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15 de maio de 2011

Fatalidades do futebol

Resta o consolo para o torcedor do West Ham, que no próximo ano terá que ver a equipe na Champioship

Após fazer uma temporada muito irregular, enfim, foi selado o rebaixamento do West Ham. Na tarde de hoje, os Hammers foram derrotados por 3 a 2 pelo Wigan e está matematicamente rebaixado para a Champioship.

Em alguns momentos da competição, a equipe chegou a esboçar uma reação na competição, contudo na maior parte da competição a equipe foi muito mal, não conseguindo demonstrar bom futebol, isto desde o início do campeonato.

Iniciando a temporada com um bom elenco, que contava com jogadores de nível bom, caso de Green, Upson, Hitzlsperger, Parker e Carton Cole, a equipe tinha tudo para se consolidar no top 10, vencer com facilidade as equipes de menor expressão e poder, até mesmo, ser uma pedra no sapato dos grandes, porém desde o início a equipe mostrava que a temporada não seria das mais agradáveis para o torcedor.

Os tropeços do início que foram considerados apenas acidentes de percurso e aconteceram pelo fato de a equipe ainda estar se entrosando, foram pouco a pouco gerando uma pequena crise interna e acabou resultando na demissão de Gianfranco Zola.

Para a vaga deixada pelo italiano, o israelense Avram Grant aceitou assumir o desafio de comandar o West Ham, assumindo a equipe na lanterna para buscar a reabilitação da mesma. Apesar de já se ter revelado bom técnico, Grant teve um péssimo início frente aos Hammers e a o rendimento e nível da equipe foram decaindo e logo o risco de demissão já lhe foi tomado, até que surgiu a janela de transferência e o West Ham começou a mostrar que poderia ter um final feliz na Premier League.

Com as negociações abertas, Avram se sentiu obrigado a começar a investir no time visando reforçar todos os setores do time. Chegaram os atacantes Demba Ba e Robbie Keane, o meia Hittzspelger, que já havia sido contratado mas sofreu 2 graves lesões que acabaram impossibilitando que jogasse e voltou nos primeiros meses do ano, e o lateral Wayne Bridge.

A chegada dos reforços aliada com a volta de contusão de Noble deram um novo ânimo a equipe, que iniciou uma grande série de invencibilidade que culminou com o início do segundo turno, e o sonho de se permanecer na Premier League começava a dar esboços de que se tornaria realidade, porém a sequência final tinha confrontos contra adversário diretos pela briga pela zona da degola e times grandes, como Manchester United e Manchester City, não tardando para que o calvário voltasse a girar em torno dos Hammers.

A irregularidade voltou a prevalecer, a equipe não conseguia mais apresentar o excelente futebol que vinha apresentando e o rebaixamento passou a ser algo iminente, e mesmo com um bom técnico e um bom elenco a equipe não conseguiu se recuperar, como consequência veio o rebaixamento, que veio da pior forma possível com os Hammers ficando na lanterna.

Como explicar uma equipe de nível bom igual ao West Ham ter um fim da forma que veio? É mais uma ação das fatalidades do futebol...

Por: Felipe Ferreira (@felipepf13)

25 de março de 2011

Fã de futebol, fanático pelo West Ham

Baixista do Iron Maiden, Steve Harris é torcedor devoto do West Ham e já até jogou pelo clube na adolescência

No sábado, o Iron Maiden, uma das mais influentes bandas de heavy metal, iniciará em São Paulo uma turnê brasileira que passará por mais cinco cidades de nosso país. O que isso tem a ver com futebol inglês? Simples: o baixista e líder da banda, Steve Harris, é fã de futebol e um dos mais ilustres fanáticos torcedores do West Ham, simpático time de Londres.

Mesmo sendo filho de um torcedor do Leyton Orient, rival dos Hammers, Steve Harris começou a torcer pelo clube após assistir em Upton Park a sua primeira partida de futebol in loco, em 1966: na ocasião, os londrinos venceram o Newcastle por 4 a 3. Tendo o futebol como a sua maior paixão, seu sonho era jogar profissionalmente, e esteve perto disso quando atuou pelas divisões de base do West Ham; porém, a pesada rotina de treinos e alguns contratempos fizeram com que ele desistisse do sonho.

Com o decorrer dos anos 70, Steve Harris começou a gostar de rock, aprendeu a tocar baixo e montou o Iron Maiden, tornando a banda uma das grandes instituições do heavy metal. Porém, nem mesmo a banda o deixou esquecer sua paixão pelo West Ham. Nos primórdios da carreira da banda, quando o seu set list era enxuto, Harris convenceu os integrantes a tocar uma versão mais pesada de Bubbles, clássico cântico dos Hammers. Além disso, o baixista sempre colou escudos do clube em seus instrumentos.

