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22 de setembro de 2011

Na briga


O final da janela de transferências serviu para colocar o Tottenham nos eixos. A equipe contratou o volante Scott Parker e o atacante Emmanuel Adebayor para duas posições carentes no time, além de firmar a permanência de Luca Modric.

A prova do retorno da boa nova fase foi a goleada de 4 a 0 sobre o Liverpool, no último domingo. Contudo, o jogo foi atípico e contou com duas expulsões do lado dos Reds. Mesmo assim, o time de White Hart Lane foi superior desde o apito inicial.

Parker, eleito o melhor jogador da última edição da Premier League em eleição da Associação dos Jogadores, chega para assumir a posição de primeiro volante. Com muita dinâmica e força na marcação, o jogador ainda dá qualidade no passe e bate bem de fora da área.

Já Adebayor era a peça que faltava para completar o trio formado por Bale, Van der Vaart e Lennon. O atacante une força física e qualidade técnica, apesar de ser meio desajeitado. Além disso, chama a responsabilidade em jogos difíceis, coisa que os outros atacantes do elenco (Defoe, Pavlyuchenko e Crouch) não faziam.

Tão importante quanto as duas contratações foi a permanência de Modric. Jogador fundamental no esquema de Harry Redknapp, o croata cairia como uma luva na maior parte das equipes do mundo. Prova disso é que foi sondado pelo Real Madrid e recebeu diversas propostas do Chelsea. Sem fazer comparações, Modric tem um estilo muito semelhante ao trio de volantes/meias do Barcelona: Fabregas, Xavi e Iniesta.

O Tottenham também vendeu jogadores, como Hutton, Woodgate, Palacios, Jenas, Bentley e Crouch, mas estes não farão falta na temporada. Antes do final da janela, a equipe já havia se reforçado com o ótimo goleiro Friedel e o bom lateral-direito Walker, que estava emprestado ao Aston Villa.

A formação segue no 4-2-3-1 tradicional. O time base deverá ser formado por: Friedel, Walker, Dawson, King (Gallas) e Assoul-Ekoto; Parker, Modric; Lennon, Van der Vaart e Bale; Adebayor. Redknapp ainda terá bons reservas a disposição, como Kaboul, Sandro e Pienaar, principalmente.

A não classificação para a Champions League ajudará o clube, que focará todas as atenções na Premier League. Na temporada passada, apesar de eliminar o Milan e chegar as quartas-de-final, perdeu forças no campeonato nacional e acabou de fora do top 4.

Com esses reforços e a permanência de Modric, brigará muito forte para ficar entre as quatro primeiras posições e, quem sabe, terminar a frente do rival Arsenal depois de tanto tempo.

Por: Henrique Munhos (@HenriqueMunhos)

13 de janeiro de 2011

Muito mais do que uma mudança: um recomeço

David Bentley terá no Birmingham sua (provável) última chance de brilhar

Após meses agonizando com a reserva no Tottenham Hotspur, David Bentley acertou seu empréstimo para o Birmingham City. Revelado nas categorias de base do Arsenal, o inglês de 26 anos busca na cidade de Birmingham uma estabilidade que só foi encontrada no Blackburn Rovers, o qual defendeu 102 vezes e marcou 13 gols.

Apontado como o novo "David Beckham", o ego de Bentley sempre esteve acima de seu rendimento dentro das quatro linhas. Desde muito cedo, foi preparado por seus empresários para se tornar um astro do futebol - tendo inclusive aulas de media training, onde submetia-se a falsas entrevistas - e sempre se achou digno de estar entre os titulares. Brincalhão, poucas vezes se empenhou nos treinamentos, e foi criticado pelos diversos treinadores com os quais trabalhou.

David Platt, hoje assistente técnico de Roberto Mancini no Manchester City e na época (2004) técnico da seleção Sub-21, deu a seguinte declaração: "Eu quero que ele seja bom jogador por representar uma ameaça ao adversário, ao invés de querer ser um bom jogador que só visa seu benefício próprio". Paul Ince, ex-técnico do Blackburn e hoje treinador do Notts County, foi mais longe em uma coluna no The Sun em 2009: "Em sua mente, ele era o próximo David Beckham. Na realidade, ele não tem a atitude ou a capacidade de chegar perto".

No Brum, o meia encontrará o espaço que tanto requisitou para poder brilhar. O meio-campo do Birmingham, pelo menos até o fim da temporada, terá boas opções daqui em diante. Sebastian Larsson, Aleksandar Hleb e David Bentley são os principais destaques do setor, que também conta com os esforçados Craig Gardner e Barry Ferguson e o oportunista Lee Bowyer. Jean Beausejour, James McFadden e Keith Fahey correm por fora na briga pela titularidade. Potencial para reverter o estagnado quadro em que se encontra, Bentley tem de sobra. Resta-nos esperar para saber se este empréstimo marcará o recomeço de sua carreira ou apenas mais uma (e talvez a última) mudança.

