23 de julho de 2010

A escolha de Dan Gosling

Gosling deixou o Goodison Park para se divertir com Joey Barton

Dan Gosling, de 20 anos, jogou em quatro seleções de base da Inglaterra. Habitualmente na meia central, acumulou 61 jogos e oito gols entre o início da carreira, no Plymouth, e o desenvolvimento dela, no Everton. Um deles, você se lembra, decidiu a prorrogação de um confronto contra o Liverpool, no Goodison Park, pela quarta fase da Copa da Inglaterra de 2008-09. A façanha, aliada a algumas boas atuações, converteu Gosling em potencial ídolo e, ao lado de Jack Rodwell, na referência de uma espécie de Everton do futuro.

Há dois meses, a surpresa. A controversa negociação pela extensão de seu vínculo com o clube terminou no tribunal. Como o Everton não lhe ofereceu, formalmente, um contrato mais vantajoso do que o então vigente, a corte decidiu que Gosling poderia trocar o Everton por outra equipe inglesa sem qualquer compensação financeira. A promessa havia se transformado em free agent: uma perda considerável para os Toffees e uma indicação de disputa entre alguns outros clubes.

A informação segura é de que Gosling recebeu propostas do Sunderland e do Newcastle, os rivais de Tine and Wear. Financeiramente abaixo dos Black Cats e tecnicamente inferiores ao Everton, os recém-promovidos Magpies eram a escolha mais arriscada para a gestão da carreira do meia. A pressão em St. James' Park é incompatível com os recursos atuais de um clube que conquistou o Championship com facilidade, mas não deveria nutrir metas muito mais ambiciosas do que a permanência na Premier League.

E foi justamente St James' Park que guiou a decisão de Gosling. O jovem aceitou o contrato de quatro anos proposto pelo Newcastle por conta da "incrível atmosfera e do direito de sempre jogar diante de 50 mil pessoas". Se você associou essa transferência ao acerto de Joe Cole com o Liverpool, está correto sob vários pontos de vista. Lenda em Merseyside, Ian Rush considera que a chegada de Cole a Anfield prova que o clube ainda pode atrair jogadores de primeira classe. Proporcionalmente, a vitória do Newcastle é exatamente essa. Se não há dinheiro em abundância ou trabalho sólido para sustentar uma boa campanha, ainda existe nos Magpies uma espécie de valor agregado por conta do sucesso nos anos 90.

Valor que impulsiona o entusiasmo do atacante Andy Carroll, orgulhoso do número 9 de Alan Shearer, que ostentará em 2010-11. Autor de 17 gols na segunda divisão, ele será a segurança ofensiva do treinador Chris Hughton. Com Coloccini, Steven Taylor, Ryan Taylor, Jonás Gutiérrez, Kevin Nolan e - acredite - Joey Barton, o Newcastle tem uma estrutura interessante para cumprir seu objetivo: a manutenção tranquila. Nada tão especial para os reforços Dan Gosling e Leon Best. Pelo menos até o primeiro contato com a atmosfera de St James' Park.

Imagem: Telegraph

Um comentário:

Dantas disse...

Um clube com uma torcida tão maravilhora como a do New Castle é que merecia o investimento de um Sheik como esse do City.