O auge da relação de Harris com futebol foi em 1998, quando o Iron Maiden lançou o álbum Virtual XI – considerado por muitos o mais fraco da banda. Aproveitando a proximidade da Copa do Mundo disputada na França, o encarte do disco abordou o tema futebol, com direito a uma foto dos integrantes da banda e alguns jogadores profissionais uniformizados com a camisa do time “Iron Maiden”. Os jogadores eram: Stuart Pearce, Faustino Asprilla, Paul Gascoigne (que é fã do grupo, inclusive), Ian Wright, Patrick Viera e Marc Overmars. Obviamente, Steve Harris deu um jeito de encaixar sua paixão pelo West Ham no mesmo encarte, com uma foto dos integrantes junto com jogadores do clube.

Reservado, Steve nunca foi muito visto em Upton Park ou dando pitacos sobre o seu clube na imprensa, como costuma fazer Noel Gallagher, guitarrista do Oasis e torcedor do Manchester City. Porém, desde o lançamento de Virtual XI, ele e o resto da banda começaram a promover partidas de futebol contra times geralmente formados por jornalistas e felizardos fãs das cidades em que iriam tocar. Harris ficava maravilhado com os fãs que usavam camisas do West Ham – por causa da popularidade do time, é notório que não é uma camisa fácil de achar fora da Inglaterra. No dvd da banda Rock in Rio, é possível ver Steve Harris jogando contra um time no Rio de Janeiro – e ele realmente mostrou que joga bem! Como não poderia deixar de ser, sua camisa tinha o escudo do West Ham. Aliás, volta e meia ele toca com uma camisa de futebol do Iron Maiden – que, obviamente, tem alguma referência aos Hammers.

De certa forma, a idolatria de Steve Harris pelos Irons acabou passando para os seus fãs da banda. No Brasil, mesmo ofuscado pelas pessoas que começaram a gostar do clube devido ao filme Hooligans, há um grupo de pessoas que torce ou respeita o West Ham devido ao seu fanatismo pela banda e pelo baixista. Isso tudo pelo fato de a lealdade dos fãs para com a banda ser a mesma de Steve para com o seu amado clube.

21 de março de 2011

Para continuar sonhando

Hitzlsperger e Ba são alguns dos reforços do West Ham em 2011 que lutam para evitar a despromoção do clube na atual temporada

Vendo o West Ham atuar mal e sem conseguir deixar a zona de rebaixamento e supostamente ameaçado de demissão, Avram Grant foi à busca de reforços na janela aberta em janeiro. Tentando reforçar todos os seus setores, o israelense assegurou a aquisição de quatro jogadores; agora, colhe os frutos da investida no mercado.

Invictos há mais de um mês e tendo conquistado oito dos últimos doze pontos disputados, os Hammers deixaram a zona de rebaixamento. O time passou a jogar melhor e dá sinais de que realmente pode se manter na Premier League por mais uma temporada. Sem dúvidas, as novas caras que apareceram em Upton Park foram e estão sendo decisivas para isso.

A princípio, Demba Ba parece ter sido a melhor aquisição feita pelo West Ham. O explosivo atacante tem sido fundamental para o crescimento da equipe após ter marcado quatro vezes em seis jogos pelo time. O belo upgrade que deu ao ataque dos londrinos já suscita questionamentos na Inglaterra: afinal, dias antes de ser contratado pelo clube, o senegalês não se transferiu para o Stoke City por não ter passado nos exames médicos – embora haja boatos de que ele realmente possui uma contusão degenerativa no joelho.

As ótimas aparições de Ba no time principal até mesmo fizeram os torcedores se esquecerem da chegada por empréstimo de Robbie Keane, que estava machucado até pouco tempo e jogou pouco pelo West Ham. Porém, ao marcar um dos gols na vitória fora de casa sobre o Blackpool, mostrou que pode ajudar muito o clube enquanto tenta reconstruir sua carreira. Aliás, outro que segue o mesmo processo é Wayne Bridge, primeira aquisição dos Hammers em janeiro. Após uma estreia pífia contra o Arsenal, o lateral-esquerdo vem crescendo de produção: sua atuação contra o Tottenham no último sábado, quando conseguiu deter os avanços dos perigosos Lennon e Bale, foi digna de aplausos – é sempre bom lembrar que um de seus pontos fracos é justamente sua capacidade defensiva.

Nada, no entanto, supera a estreia que o West Ham viu no meio campo. Hitzlsperger foi contratado em julho, mas somente pode começar a jogar em fevereiro devido a duas graves contusões. Suas poucas atuações, entretanto, tem sido fantásticas: o alemão tem sido um excelente suporte a Scott Parker, tirando das costas do inglês toda a responsabilidade que tinha de armar o jogo e liderar a equipe. No final das contas, sua entrada foi frutífera a todos, até mesmo ao já excelente Parker, eleito em fevereiro o Jogador do Mês.

