Após a recuperação de Shay Given, o excelente Joe Hart deve ser reserva no abastado elenco do Manchester City
A repentina compra do Manchester City pelo Abu Dhabi United Group, ao fim da janela de transferências do verão europeu de 2008, criou a impressão de que os gastos da nova força mancuniana seriam completamente descabidos. O emblema dessa ideia foi a contratação de Robinho, jogador de rotação do Real Madrid, por incríveis 32.5 milhões de libras. No entanto, a lógica do negócio com o sonhador atacante não ditou o ritmo das operações seguintes dos Citizens. Embora algumas capturas tenham validade discutível, a verdade é que, a partir da última temporada, o clube se fortaleceu com investimentos criteriosos. Os intermináveis recursos e a política de transferências são inegavelmente semelhantes aos do Chelsea de Roman Abramovich.
Aliás, o clube de Stamford Bridge conquistou a Premier League em duas das três primeiras temporadas da nova gestão. A trajetória recente do Manchester City, por sua vez, nem sequer se aproxima do sucesso londrino nos anos iniciais de Abramovich. E nem poderia. Para ilustrar: qualquer eleição dos jogadores da década em Bridge passaria, necessariamente, por John Terry e Frank Lampard. A dupla já integrava o elenco dos Blues muito antes de o helicóptero de Roman sobrevoar os estádios londrinos, conforme diz a lenda. O Chelsea já era um clube de sucesso antes dos gastos megalomaníacos. Nas sete temporadas que antecederam a chegada do magnata russo, a equipe do oeste de Londres nunca deixou de ocupar um dos seis primeiros postos da Premier League. O City, vale lembrar, estava na segunda divisão em 2001-02.
O processo de redimensionamento dos Sky Blues continuará firme nesta temporada. Gradualmente, ainda que em ritmo acelerado sob certo ponto de vista, o clube agrega ótimos valores técnicos e cria uma nova mentalidade, direcionada a objetivos mais ambiciosos. Na temporada passada, ainda sob a tutela de Mark Hughes, o time promovia um festival ofensivo, mas não conseguia se defender com eficiência. Com Roberto Mancini, veio o equilíbrio, que permitiu aos mancunianos o real desafio por uma vaga na Champions, para a qual eram favoritos a algumas rodadas do fim. Mesmo assim, o fracasso na corrida pela quarta posição não deve ser atribuído a equívocos pontuais.
Apesar das numerosas contratações, alguns problemas ficaram evidentes: a lateral direita, a falta de alternativa (ou mesmo auxílio) a de Jong e a ausência de wingers realmente bons - especialmente antes da chegada de Adam Johnson. Com a missão de realizar esses reparos, Mansour bin Zayed Al Nahyan não economizou. Abaixo, uma análise dos reforços já confirmados e de um possível problema no elenco:
Jerome Boateng, ex-Hamburgo, por 10.5 milhões de libras. Reforço interessantíssimo, o melhor até agora na relação entre o investimento e a potencial contribuição. Boateng é zagueiro central, e a tendência é que, em algum tempo, seja utilizado nessa posição. Contudo, a ausência de um lateral-direito seguro e a versatilidade do alemão (no setor em questão, ele foi um dos melhores da disputa pelo terceiro lugar da Copa) abrem outra possibilidade para a primeira temporada. Se Lescott estiver bem, o irmão de Kevin-Prince pode não ter espaço pelo meio, mas será muito útil na posição de Richards e Zabaleta.
Yaya Touré, ex-Barcelona, por 24 milhões de libras. Apesar do preço inadequado, o ex-reserva de Sergio Busquets também é uma aquisição interessante. Barry esteve mal durante quase toda a temporada e, fora de forma, teve uma Copa tenebrosa. Assim, o único jogador realmente combativo do meio-campo dos Citizens era de Jong. Se evitar as constantes aparições do insano Zabaleta no setor e permitir a Mancini, com segurança, a adoção de um eventual 4-2-3-1, o marfinense terá justificado pelo menos metade dos trocados transferidos ao Barça.
