Após fracassar com o Corinthians na Copa Santander Libertadores de 2006, Carlos Tevez ingressou no futebol europeu pelo portão do Upton Park. No primeiro semestre de West Ham, sob a tutela do treinador Alan Pardew, o atacante, acompanhado pelo amigo Javier Mascherano, foi um fiasco. Escalado pelo lado direito do meio de campo, com um rigor tático a que não estava acostumado, o argentino não conseguiu solidificar seu lugar no time. No entanto, após a chegada do técnico Alan Curbishley, Tevez marcou gols em profusão, liderou os Hammers na bem-sucedida campanha contra o rebaixamento e converteu-se em ídolo do clube.
Seu sucesso em Londres atribuiu a Kia Joorabchian a oportunidade de repassá-lo a um clube maior. Para a fortuna do iraniano, Alex Ferguson, então à procura de um parceiro para Wayne Rooney, tratava a contratação do argentino de forma obsessiva. "Admito que não há um plano B. Carlos é nossa única opção", dizia o escocês. As duas temporadas de Tevez no Manchester United foram notabilizadas por triunfos coletivos e controvérsias individuais. Especialmente depois do acerto com Dimitar Berbatov, o Apache se habituou mais ao banco do que às áreas adversárias.
Ao final de 2008/09, o United deveria decidir se pagaria ou não os 35 milhões de euros solicitados pela MSI para a transferência definitiva do argentino. Alex Ferguson escolheu o caminho óbvio e preferiu não efetivar um negócio tão dispendioso por uma opção, naquele momento, secundária. Por provocação, excessiva ambição ou, mais provavelmente, uma combinação desses fatores, o Manchester City decidiu apostar em Tevez. Tratava-se de uma transação arriscada, porém fundamentada. Apesar do ostracismo no United, o potencial e a personalidade do atacante pareciam perfeitamente adequados a grandes desafios.
O clube de Eastlands estava certo. Desde que recuperou sua forma física, o Apache é disparadamente a principal peça do time. Eleito o Jogador do Mês de dezembro na Premier League, Tevez já chegou a 12 gols no campeonato. Costumeiramente, aqueles que se destacam tornam-se personagens de polêmicas. Com o temperamental portenho, não poderia ser diferente. Questionado a respeito do "Caso Tevez" na véspera de City x United, pelas semifinais da Copa da Liga, o lateral-direito Gary Neville saiu em defesa de Alex Ferguson. Ao afirmar que o argentino "não valia 35 milhões", o capitão do Manchester United fez a análise correta, mas deixou a prudência de lado.
Àquela época, o antigo ídolo do Corinthians não justificava, de fato, o sacrifício financeiro. Entretanto, após três anos e meio de alguma instabilidade na Inglaterra, Tevez tornou-se um jogador de primeira classe quando assumiu maiores responsabilidades. Versátil, lutador, técnico e dotado de instinto goleador, o atacante parece ter atingido o mais alto patamar na Premier League. O Apache não é mais o principal jogador de uma equipe média ou coadjuvante de um gigante. Ele converteu-se em protagonista de um clube ambicioso e, a partir daí, passa a simbolizar, técnica e mercadologicamente, o mesmo que Wayne Rooney representa para o United, por exemplo.
Daí o risco assumido pelo capitão dos Red Devils. Agora, Carlitos tem moral mais do que suficiente para duros embates psicológicos. Após os dois gols que marcou contra o Manchester United na última terça-feira, o argentino comemorou de forma a provocar Neville, como quem queria "ouvir as críticas naquele momento". A resposta do experimentado inglês foi instantânea, através de um gesto obsceno. A réplica de Tevez talvez tenha sido ainda mais áspera, visto que o lateral-direito do United foi tachado de "idiota e puxa-saco do treinador".
Parece claro que nenhum dos dois deve ser agraciado com a vitória no ríspido debate. Neville não disse nenhum impropério inicialmente, mas foi insensato. Tevez, com sua forte personalidade e seu tom comediante, também não precisaria entrar no mérito. Seus gols seriam o bastante para responder às críticas, provar que, seis meses após deixar Old Trafford, ele conseguiu justificar a aposta do Manchester City. Ainda assim, prefiro encarar a rinha de maneira otimista. Agora, o jogo decisivo da semifinal da Copa da Liga ganha um teor ainda mais competitivo. Além disso, depois das fantásticas exibições, Carlitos pode se considerar "batizado" pela opinião pública e, portanto, um jogador completo.