A entrada de Hitzlsperger, aliás, combinado com a volta de Noble, deu ótimas opções a Avram Grant. O técnico vem montando um ótimo 4-3-3, com Parker fechando o meio campo e Ba, Cole e Obinna formando o ataque. Com isso, o time tem um meio muito criativo e que sabe trocar passes e jogar com a bola no pé e um setor ofensivo muito incisivo e vigoroso, com os africanos da linha de frente municiando um Cole ameaçado por Piquionne, que, embora seja mais fraco, marcou mais vezes. No geral, é um time perigoso na frente e que compensa certa fragilidade defensiva que não foi capaz de ser totalmente corrigida com contratações.

Antes cotadíssimo para cair, o West Ham pode ver a sonho de permanecer na Premier League se tornar realidade. Porém, a sequência dos oito jogos restantes é complicada: os Hammers terão de Manchester United, Chelsea e Manchester City – os dois últimos fora de casa. Mais do que nunca, além de contar com a força dos últimos reforços, terão de conquistar o máximo de pontos possíveis contra Aston Villa (casa), Blackburn (casa) e Wigan (fora) todos concorrentes diretos na luta contra o descenso.

Imagem: Goal

4 de fevereiro de 2011

A hora da verdade

A chegada de Kenny Dalglish foi fundamental para a ascensão do Liverpool na tabela

Micheal Jordan uma vez disse que nos "Play-offs [fase decisiva da NBA, liga de basquete norte-americana] é onde se separa os homens dos meninos". O mesmo se aplica aos próximos cinco meses da Premier League. Mesmo sem convencer, o líder Manchester United segue invicto na liga desde abril - uma sequência de 29 jogos sem perder. É cedo para cravar se os Red Devils repetirão o feito do Arsenal de 2003-04, porém, a cada rodada, fica mais evidente que os cinco pontos de diferença para o segundo colocado e um jogo a menos colocam a equipe mancuniana como favorita ao título.

Após momentos de instabilidade, Liverpool, Chelsea e Fulham começam a recuperar o tempo perdido. Sob o comando de Kenny Dalglish, os Reds estão mais motivados e rendendo acima do esperado - vide Raúl Meireles - em campo. Na sétima colocação, o clube de Merseyside vai embolar ainda mais a briga por uma vaga na Liga Europa. Os Blues parecem ter afastado a má fase do período pós-demissão do auxiliar Ray Wilkins, e com as chegadas de David Luiz e Fernando Torres, terão condições de brigar em alto nível por uma vaga na Liga dos Campeões, ameaçada pelas ascensões de Manchester City e Tottenham Hotspur nos últimos anos. Já os Cottagers parecem finalmente ter encontrado com Mark Hughes o bom futebol que levou a equipe à final da Liga Europa na temporada passada.

O sinal amarelo está ligado para o Blackpool. Os Tangerines conseguiram manter Charlie Adam e trouxeram Kornilenko, Beattie, Reid e Puncheon. No papel, excelente. Entretanto, os reforços são claramente ofensivos, e a defesa, o calcanhar de Aquiles da equipe, não foi reforçada, seguindo exposta e falhando constantemente. Na zona do rebaixamento, o West Ham é quem, aparentemente, tem as melhores condições de brigar contra os descenso. O'Neil e Keane adicionaram qualidade aos setores mais críticos da equipe e as boas fases de Obinna e Green dão esperanças aos torcedores dos Hammers.

Após uma movimentada janela de transferências de janeiro, saberemos nos próximos meses quem brigará por alguma coisa ("homens") e quem estará "a passeio" no campeonato ("meninos").

5 de janeiro de 2011

Roleta inglesa

Roy Hodgson, do Liverpool: dos ameaçados, o mais encrencado

A 22ª rodada da Premier League aproximou o Manchester United de uma caminhada tranquila para o título. Mas o grande impacto dos jogos de hoje pode acontecer sobre as estatísticas do desemprego no Reino Unido. Teriam sido as últimas falhas de Carlo Ancelotti, Roy Hodgson, Gerard Houllier e Avram Grant em seus atuais vínculos?

Demitir o italiano seria, apesar da péssima forma, uma atitude intempestiva - ainda que bem natural para Roman Abramovich. Sim, Scolari caiu com o Chelsea na quarta posição, com razoáveis 49 pontos em 25 jogos, a sete do líder. Ancelotti está em quinto, com péssimos 35 pontos em 21 partidas, a nove do Manchester United. Carletto, entretanto, é campeão inglês e, claramente, tem o apoio do elenco. Por ora, é preciso reparar os efeitos da demissão do assistente Ray Wilkins e agir fortemente no mercado para corrigir o antigo problema da defesa rasa. A questão é mesmo histórica: em 2007, José Mourinho chegou a montar a retaguarda com Geremi, Essien, Paulo Ferreira e Ashley Cole.