David Silva, ex-Valencia, 25 milhões de libras. Investimento aceitável. Silva ainda tem 24 anos e, portanto, perspectivas interessantes. O espanhol deve oferecer ao time a possibilidade de jogar pelos lados com qualidade e sem remanejamentos. Em grande parte da temporada passada, o left winger do City foi Bellamy. O atacante galês até fez bom papel, mas a presença do habilidoso campeão do mundo representa um ganho importante na posição. Sua versatilidade dá a Mancini o direito de escalá-lo em qualquer setor da meia, mas os bons desempenhos de Tevez pelo meio e do canhoto Adam Johnson pela direita sugerem que Silva deve mesmo incomodar o lateral-direito adversário.
O Caso (expressão já banalizada pelo uso) Robinho. Apesar de algumas atuações notáveis pelo Santos, o atacante não fez o que precisava para alterar seu status. Assim, não há boas opções para o Manchester City. A única forma de disfarçar o fracasso desse investimento seria envolvê-lo numa troca, que representaria, por exemplo, capturar Alexandre Pato por 25 milhões de euros, em vez de 35. De toda forma, isso ainda parece improvável, uma vez que o clube deve lhe atribuir um valor que ninguém está disposto a pagar (ou descontar). Assim, se não quiser prorrogar o inútil empréstimo ao Santos, é possível que os Sky Blues recebam e mantenham no elenco um Robinho desmotivado, com tendência praticamente irreversível ao banco de reservas. Neste caso, ou Mancini faz um trabalho psicológico revolucionário, ou o City espera o melancólico fim do contrato, em 2012.
Roberto Mancini terá a desagradável obrigação de levar o tecnicamente abastado Manchester City à Champions 2011-12. Apesar das evidentes dificuldades impostas pelo alto nível dos concorrentes, os sólidos investimentos durante duas temporadas implicam uma pressão com a qual os antigos membros da Sampdoria (Mancini e seu auxiliar Attilio Lombardo) terão de conviver. Vale lembrar que o clube ainda pode anunciar outras contratações em breve: além da avançada negociação pelo ótimo lateral-esquerdo Aleksandar Kolarov, da Lazio, existe a expectativa de que um meio-campista e um atacante sejam capturados. Potencialmente, o City já tem o terceiro melhor conjunto da Premier League. A partir de agora, muito dependerá da gestão de Mancini.
O Caso (expressão já banalizada pelo uso) Robinho. Apesar de algumas atuações notáveis pelo Santos, o atacante não fez o que precisava para alterar seu status. Assim, não há boas opções para o Manchester City. A única forma de disfarçar o fracasso desse investimento seria envolvê-lo numa troca, que representaria, por exemplo, capturar Alexandre Pato por 25 milhões de euros, em vez de 35. De toda forma, isso ainda parece improvável, uma vez que o clube deve lhe atribuir um valor que ninguém está disposto a pagar (ou descontar). Assim, se não quiser prorrogar o inútil empréstimo ao Santos, é possível que os Sky Blues recebam e mantenham no elenco um Robinho desmotivado, com tendência praticamente irreversível ao banco de reservas. Neste caso, ou Mancini faz um trabalho psicológico revolucionário, ou o City espera o melancólico fim do contrato, em 2012.
Roberto Mancini terá a desagradável obrigação de levar o tecnicamente abastado Manchester City à Champions 2011-12. Apesar das evidentes dificuldades impostas pelo alto nível dos concorrentes, os sólidos investimentos durante duas temporadas implicam uma pressão com a qual os antigos membros da Sampdoria (Mancini e seu auxiliar Attilio Lombardo) terão de conviver. Vale lembrar que o clube ainda pode anunciar outras contratações em breve: além da avançada negociação pelo ótimo lateral-esquerdo Aleksandar Kolarov, da Lazio, existe a expectativa de que um meio-campista e um atacante sejam capturados. Potencialmente, o City já tem o terceiro melhor conjunto da Premier League. A partir de agora, muito dependerá da gestão de Mancini.
Possível formação titular: Given; Boateng, Kolo Touré, Lescott, Kolarov; de Jong, Yaya Touré; Johnson, Tevez, Silva; Adebayor.
Um comentário:
Um jogador que gostei neste time foi Ireland, mas parece que vai mesmo pro banco, uma pena, acho que ele caberia em um outro time medio, tipo NewCastle, AstonVilla ou West Ham etc, fiquei desapontado com ele depois que le porque nao é mas chamado para a seleçao Irlandesa, o cara é doido.
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