já passou e não há mais como voltar atrás, mas esse foi apenas um dos erros que levaram a Inglaterra a perder uma das melhores chances de conquistar a Copa do Mundo desde o título de 1966. A única coisa que Capello pode fazer agora é montar uma esquadra decente para a Euro de 2012. Que os erros do passado o ajudem a nesse novo processo.

Imagem: BBC

6 de janeiro de 2010

O problema da asa direita

Capello esteve no San Siro, mas precisa dar atenção a outros estádios e opções

Conforme desejava Fabio Capello, David Beckham retornou ao Milan. No primeiro jogo da nova etapa no San Siro, o meia foi uma das mais importantes peças no ótimo triunfo rossonero por 5 a 2 diante do Genoa. A contusão de Pato durante os treinos forçou a utilização de Beckham pela ponta direita, de onde habitualmente saem seus eficazes cruzamentos. Ademais, a abundante oferta de jogadores ingleses acostumados à faixa central do meio de campo induz o treinador italiano a encarar o reforço milanista como um right winger, posição natural do ex-ídolo do Manchester United.

Capello aprecia as características de Beckham. O eventual caráter crucial das bolas paradas indica que, se o camisa 32 do Milan mantiver a boa forma, certamente estará na Copa. Hoje, porém, ele não é titular. Aaron Lennon, do Tottenham, está em sua melhor temporada. São nove assistências na Premier League e, sobretudo, uma ousadia que tem atormentado os laterais-esquerdos adversários. Se Beckham está a um passo da África do Sul, Lennon já pode planejar o safari. Assim, o provável preenchimento das vagas da "asa direita" deve aguçar a capacidade de Capello de reinventar a composição do elenco inglês.

O site oficial da Premier League promove uma enquete sobre quem foi o melhor jogador do mês de dezembro no campeonato. Uma das opções é James Milner, do Aston Villa. Isso indica o ótimo momento do meia, um dos líderes do interessante plantel à disposição de Martin O'Neill. Assim como Lennon, Milner foi revelado pelo Leeds United e construiu sua carreira como right winger. Isso significa que ficará fora da Copa?

Não, definitivamente. O jogador do Villa possui dotes distintos em relação aos de Lennon. Talvez esteja mais próximo do estilo de jogo de Beckham. É muito técnico e tem como principal virtude a facilidade em bater na bola. Felizmente, ele facilita o trabalho de Capello por ser muito versátil. Com a chegada de Stewart Downing (outro candidato a uma vaga na Copa) ao Villa Park, Milner passou a atuar pela faixa central do meio de campo, sendo uma espécie de substituto de Gareth Barry. Ademais, pode perfeitamente ser escalado no lado esquerdo. Desta forma, ele foi o destaque inglês no amistoso contra o Brasil.

Sem precisar sair de Birmingham, encontramos outra peça que merece muita atenção. Ashley Young é o melhor jogador do Aston Villa nas últimas temporadas e deve ser tratado como nome certo para a Copa. Atualmente - para deixar Capello ainda mais hesitante -, Young joga aberto pelo lado direito do meio de campo. O lado positivo é a constante movimentação do jogador, apto a ser incluído em várias funções na convocação.

Outro jogador que merece menção é Shaun Wright-Phillips, o melhor do Manchester City até certo ponto da temporada. Está abaixo de todos os supracitados, é bem verdade, mas precisa ser considerado por sempre fornecer ao time um notável dinamismo através de suas velocíssimas investidas pela ponta direita. Mais distante da África está Theo Walcott, do Arsenal. Ao contrário de 2006, quando Sven-Goran Eriksson o convocou sem que precisasse jogar, a presença na próxima Copa está atrelada a um fantástco desempenho na segunda metade da temporada. Não acredito.

Proponho agora um exercício que considero sempre válido. Respeitando o que se vê hoje, os 23 que eu convocaria para a Copa são os seguintes:

Goleiros: Joe Hart, Robert Green, Ben Foster

Laterais: Glen Johnson, Ashley Cole, Micah Richards, Leighton Baines

Zagueiros: John Terry, Rio Ferdinand, Matthew Upson e Joleon Lescott

Meias: Aaron Lennon, Frank Lampard, Gareth Barry, Steven Gerrard, David Beckham, James Milner, Tom Huddlestone e Ashley Young (com pesar por não incluir Joe Cole)

Atacantes: Wayne Rooney, Jermaine Defoe, Peter Crouch e Darren Bent (com pesar por não incluir Michael Owen)

Imagem: The Independent

9 de dezembro de 2009

Owen refresca memória dos chefes

Sacou, Fergie?

O atacante Michael Owen, do Manchester United, notabilizou-se não apenas por sua excelente média goleadora, mas também por desempenhos históricos. Quem não se lembra do fantástico gol contra a Argentina na Copa de 1998? Sua capacidade para marcar ficou especialmente clara em 2001, quando recebeu a Bola de Ouro da Revista France Football. Seu principal momento no ano foi o incrível hat-trick contra a Alemanha, em Munique, pelas eliminatórias europeias para a Copa do Mundo.

Na iminência de completar 30 anos, Owen chegou ontem ao 14º hat-trick da carreira. A vitória por 3 a 1 diante do Wolfsburg garantiu ao Manchester United o primeiro lugar em seu grupo na Champions League. Seu último hat-trick havia sido em dezembro de 2005, na vitória por 4 a 2 do Newcastle sobre o West Ham. Na Liga dos Campeões, Owen tinha marcado três gols numa partida pela última vez quando ainda era jogador dos Reds, em 2003, no triunfo por 3 a 1 do Liverpool sobre o Spartak Moscou.

A princípio, Michael tinha tudo para não conseguir seus objetivos imediatos, que parecem atrelados a mais minutos pelo United e uma vaga no grupo que Fabio Capello levará à África do Sul em 2010. Alex Ferguson tem usado na Premier League um esquema com atacante único. Obviamente, o eleito sempre é Wayne Rooney. Mesmo que o escocês desista da ideia, Owen ainda precisa enfrentar dura competição com o búlgaro Dimitar Berbatov. No que concerne ao English Team, o treinador italiano não fecha as portas ao artilheiro, mas ressalta que ele precisa "jogar bem (e isso também significa muito tempo) e marcar gols".

Sua complicada situação no elenco dos Red Devils parecia incompatível com qualquer chance de disputar a Copa. Mas, aliando histórico e experiência a seu atual desempenho, Owen pode, de fato, reerguer sua carreira. Quarto artilheiro do English Team em todos os tempos com 40 gols em 89 jogos (perde apenas para Bobby Charlton, Gary Lineker e Jimmy Greaves), o atacante já foi sete vezes o capitão da Inglaterra. Ademais, o camisa 7 do United tem aproveitado todos os minutos em campo e enfrentou apenas uma leve lesão desde agosto, algo importante quando pensamos no tempo que Owen já perdeu em virtude de problemas físicos.

Se o épico gol contra o Manchester City serviu para a torcida do United se esquecer do passado no Liverpool, o hat-trick de ontem faz Alex Ferguson e Fabio Capello se lembrarem de sua existência. O treinador escocês já elogiou o atacante de maneira enfática, destacando sua capacidade de finalização e posicionamento, além da melhora recente nos treinos. A Inglaterra agora aguarda um posicionamento do comandante italiano. E espera que ele não leve Emile Heskey para a Copa em detrimento de Michael Owen.

Observação: se você estiver na home do blog, para ter acesso à caixa de comentários basta clicar no balão à direita do título do artigo. Caso esteja na página da postagem, é só clicar sobre "Postar um comentário".

Imagem: The Telegraph