Hodgson tem problemas ainda mais sérios no Liverpool, não vem de título e tampouco tem 10 dos pontos de Ancelotti. Roy venceu apenas um dos últimos 28 jogos fora de casa pela Premier League. O triunfo contra o Bolton é a exceção à regra. Entre um Fulham mais preocupado com a Liga Europa e um Liverpool em crise, ele não atribuiu consistência a seus conjuntos. Em Craven Cottage, era aceitável - até admirável, por conta da nobre causa paralela. Em Anfield, não é. A pesada derrota para o fraco Blackburn de Steve Kean não deve ser perdoada. Os Reds precisam, sim, de vários reparos em janeiro. Mas não precisavam estar na 12ª posição, quatro pontos acima da zona de rebaixamento. Se sobreviver agora, Hodgson certamente terá de vencer, pela FA Cup, o Manchester United em Old Trafford.

A situação de Houllier no Aston Villa é um tanto diferente. A presença na zona do rebaixamento assusta, mas pode ainda não apontar para um trabalho desastroso. O elenco pobre, associado a uma incrível sequência de lesões (sobretudo entre os meias centrais), dificultou o desenvolvimento do time. Está claro que este Villa, sem O'Neill, Barry, Milner e um finalizador decente, não poderia lutar por competições europeias. A derrota para o Sunderland mesmo com um conjunto mais próximo do ideal viabiliza a eventual demissão do treinador francês. Mas não há dúvida de que a possível dispensa pode ser tachada de prematura.

No West Ham, é necessário compreender o que é excepcional: o nono posto conquistado com Zola em 2008-09 ou as péssimas campanhas seguintes? O plantel também é fraco, e Grant não poderia ir além da corrida contra o rebaixamento. A goleada para um Newcastle sem Carroll realmente é condenável. No entanto, à exceção do desastre de St. James' Park, o time se comportou bem após o ultimato da cúpula a Grant. Os oito pontos conquistados nos quatro jogos anteriores aproximam os Hammers da saída da zona de rebaixamento. Parece ser hora de dar um crédito ao agora cauteloso israelense.

Imagem: Telegraph

3 de janeiro de 2011

A carapuça serviu?

Mesmo tendo conseguido bons resultados nas últimas rodadas - um deles contra os Wolves de Mick McCarthy -, West Ham de Avram Grant não apresentou uma grande evolução em campo

Com apenas doze pontos conquistados em dezessete jogos, o West Ham, na metade de dezembro, encontrava-se na última posição. Diante desse quadro, surgiram boatos de que um ultimato havia sido dado ao técnico Avram Grant, cobrando do israelense bons resultados nos jogos contra Blackburn, Fulham e Everton – sendo que os dois primeiros seriam jogados fora de casa.

Coincidência ou não, os resultados apareceram depois do possível ultimato. Na sequência citada, os Hammers se saíram bem: empataram com o Blackburn em 1 a 1, derrotaram o Fulham em pleno Craven Cottage por 3 a 1 e empataram com o Everton também por 1 a 1 – um resultado notável, pois o West Ham havia jogado 48 horas antes, enquanto os Toffees estavam devidamente descansados. Depois disso, os londrinos sacramentaram sua reação ao derrotar o concorrente direto Wolverhampton por 2 a 0. A impressão que ficou é a de que o ultimato havia sido benéfico, dado os feitos consideráveis conquistados no fim de 2010/começo de 2011: quatros jogos sem perder, oito dos últimos doze pontos conquistados e fuga da zona do rebaixamento, posto do qual não havia saído desde o início da temporada.

Porém, os resultados, embora positivos, não significam que a equipe teve uma grande evolução nos últimos dias. Mais do que isso, aliás: encobertam graves problemas do West Ham de Avram Grant e até mesmo de Gianfranco Zola, técnico da temporada passada. A equipe continua cometendo graves erros defensivos; é excessivamente dependente de Scott Parker, meia que faz praticamente tudo na equipe e, sabe-se lá como, não é constantemente pretendido por times mais fortes; possui dificuldade para encontrar outros bons meias, principalmente pelos lados do campo; e não possui atacantes com um bom poder de finalização.