Seu sucesso em Londres atribuiu a Kia Joorabchian a oportunidade de repassá-lo a um clube maior. Para a fortuna do iraniano, Alex Ferguson, então à procura de um parceiro para Wayne Rooney, tratava a contratação do argentino de forma obsessiva. "Admito que não há um plano B. Carlos é nossa única opção", dizia o escocês. As duas temporadas de Tevez no Manchester United foram notabilizadas por triunfos coletivos e controvérsias individuais. Especialmente depois do acerto com Dimitar Berbatov, o Apache se habituou mais ao banco do que às áreas adversárias.
Ao final de 2008/09, o United deveria decidir se pagaria ou não os 35 milhões de euros solicitados pela MSI para a transferência definitiva do argentino. Alex Ferguson escolheu o caminho óbvio e preferiu não efetivar um negócio tão dispendioso por uma opção, naquele momento, secundária. Por provocação, excessiva ambição ou, mais provavelmente, uma combinação desses fatores, o Manchester City decidiu apostar em Tevez. Tratava-se de uma transação arriscada, porém fundamentada. Apesar do ostracismo no United, o potencial e a personalidade do atacante pareciam perfeitamente adequados a grandes desafios.
O clube de Eastlands estava certo. Desde que recuperou sua forma física, o Apache é disparadamente a principal peça do time. Eleito o Jogador do Mês de dezembro na Premier League, Tevez já chegou a 12 gols no campeonato. Costumeiramente, aqueles que se destacam tornam-se personagens de polêmicas. Com o temperamental portenho, não poderia ser diferente. Questionado a respeito do "Caso Tevez" na véspera de City x United, pelas semifinais da Copa da Liga, o lateral-direito Gary Neville saiu em defesa de Alex Ferguson. Ao afirmar que o argentino "não valia 35 milhões", o capitão do Manchester United fez a análise correta, mas deixou a prudência de lado.
Àquela época, o antigo ídolo do Corinthians não justificava, de fato, o sacrifício financeiro. Entretanto, após três anos e meio de alguma instabilidade na Inglaterra, Tevez tornou-se um jogador de primeira classe quando assumiu maiores responsabilidades. Versátil, lutador, técnico e dotado de instinto goleador, o atacante parece ter atingido o mais alto patamar na Premier League. O Apache não é mais o principal jogador de uma equipe média ou coadjuvante de um gigante. Ele converteu-se em protagonista de um clube ambicioso e, a partir daí, passa a simbolizar, técnica e mercadologicamente, o mesmo que Wayne Rooney representa para o United, por exemplo.
Daí o risco assumido pelo capitão dos Red Devils. Agora, Carlitos tem moral mais do que suficiente para duros embates psicológicos. Após os dois gols que marcou contra o Manchester United na última terça-feira, o argentino comemorou de forma a provocar Neville, como quem queria "ouvir as críticas naquele momento". A resposta do experimentado inglês foi instantânea, através de um gesto obsceno. A réplica de Tevez talvez tenha sido ainda mais áspera, visto que o lateral-direito do United foi tachado de "idiota e puxa-saco do treinador".
Parece claro que nenhum dos dois deve ser agraciado com a vitória no ríspido debate. Neville não disse nenhum impropério inicialmente, mas foi insensato. Tevez, com sua forte personalidade e seu tom comediante, também não precisaria entrar no mérito. Seus gols seriam o bastante para responder às críticas, provar que, seis meses após deixar Old Trafford, ele conseguiu justificar a aposta do Manchester City. Ainda assim, prefiro encarar a rinha de maneira otimista. Agora, o jogo decisivo da semifinal da Copa da Liga ganha um teor ainda mais competitivo. Além disso, depois das fantásticas exibições, Carlitos pode se considerar "batizado" pela opinião pública e, portanto, um jogador completo.
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