Não há duvidas do sucesso da Premier League, que é hoje a competição de futebol mais lucrativa do mundo, superando até mesmo a badalada UEFA Champions League. O mais incrível desse campeonato é que ele teve início apenas em 1992, substituindo a secular First Division.
A mudança ocorreu em um cenário de crise geral do futebol inglês. Os anos 80 foram marcados pela derrocada dos estádios da terra da rainha, consumidos pelo vandalismo dos hooligans. Aliás, estes também eram responsáveis pelo afastamento dos torcedores “de bem” das partidas de futebol.
A crise era evidente com a falta de poder da liga inglesa para atrair grandes nomes para seus times, frente a potências como Espanha e Itália.
O hooliganismo havia feito os times ingleses serem banidos também de competições europeias, após o episódio no Estádio Heysel, na Bélgica, em que 39 torcedores morreram no jogo do Liverpool contra a Juventus, na Final da Copa Europeia de 1985.
Tudo isso evidenciava um erro na gestão do futebol inglês, processo que teve como consequência o “Acordo dos Membros Fundadores”, assinado em 17 de julho de 1991, determinando os princípios básicos para a criação da Premier League. Através dele surgiam novas regras para gerir a competição, entre as quais está a venda dos direitos de transmissão. A ideia de cobrar dos torcedores para assistir a um esporte transmitido pela televisão era nova e traria retorno financeiro fundamental.
A concessão dos direitos de televisão para a Sky rendeu £191 milhões por 5 anos. Para se ter ideia do quanto essa medida foi acertada, basta ver os valores atuais para essa prática: Sky e Setanta pagaram o valor de £1.7 bilhões para transmitir os jogos de 2007 a 2010.
O esquema de patrocínio para as competições também se mostrou de grande importância para a redenção do futebol inglês. Em 1993, a Carling pagou £12 milhões por 4 anos (originando a FA Carling Premiership). Eles renovaram o patrocínio por mais 4 anos, pagando um aumento de 300%. Em 2001, a Barclaycard se tornou a nova patrocinadora por um valor de £48 milhões por 3 anos. O banco Barclays assumiu em 2004, pagando o preço renovado para 2007 no valor de £65.8milhões por 3 temporadas. Parece ter sido mais uma decisão correta!
O aumento no faturamento tornou a Premier League atrativa aos craques do futebol mundial. Prova disso é que, em 1992, apenas 11 jogadores não eram britânicos ou irlandeses. Em 2007, já eram 250. Esse número hoje é bem maior e não para de crescer, com clubes sendo formados praticamente sem nenhum inglês na equipe titular, como o Arsenal de Arsène Wenger.
Herdando os 22 clubes da antiga First Division, a Premier League, em 1992/93, teve quatro rebaixados e apenas dois promovidos. Na temporada seguinte, passou a ser disputada na forma atual, que não sofreu alterações desde então. São 20 times, todos jogam contra todos em dois turnos (totalizando 38 partidas). A temporada vai de agosto a maio, e o clube que conquistar mais pontos leva o caneco.
O Manchester United é o maior vencedor da Premier League, com 11 conquistas. O Arsenal vem na sequência, com três. Chelsea, com duas e Blackburn Rovers, uma vez campeão, completam a lista de vencedores.
A eficiência na organização revelou-se importante para fazer renascer o futebol da Inglaterra. O sucesso da Premier League faz com que o berço do futebol seja também hoje seu principal palco mundial, o que deve perdurar por muitos anos.
Alguns números da Premier League
Maiores artilheiros:
1) Alan Shearer – 260 gols
2) Andrew Cole – 187 gols
3) Thierry Henry – 174 gols
4) Robbie Fowler – 163 gols
5) Les Ferdinand – 149 gols
Mais jogos:
Gary Speed – 536 jogos
David James – 507 jogos
Ryan Giggs – 488 jogos
Sol Campbell – 447 jogos
Alan Shearer – 441 jogos
3 comentários:
o sucesso da Premier League é fracasso do futebol brasileiro, que fica nas mãos de entidades como a CBF e a Globo, que fazem o que bem entendem da competição...o fuitebol brasileiro só subirá de nível (técnico e estrutural), quando os clubes se unirem para formar uma nova gestão, a parte de qualquer federação...na Inglaterra não só deu certo, como tornou a liga nacional de maior prestígio em todo continente...
abraço!!!
A reestruturação do Campeonato Inglês é de dar inveja a qualquer um que deseja fazer o mesmo. Seria muito bom se saísse logo do campo da inveja e passasse para o campo do exemplo, tomando o projeto inglês como modelo para a formação de campeonatos eficientes, organizados e de sucesso. Ah, se isso acontecesse por aqui...
Ateh!
Vocês disseram tudo. A iminência do acordo para a volta do mata-mata indica o nosso atraso. Por aqui, os clubes não ditam regras e, além de terem dificultadas quaisquer tentativas de evolução, podem ser vítimas de um retrocesso. Ê, futebol brasileiro...
Até mais!
Postar um comentário