A verdade é que a boa sequência de resultados do West Ham veio muito por mais por aproveitar os erros dos adversários. Porém, isso não quer dizer que os Hammers passaram o tempo todo apostando nos erros dos rivais, e sim que falhas muitas vezes gritantes dos oponentes resultaram em gols dos londrinos. Tentos contra Everton e Wolves foram marcados através de jogadores do time oposto mandando a bola contra o próprio patrimônio, enquanto erros cruciais do Fulham consagraram Carlton Cole e Frederic Piquionne. Tentos que, aliás, em certos momentos saíram enquanto a equipe de Grant era dominada. Ou seja: de certa forma, os resultados positivos não vieram por tanto mérito dos Irons.

O jogo contra o Fulham, aliás, foi uma grande prova disso. Sem Parker, e consequentemente, sem criatividade e chegada ao ataque, os Hammers marcaram graças a falhas inacreditáveis dos adversários, que facilitaram a tarefa de Cole e Piquionne nos três gols ao praticamente entregarem a bola nos pés dos atacantes rivais já diante do goleiro Schwarzer. Já o tento marcado pelos Cottagers, que contou com grande participação da zaga dos visitantes, mostrou os defeitos da defesa de Grant, quando Aaron Hughes subiu sozinho e cabeceou para as redes enquanto a zaga assistia a tudo passivamente. Foi uma partida que, embora tenha ajudado o West Ham conquistar uma vitória importante fora de casa, continuou escancarando as suas recorrentes dificuldades e, de certa forma, diminuiu o brilho do seu feito.

De qualquer forma, alguns jogadores brilharam nesses últimos jogos – caso contrário, o West Ham não conseguiria bons resultados nem mesmo contando com vastos erros dos adversários. A atuação de um jogador merece ser destacada, talvez até mais do que a de Parker: Robert Green. O goleiro fadado a más lembranças da última Copa do Mundo literalmente fechou o gol nas últimas partidas, mais notadamente contra o Fulham e contra os Wolves, quando, mesmo em casa, os Hammers tiveram alguma dificuldade para se impor diante de um dos elencos mais enfraquecidos da Premier League. Grande parte da melhora do time até aqui se deve a ele. Outro jogador que merece ser citado é o jovem Freddie Sears, que foi chamado de volta do seu empréstimo do Scunthorpe para ganhar um lugar no time titular e inclusive marcar um gol contra os Wanderers.

Porém, isso é muito pouco se Faubert e Behrami continuam sem resolver o problema do lado direito, se Ilunga e Spector – a atípica atuação contra o Manchester United pela Carling Cup não conta – continuam falhando pelo lado esquerdo, se Barrera e Luis Boa Morte não levam ao time ao ataque pelo lado os campos e se Cole, Piquionne e Obinna desperdiçam milhares de chances em todos os jogos. Esses problemas já são duradouros – tanto que a espinha dorsal formada por Green, Upson e Parker já se mostrou insuficiente para colocar o time na metade da tabela.

É por isso que reforços são bem vindos. E a diretoria do West Ham, mesmo ainda convivendo com problemas financeiros, faz muito bem ao olhar com carinho para a janela de transferências, que acabou de ser aberta. Até agora, diz-se que os Hammers estão perto de contratar Steve Sidwell, meia do Aston Villa, e de conseguirem o empréstimo de Robbie Keane, atacante do Tottenham, e Wayne Bridge, lateral-esquerdo do Manchester City. Todos bons nomes e que adicionariam muito a áreas carentes do time – principalmente os dois últimos. Que continuem assim, porque o clube precisa.

Imagem: Zimbio

2 de dezembro de 2010

O Arsenal agradece

Arsène Wenger pode até tentar, mas não consegue esconder a alegria de ver o Manchester United fora da Carling Cup. O Arsenal, agora, é considerado o grande favorito ao título

Se há alguém que deve agradecer pelos resultados da Carling Cup, este é Arsène Wenger. Com a eliminação do Manchester United - e, em menor grau, com a do Aston Villa -, o Arsenal é o grande favorito ao título. Com a competição já nas semifinais, os Gunners têm a grande chance de quebrar a incômoda marca de cinco anos sem conquistas.

Porém, nada disso seria possível sem a ajuda do West Ham. E os Hammers, últimos colocados da Premier League, foram fantásticos ao aproveitarem a chance que tiveram de golpear os Red Devils, que jogaram com um time majoritariamente reserva. Sir Alex Ferguson pode ser um dos treinadores mais "reclamões" que o futebol já viu, mas esteve coberto de razão ao lamentar o efeito que teve o gol anulado do West Ham marcado por Obinna, que abriria o placar em Upton Park. Segundo o escocês, o tento, mesmo anulado, representou a mudança que viria a acontecer no jogo.

