Carlo Ancelotti pode escalar Anelka, Drogba e Sturridge. Sim, é perfeitamente possível. Mesmo assim, há ressalvas. Ele precisaria de um Lampard muito comprometido com questões defensivas e um Essien todocampista. Há três temporadas, Kevin Keegan salvou o Newcastle do rebaixamento ao Championship a partir do momento em que adotou o esquema com três atacantes: Owen, Martins e Viduka. Mas Owen voltava muito, quase como um enganche, à Forlán em sua versão da Copa do Mundo. Mesmo em times com muitos recursos, um 4-3-3 de fato precisa de uma sustentação especial.
Pois bem. Avram Grant, que se revelou um bom treinador no Chelsea em 2007-08, quis se aventurar no West Ham. Afundado na última posição da Premier League após viver trauma similar - mas compreensível - na temporada passada com o Portsmouth, o israelense lançou mão de uma formação excessivamente ousada no jogo contra o Newcastle, no sábado. Além do inusitado tridente ofensivo - Piquionne à direita, Obinna à esquerda e Carlton Cole no comando -, o meio-campo carecia de combatividade, com Behrami e Noble à frente do sempre lúcido, porém sacrificado na primeira volância, Scott Parker.
A combinação até funcionou no começo, com Piquionne, deslocado à esquerda, a assistir Carlton Cole, que não - não! - é bom finalizador como sugeriam os descabidos interesses de Liverpool e Arsenal. Entretanto, mesmo um time inconsistente como o Newcastle conseguiu fazer a festa. Sem pegada no meio, o West Ham foi completamente dominado por Gutiérrez, Tioté, Nolan e Barton, que sempre podiam contar com Carroll na referência. A totalmente merecida virada dos Magpies deixa claro que o problema não é o esquema, mas a má distribuição das peças. Se Grant prefere o 4-3-3, pode investir nele, mas não sem antes verificar questões fundamentais: os laterais conseguem compensar a ausência de wingers?; os pontas marcam a saída de bola?; haverá combatividade suficiente no meio?
Manejando seu elenco de forma adequada, Grant pode chegar a uma formação mais segura, que, em tese, seria suficiente para afastar os Hammers do fundo do poço. Vejamos: Green; Winston Reid, Upson, Gabbidon, Ilunga; Hitzlsperger (quando recuperado), Parker, Noble; Behrami, Cole, Barrera. É claro que a baciada de atacantes, especialmente Obinna, que tem agradado a muitos, tem de ser explorada. Mas a distribuição mais cautelosa dos jogadores parece vantajosa a um West Ham que culpava Gianfranco Zola por seus problemas de 2009-10, mas já pode crer que sua temporada fora da reta foi 2008-09, a do ótimo nono lugar inspirado pelo outrora bom trabalho do treinador italiano.
O grande Samir Nasri
O francês foi o melhor da ótima vitória por 3 a 0 do Arsenal contra o Manchester City. A expulsão de Boyata foi o evento que determinou o rumo do jogo, mas, em outros tempos, os Gunners teriam mais problemas para superar um conjunto que, sim, era mais confiante ao início do encontro. O que mudou? A consistência de Nasri, o grande jogador do Arsenal na temporada, inspirou o triunfo incontestável. Aliás, dele e de Song, figuras sobre quem falamos há um tempo. Ainda em evolução impressionante, os dois minimizam os pontos falhos e atribuem à equipe a chance de vencer grandes jogos. Ou, pelo menos, de jogar muito bem nesses momentos decisivos, como na derrota para o Chelsea em Bridge.
O Solskjaer mexicano
A maioria se lembra dos tempos do norueguês como jogador em Manchester. Não era tecnicamente fantástico, mas, na Champions ou na Premier League, tinha uma estrela absurda para marcar em ocasiões importantes. Assim parece ser Chicharito, que já mostrou ter um senso de oportunidade muito, muito apurado. A diferença é que Hernández, que, com dois gols, decidiu a partida em Stoke-on-Trent, ainda tem muito espaço de evolução. Por ora, a comparação, feita pelo jornalista Phil McNulty, da BBC, é suficiente para descrever o ainda reserva mexicano, como quase sempre foi Ole Gunnar: uma alternativa aos titulares. Mas, em algum tempo, seu notável potencial pode aproximá-lo mais de van Nistelrooy.
Liverpool bem melhor
O conjunto de Roy Hodgson não se limitou a vencer o Blackburn por 2 a 1. Com satisfatórias 20 finalizações (oito no alvo), o Liverpool sufocou os Rovers de um inspirado Paul Robinson. As melhoras de Joe Cole e Fernando Torres foram fundamentais para tanto. E também para, pela primeira vez, negar a possibilidade de o time, ainda na zona de rebaixamento, terminar a Premier League entre os três piores. Por outro lado, a efusiva comemoração na Inglaterra pela vitória revela que ninguém confia na equipe. Muito em função dos resultados recentes, mas também por conta da presença dos contestáveis Konchesky, Lucas e Maxi, que hoje não foram exatamente mal, mas têm desapontado demais. No frigir dos ovos, o triunfo alivia os torcedores do 18º colocado, mas não tira do NESV a responsabilidade de reparar a lateral esquerda, a volância e o ataque em janeiro.
Imagens: The Mirror, Metro, Site do Liverpool
Pois bem. Avram Grant, que se revelou um bom treinador no Chelsea em 2007-08, quis se aventurar no West Ham. Afundado na última posição da Premier League após viver trauma similar - mas compreensível - na temporada passada com o Portsmouth, o israelense lançou mão de uma formação excessivamente ousada no jogo contra o Newcastle, no sábado. Além do inusitado tridente ofensivo - Piquionne à direita, Obinna à esquerda e Carlton Cole no comando -, o meio-campo carecia de combatividade, com Behrami e Noble à frente do sempre lúcido, porém sacrificado na primeira volância, Scott Parker.