22 de dezembro de 2009

O curioso caso de Robbie Keane

Robbie Keane revive seus dias de Liverpool

A temporada não começou bem para Robbie Keane. A contratação de Peter Crouch pelo Tottenham ampliou a concorrência no ataque, e as fracas atuações rapidamente suscitaram contestações à imunidade do irlandês no onze inicial dos Spurs. Ele calou temporariamente os críticos ao marcar quatro gols na vitória por 5 a 0 sobre o Burnley, mas estava clara a queda de rendimento. Enquanto Luka Modric estava fora do time, Redknapp chegou a adaptar Keane pelo lado esquerdo do meio de campo. Contudo, o bom desempenho de Niko Kranjcar, o retorno de Modric e os gols de Peter Crouch - que passou a acompanhar Defoe à frente - deixaram o líder da equipe sem espaço. Para piorar, problemas disciplinares puseram em xeque seu posto de capitão.

Vale lembrar que a reputação de Keane no Tottenham é boa. Entre 2002 e 2008, o irlandês acumulou 197 jogos e 80 gols pelo clube. No retorno a Londres em janeiro de 2009, o atacante recebeu um importante voto de confiança do treinador Harry Redknapp, que o nomeou capitão do time, cargo que já havia exercido durante sua primeira passagem por White Hart Lane em virtude das constantes lesões do zagueiro Ledley King. Ainda que em ritmo de readaptação, Keane foi um dos líderes da recuperação dos Spurs na segunda metade da Premier League.

A situação atual, porém, não é confortável. Harry Redknapp nutre, com razão, a expectativa de que o time pode chegar entre os quatro primeiros do campeonato e garantir vaga na Liga dos Campeões. Por isso, deixou bem claro que não permitiria confraternizações durante o futebolisticamente movimentado fim de ano. Keane desobedeceu ao chefe e organizou secretamente uma ousada festa em Dublin, à qual compareceram outros 15 jogadores dos Spurs. No jogo seguinte ao encontro, o Tottenham sofreu a pior derrota da temporada: 1 a 0 para o Wolverhampton em Londres.

O caso veio à tona na semana passada, e Redknapp ameaçou punir severamente os envolvidos. Mas mudou de ideia. Apenas determinou que os jogadores fizessem doações a uma instituição de caridade. Além disso, o treinador garantiu que, "quando iniciar os jogos, Robbie Keane será o capitão do time". Paira certa sensação de impunidade e um temor de que o clube possa perder o rumo. Todavia, a excelente vitória contra o Blackburn no último sábado indica que a campanha não deve sofrer grandes reveses.

O maior prejudicado é o próprio Robbie Keane. Ainda capitão, mas sem a confiança de antes, o jogador vive um momento inusitado. O irlandês passa às condições de "líder dos baderneiros" e, como na última rodada, de opção para o segundo tempo. Mesmo deixando de lado a festa em Dublin, é estranho que um reserva seja o capitão do time. A menos que ocupe status incontestável no clube, casos de Alessandro Del Piero na Juventus e, até a temporada passada, Paolo Maldini no Milan.

A princípio, Redknapp escolhe a continuidade, ao contrário do que costuma fazer o rival Arsène Wenger. Quando Thierry Henry deixou o Arsenal, Gilberto Silva tinha tudo para ser o próximo capitão, uma vez que, se o francês não jogava, sempre recebia a faixa. Entretanto, ao planejar-se para 2007/08, Wenger percebeu que Gilberto seria reserva de Mathieu Flamini e decidiu nomear capitão o zagueiro William Gallas. Na temporada passada, Gallas fez declarações polêmicas envolvendo os jovens do elenco. O treinador não hesitou em determinar que o novo líder da equipe seria Francesc Fàbregas, então com 21 anos.

Especulações indicam que Aston Villa e Sunderland podem capturar o irlandês na próxima abertura do mercado de transferências. Talvez seja uma solução conveniente para o problema, ainda que represente uma notável perda no plantel. Nesse caso, Redknapp poderá passar a faixa de capitão ao zagueiro Michael Dawson, uma vez que Jonathan Woodgate e Ledley King raramente estão em forma.

A péssima interrupção da jornada de Keane em White Hart Lane


Há um ano e meio, Liverpool e Tottenham fecharam um péssimo negócio. Os Reds pagaram aos Spurs 19 milhões de libras por Robbie Keane, que chegava a Anfield para fazer companhia ao outrora isolado no ataque Fernando Torres. Os primeiros jogos do irlandês foram desastrosos. Depois, porém, Keane chegou a marcar gols importantes, como os dos empates por 1 a 1 diante de Atlético de Madrid e Arsenal. No entanto, havia um desentendimento entre o jogador e Rafa Benítez.

Quando, em janeiro deste ano, o Tottenham ofereceu 12 milhões de libras (que poderiam chegar a 16), o Liverpool não hesitou em acertar a transferência no último dia da janela do mercado de inverno. O Liverpool perdeu dinheiro e viu sua grande aposta naufragar. O Tottenham, embora tenha auferido certo lucro financeiro, interrompeu por seis meses a passagem de um ídolo pelo clube e enfrentou muitas dificuldades no início da temporada - alguém se lembra do desempenho de Juande Ramos em 2008/09? Robbie Keane, por sua vez, perdeu a chance de se consolidar no ataque de um dos favoritos ao título e o rumo de uma carreira que parecia ascendente.

Imagem: The Sun