Até então, o Manchester United era melhor na partida, criava mais e já havia colocado uma bola na trave. Porém, o gol anulado acabou dando confiança ao time da casa. Foi a partir daí que o West Ham, mesmo sem ser brilhante, conseguiu sair mais para o jogo, marcando quatro gols e definitivamente colocando tal jogo na história recente do clube.

E se o West Ham marcou quatro vezes, pode-se dizer que isso ocorreu graças àquele que talvez possa ser considerado o maior problema da equipe de Ferguson na temporada: o sistema defensivo. Todos os gols da equipe do ainda ameaçado Avram Grant saíram através de falhas de jogadores de defesa, algo que já custou alguns pontos preciosos desperdiçados na Premier League (como nos improváveis empates contra West Brom, em casa, e Everton, fora) e que agora resultou numa pesada derrota - incrível e curiosamente, a primeira na temporada.

A diferença é que dessa vez as falhas passaram do âmbito coletivo para o individual. No primeiro gol, O'Shea e Fletcher deixaram Spector livre para marcar. No segundo, um escorregão de Fábio foi decisivo para nova finalização certeira de Spector. No terceiro, Evans perdeu facilmente o duelo aéreo para Carlton Cole. E no derradeiro gol, Evans sofreu um drible de Cole: desmoralizante, de tão fácil que foi. A conclusão que ficou é que, atualmente, os Red Devils precisam mais do que nunca da presença de Vidic e Ferdinand em campo, pois os outros já mostraram que não dão conta do recado.

Não se pode, no entanto, deixar de parabenizar o nigeriano Obinna. O atacante não fez nenhum gol, mas participou dos quatro e ainda infernizou a já fragilizada defesa adversária. De longe o melhor em campo, o ex-jogador da Inter de Milão faz boa temporada e desafoga o ótimo mas sobrecarregado Parker, que não atuou na terça.

Enquanto isso, o Arsenal derrotou o Wigan por tranquilos 2 a 0 no Emirates Stadium, carimbando sua vaga para a semifinal e, como já dito, ganhando a condição de grande favorito ao título. E como se não bastasse a saída dos Red Devils, o Arsenal ainda ganhou um belo presente: nas semifinais, irá enfrentar o Ipswich Town, time da 2ª divisão inglesa (Championship), comandado pelo lendário Roy Keane. Vindo de quatro derrotas consecutivas na competição nacional e estando em uma perigosa 17ª posição, os Tractor Boys não deverão impor muitas dificuldades ao time de Wenger. Sendo assim, é muito provável que chegue à final, onde encontraria um de dois times que não fazem boa temporada: Birmingham e West Ham, que estão em 14º e 20º na Premier League, respectivamente. Presente maior do que esse, só se já colocassem o troféu na devida galeria dos Gunners.

Reoxigenação - Uma coisa é certa: para o bem da competição, será bom não ter o Manchester United como campeão. Isso porque os Red Devils, até mesmo por terem conquistado recentemente títulos da Champions League e da Premier League, não dão o merecido valor ao torneio.

Isso ficou visível nos dois últimos anos, quando Ferguson levou seu time à conquista da competição: enquanto Tottenham e Aston Villa escalaram força máxima e ainda assim perderam, o Man Utd preferiu mandar a campo um time misto, poupando titulares importantes. De quebra, em certos momentos nem pareciam ter conquistado mais um título, e sim apenas ganhado um grande jogo. Para o bem do torneio, então, será uma boa ver times menores e que dão mais valor a tal conquista no topo - até mesmo o Arsenal, time grande, mas que não levanta um troféu desde 2005.

Só isso? - Não seria muito surpreendente um resultado negativo dos ingleses na tentativa de abrigar a Copa do Mundo de 2018. Após algumas acusações da imprensa britânica a certos escândalos na Fifa nos últimos dias, houve quem visse nos episódios o naufrágio da outrora favorita candidata a sediar o Mundial.

Pois bem, a escolhida pela Fifa acabou sendo a Rússia. Mas o que chamou a atenção foi que a ex-favorita Inglaterra foi praticamente massacrada na votação, sendo a primeira candidata eliminada com míseros dois votos. E isso tudo depois de Joseph Blatter muito elogiar a apresentação dos ingleses. Retaliação? Bem, a verdade é que, para quem até há pouco tempo estava tão bem na disputa e depois passou a ser mal vista por ter "atacado" (não sem razão) a entidade-mor do futebol, o inexpressivo desempenho é muito suspeito...