A combinação até funcionou no começo, com Piquionne, deslocado à esquerda, a assistir Carlton Cole, que não - não! - é bom finalizador como sugeriam os descabidos interesses de Liverpool e Arsenal. Entretanto, mesmo um time inconsistente como o Newcastle conseguiu fazer a festa. Sem pegada no meio, o West Ham foi completamente dominado por Gutiérrez, Tioté, Nolan e Barton, que sempre podiam contar com Carroll na referência. A totalmente merecida virada dos Magpies deixa claro que o problema não é o esquema, mas a má distribuição das peças. Se Grant prefere o 4-3-3, pode investir nele, mas não sem antes verificar questões fundamentais: os laterais conseguem compensar a ausência de wingers?; os pontas marcam a saída de bola?; haverá combatividade suficiente no meio?
Manejando seu elenco de forma adequada, Grant pode chegar a uma formação mais segura, que, em tese, seria suficiente para afastar os Hammers do fundo do poço. Vejamos: Green; Winston Reid, Upson, Gabbidon, Ilunga; Hitzlsperger (quando recuperado), Parker, Noble; Behrami, Cole, Barrera. É claro que a baciada de atacantes, especialmente Obinna, que tem agradado a muitos, tem de ser explorada. Mas a distribuição mais cautelosa dos jogadores parece vantajosa a um West Ham que culpava Gianfranco Zola por seus problemas de 2009-10, mas já pode crer que sua temporada fora da reta foi 2008-09, a do ótimo nono lugar inspirado pelo outrora bom trabalho do treinador italiano.
O grande Samir Nasri
O francês foi o melhor da ótima vitória por 3 a 0 do Arsenal contra o Manchester City. A expulsão de Boyata foi o evento que determinou o rumo do jogo, mas, em outros tempos, os Gunners teriam mais problemas para superar um conjunto que, sim, era mais confiante ao início do encontro. O que mudou? A consistência de Nasri, o grande jogador do Arsenal na temporada, inspirou o triunfo incontestável. Aliás, dele e de Song, figuras sobre quem falamos há um tempo. Ainda em evolução impressionante, os dois minimizam os pontos falhos e atribuem à equipe a chance de vencer grandes jogos. Ou, pelo menos, de jogar muito bem nesses momentos decisivos, como na derrota para o Chelsea em Bridge.
O Solskjaer mexicano
A maioria se lembra dos tempos do norueguês como jogador em Manchester. Não era tecnicamente fantástico, mas, na Champions ou na Premier League, tinha uma estrela absurda para marcar em ocasiões importantes. Assim parece ser Chicharito, que já mostrou ter um senso de oportunidade muito, muito apurado. A diferença é que Hernández, que, com dois gols, decidiu a partida em Stoke-on-Trent, ainda tem muito espaço de evolução. Por ora, a comparação, feita pelo jornalista Phil McNulty, da BBC, é suficiente para descrever o ainda reserva mexicano, como quase sempre foi Ole Gunnar: uma alternativa aos titulares. Mas, em algum tempo, seu notável potencial pode aproximá-lo mais de van Nistelrooy.
Liverpool bem melhor
O conjunto de Roy Hodgson não se limitou a vencer o Blackburn por 2 a 1. Com satisfatórias 20 finalizações (oito no alvo), o Liverpool sufocou os Rovers de um inspirado Paul Robinson. As melhoras de Joe Cole e Fernando Torres foram fundamentais para tanto. E também para, pela primeira vez, negar a possibilidade de o time, ainda na zona de rebaixamento, terminar a Premier League entre os três piores. Por outro lado, a efusiva comemoração na Inglaterra pela vitória revela que ninguém confia na equipe. Muito em função dos resultados recentes, mas também por conta da presença dos contestáveis Konchesky, Lucas e Maxi, que hoje não foram exatamente mal, mas têm desapontado demais. No frigir dos ovos, o triunfo alivia os torcedores do 18º colocado, mas não tira do NESV a responsabilidade de reparar a lateral esquerda, a volância e o ataque em janeiro.
Imagens: The Mirror, Metro, Site do Liverpool
5 comentários:
Na minha opinião, faltam são peças ao West Ham United. Piquionne está longe de ser um bom atacante, tal como o nigeriano Martins. Carlton Cole, então...
Como bem disse, Scott Parker é um dos poucos que se salvam. Além de marcar muito bem, erra pouquíssimos passes, e é completo.
Quanto ao Manchester, compararia Chicarito com outro ex-jogador dos Diabos Vermelhos. Na minha visão, o mexicano se parece mais, até pela posição e pal movimentação, com Dwigth Yorke, em sua fase áurea, é claro.
Grande Abraço
"..tal como o ingeriano Obinna...", confundi os nomes e as habilidades. Martins, sim, é um bom atacante.
Acredito que poderiam ter investido em um atacante pra dar conta do recado, Cole nao é tao ruim, é irregular (muito).
Acho que Nathan Delfouneso (Astonvilla), poderia ser um investimento interessante para a situçao dos Hammers
O Arsenal fez uma bela partida diante do City. A expulsão do Boyatá foi decisiva, mas os Gunners foram melhores e o segundo gol matou os Citizens
Polvo Paul morreu hoje na Alemanha:
http://digaofutebol.blogspot.com/2010/10/polvo-paul-morre-e-sera-cremado-na.html
Digão Futebol
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