Imagem: Daily Mail

1 de dezembro de 2010

Denso dezembro

Frank: na alegria e na tristeza, fundamental

Por meio da seleção de acontecimentos representativos, o historiador britânico Eric Hobsbawm limitou "o breve Século XX" a um intervalo entre 1914 e 1991. Pela tradicional pesada sequência de jogos, podemos dizer que o denso mês de dezembro para a Premier League começa no próximo sábado e vai até 5 de janeiro. Se as condições climáticas permitirem, vai haver 70 jogos da Premier League no período. É óbvio que quaisquer outras sequências de sete rodadas são igualmente fundamentais, mas, em função da grande concentração de jogos em pouco tempo, um mês de crise não passará impune. Daí, falamos em quatro das várias questões que podem determinar a tabela ao fim da maratona:

Quais os efeitos da gloriosa noite em Upton Park? Dois gols de Spector, ex-Manchester United. Três assistências de Obinna. Assim, o West Ham, último colocado na Premier League, eliminou os Red Devils da Carling Cup com fantásticos 4 a 0 em Londres. Sim, Ferguson preservou vários titulares. Mas ele não contava com essa, não esperava perder. Por isso, dá para dizer que o escocês pagou sua dívida com Grant, o treinador do Chelsea na decisão da Champions em 2008, quando Terry e Anelka entregaram o título ao United. Resta saber qual será o impacto da goleada sobre a postura dos Hammers. Os alvos mais realistas ainda são Blackpool (11º) e West Bromwich (12º), sete pontos à frente. Confrontos do West Ham: Sunderland (f), Manchester City (c), Blackburn (f), Fulham (f), Everton (c), Wolves (c) e Newcastle (f).

Os meias centrais do Aston Villa vão se manter saudáveis? Petrov, Ireland, Reo-Coker, Clark, Sidwell e Delph chegaram a ficar simultaneamente lesionados. A responsabilidade dos jovens Bannan e Hogg cresceu abruptamente. Clark, Reo-Coker e Ireland estão teoricamente prontos para a maratona. Mas a liderança de Petrov, antigo homem de confiança de O'Neill no Celtic e no Villa, passará longe de campo até fevereiro. Menos por Houllier do que pelas contusões e a falta de profundidade, o time, eliminado da Carling Cup pelo rival Birmingham e na 15ª posição da liga, está meio perdido. As pretensões, ainda mais com a sequência complicada, parecem restritas a uma permanência confortável na elite. Confrontos do Villa: Liverpool (f), WBA (c), Wigan (f), Tottenham (c), Manchester City (f), Chelsea (f), Sunderland (c).

O que Mancini pensa sobre Adam Johnson? O gol marcado contra o Red Bull Salzburg na Liga Europa ratificou o caráter inexplicável da posição de Johnson no elenco do Manchester City. Milner rende muito mais como meia central, mas Mancini insiste em escalá-lo aberto. Johnson, Silva e Balotelli, como eventuais meias no 4-2-3-1, poderiam ajudar Tévez a atribuir mais profundidade ao time. As ambições do City passam necessariamente por mais ousadia. A rotação que Mancini impõe aos meias - e, na cabeça dele, Yaya Touré é meia - não é imposta aos aparentemente intocáveis De Jong e Barry. Confrontos do Manchester City: Bolton (c) - veja como Kevin Davies, capitão do Bolton, provocou os rivais de sábado -, West Ham (f), Everton (c), Newcastle (f), Aston Villa (c), Blackpool (c) e Arsenal (f).

Lampard vai jogar regularmente? O Chelsea precisa de seu vice-capitão para superar - ou pelo menos acompanhar - Manchester United e Arsenal. Aos 27 anos, Lampard atingiu a marca de 164 jogos consecutivos na liga. Aos 32, sua condição física parece bem distante daquela que, aliada à capacidade técnica, transformou-o no melhor jogador da era Mourinho. Após semanas fora de combate por contusão na virilha, ele pode ainda não retornar contra o Everton, no sábado. Apesar dos problemas físicos, Lampard segue insubstituível e, em forma, pode subverter a péssima herança de novembro. Em 2009-10, foram incríveis 22 gols e 17 assistências na liga. Preste atenção à sequência dos Blues. Confrontos do Chelsea: Everton (c), Tottenham (f), Manchester United (c), Arsenal (f), Bolton (c), Aston Villa (c) e Wolves (f).

24 de outubro de 2010

A fracassada ousadia de Grant

Grant pode se juntar a Zola na lista de Hammers visionários - e desempregados

Carlo Ancelotti pode escalar Anelka, Drogba e Sturridge. Sim, é perfeitamente possível. Mesmo assim, há ressalvas. Ele precisaria de um Lampard muito comprometido com questões defensivas e um Essien todocampista. Há três temporadas, Kevin Keegan salvou o Newcastle do rebaixamento ao Championship a partir do momento em que adotou o esquema com três atacantes: Owen, Martins e Viduka. Mas Owen voltava muito, quase como um enganche, à Forlán em sua versão da Copa do Mundo. Mesmo em times com muitos recursos, um 4-3-3 de fato precisa de uma sustentação especial.

Pois bem. Avram Grant, que se revelou um bom treinador no Chelsea em 2007-08, quis se aventurar no West Ham. Afundado na última posição da Premier League após viver trauma similar - mas compreensível - na temporada passada com o Portsmouth, o israelense lançou mão de uma formação excessivamente ousada no jogo contra o Newcastle, no sábado. Além do inusitado tridente ofensivo - Piquionne à direita, Obinna à esquerda e Carlton Cole no comando -, o meio-campo carecia de combatividade, com Behrami e Noble à frente do sempre lúcido, porém sacrificado na primeira volância, Scott Parker.

A combinação até funcionou no começo, com Piquionne, deslocado à esquerda, a assistir Carlton Cole, que não - não! - é bom finalizador como sugeriam os descabidos interesses de Liverpool e Arsenal. Entretanto, mesmo um time inconsistente como o Newcastle conseguiu fazer a festa. Sem pegada no meio, o West Ham foi completamente dominado por Gutiérrez, Tioté, Nolan e Barton, que sempre podiam contar com Carroll na referência. A totalmente merecida virada dos Magpies deixa claro que o problema não é o esquema, mas a má distribuição das peças. Se Grant prefere o 4-3-3, pode investir nele, mas não sem antes verificar questões fundamentais: os laterais conseguem compensar a ausência de wingers?; os pontas marcam a saída de bola?; haverá combatividade suficiente no meio?

Manejando seu elenco de forma adequada, Grant pode chegar a uma formação mais segura, que, em tese, seria suficiente para afastar os Hammers do fundo do poço. Vejamos: Green; Winston Reid, Upson, Gabbidon, Ilunga; Hitzlsperger (quando recuperado), Parker, Noble; Behrami, Cole, Barrera. É claro que a baciada de atacantes, especialmente Obinna, que tem agradado a muitos, tem de ser explorada. Mas a distribuição mais cautelosa dos jogadores parece vantajosa a um West Ham que culpava Gianfranco Zola por seus problemas de 2009-10, mas já pode crer que sua temporada fora da reta foi 2008-09, a do ótimo nono lugar inspirado pelo outrora bom trabalho do treinador italiano.

O grande Samir Nasri
O francês foi o melhor da ótima vitória por 3 a 0 do Arsenal contra o Manchester City. A expulsão de Boyata foi o evento que determinou o rumo do jogo, mas, em outros tempos, os Gunners teriam mais problemas para superar um conjunto que, sim, era mais confiante ao início do encontro. O que mudou? A consistência de Nasri, o grande jogador do Arsenal na temporada, inspirou o triunfo incontestável. Aliás, dele e de Song, figuras sobre quem falamos há um tempo. Ainda em evolução impressionante, os dois minimizam os pontos falhos e atribuem à equipe a chance de vencer grandes jogos. Ou, pelo menos, de jogar muito bem nesses momentos decisivos, como na derrota para o Chelsea em Bridge.

O Solskjaer mexicano
A maioria se lembra dos tempos do norueguês como jogador em Manchester. Não era tecnicamente fantástico, mas, na Champions ou na Premier League, tinha uma estrela absurda para marcar em ocasiões importantes. Assim parece ser Chicharito, que já mostrou ter um senso de oportunidade muito, muito apurado. A diferença é que Hernández, que, com dois gols, decidiu a partida em Stoke-on-Trent, ainda tem muito espaço de evolução. Por ora, a comparação, feita pelo jornalista Phil McNulty, da BBC, é suficiente para descrever o ainda reserva mexicano, como quase sempre foi Ole Gunnar: uma alternativa aos titulares. Mas, em algum tempo, seu notável potencial pode aproximá-lo mais de van Nistelrooy.

Liverpool bem melhor
O conjunto de Roy Hodgson não se limitou a vencer o Blackburn por 2 a 1. Com satisfatórias 20 finalizações (oito no alvo), o Liverpool sufocou os Rovers de um inspirado Paul Robinson. As melhoras de Joe Cole e Fernando Torres foram fundamentais para tanto. E também para, pela primeira vez, negar a possibilidade de o time, ainda na zona de rebaixamento, terminar a Premier League entre os três piores. Por outro lado, a efusiva comemoração na Inglaterra pela vitória revela que ninguém confia na equipe. Muito em função dos resultados recentes, mas também por conta da presença dos contestáveis Konchesky, Lucas e Maxi, que hoje não foram exatamente mal, mas têm desapontado demais. No frigir dos ovos, o triunfo alivia os torcedores do 18º colocado, mas não tira do NESV a responsabilidade de reparar a lateral esquerda, a volância e o ataque em janeiro.

Imagens: The Mirror, Metro, Site do Liverpool