A inspiração dos franceses na vitória por 2 a 1 em Wembley pode ter sido a cautela dosada que levou o Manchester United a duas decisões recentes de Champions League. Ferguson por vezes prescindiu de Tévez e Berbatov, isolou Rooney (ou até Ronaldo) e posicionou Scholes (ou Carrick) à frente da zaga. Era difícil superar aquele 4-1-4-1. Emulando o escocês, Laurent Blanc fez a França controlar a Inglaterra durante a maior parte do tão aguardado amistoso. Com o jovem M'Vila na volância, os quatro armadores - Valbuena, Gourcuff, Nasri e Malouda - ficaram à vontade para dominar o estreante Henderson (Sunderland) e o preguiçoso Barry. A França trabalhou a bola brilhantemente, e Malouda, fundamental para o gol de Benzema, foi o melhor em campo na primeira parte. Os britânicos, ao contrário, mal conseguiam acertar passes.
Capello, entretanto, pensou bem no intervalo. Richards, substituto de Ferdinand, deslocou Jagielka ao miolo da defesa. Ashley Young ocupou a vaga de Barry, de forma que Gerrard, inicialmente escalado no suporte a Carroll, retornasse à meia central. Adam Johnson, por sua vez, barrou Walcott em benefício da lógica do canhoto à direita. O time melhorou um pouco, mas a estrutura da França, já bem treinada por Blanc, continuou mais confiável. Até que Gibbs subiu, fracassou e não conseguiu voltar. Sagna voou pelo setor, assistiu Valbuena e inspirou uma nova canção em homenagem a seu parceiro de Arsenal: Taxi for Gibbs, Taxi for Gibbs, Taxi for Gibbs.
O segundo gol dos Bleus deixou o jogo moroso. Mas a Inglaterra, vale lembrar, tem Crouch. O eficiente atacante, logo no primeiro toque, marcou seu 22º gol pela seleção. O Mr. Clancy, que substituiu Gerrard perto do fim, poderia ter sido a primeira opção de Capello e mantido o fantástico aproveitamento nestas circunstâncias - 18 gols em 17 jogos como titular. Não foi porque o italiano quis oferecer ao bom e esforçado Carroll uma chance. Era pertinente: sem Rooney, Defoe, Bent e Agbonlahor, o centroavante do Newcastle precisava jogar. Ainda que isso implicasse um esquema diferente, com Walcott, Gerrard e Milner se aproximando da área, domínio quase exclusivo de Carroll. Mas a verdade é que o time mais forçou do que construiu jogadas para seu grande homem. Nada deu muito certo.
Os desfalques contribuíram para tanto. Eram pelo menos seis titulares fora. Um hipotético combinado com ingleses lesionados é superior à formação utilizada por Capello. Veja só: Hart; Glen Johnson, Terry, King, Ashley Cole; Lennon, Lampard, Noble, Joe Cole; Rooney, Bent. É difícil armar o time sem tanta gente. Jagielka na lateral direita, Lescott (em má fase) na defesa - que obteve apenas cinco clean sheets nos últimos 18 jogos -, Barry e Henderson na meia central e Gerrard como auxiliar de centroavante não foram exatamente decisões felizes, mas a verdade é que não havia tantas alternativas.
Contudo, por ser Capello o mais impopular dos treinadores da Inglaterra depois do homem do guarda-chuva, sempre há o que criticar. Roberto Mancini, com um elenco abarrotado de meias centrais, justifica a contratação de James Milner deslocando-o à esquerda no Manchester City. Inexplicavelmente, Fabio resolve reeditá-lo. Ora, o City capturou Milner por seu desempenho no primeiro semestre de 2010, como meia central. Com Young e Downing nas pontas, Martin O'Neill encontrou na parceria com Petrov a fórmula ideal para alavancar a carreira de James. Como ele não é tão veloz, mas tem técnica apurada e intensidade, muitos diziam, após seis meses de experimentos, que seria um dos grandes no setor. Mas Mancini e Capello - este por pura teimosia (seriam Henderson e Barry imprescindíveis?) - se recusam a efetivá-lo por ali (ou o fazem em poucos minutos). É cedo, mas Milner parece estar em sua pior temporada desde a miséria técnico-tática no Newcastle.
Outras escolhas também precisam ser revistas. Gibbs, ainda muito inseguro, não deveria ser o reserva imediato de Ashley Cole - Warnock e Baines são mais confiáveis. Henderson tem 20 anos e precisa ter seu potencial explorado, mas Kevin Nolan, de 28, merece uma chance há muito tempo. Mais próximo de Gerrard e Lampard, o capitão do Newcastle tem sete gols na Premier League e vem de temporadas muito consistentes no Reebok Stadium e no St James' Park. A ideia é renovar, dirão alguns. Então, melhor seria se Capello chamasse Sturridge em vez de Bothroyd, também com 28 anos nas costas. Ciclos de dois anos não autorizam o treinador a atropelar a necessidade de vencer em benefício da renovação. É preciso conciliá-las, sem forçar a barra. E não permitir que (mais) um jogo fraco force a nossa amizade.
Montagem: Daily Mail
Capello, entretanto, pensou bem no intervalo. Richards, substituto de Ferdinand, deslocou Jagielka ao miolo da defesa. Ashley Young ocupou a vaga de Barry, de forma que Gerrard, inicialmente escalado no suporte a Carroll, retornasse à meia central. Adam Johnson, por sua vez, barrou Walcott em benefício da lógica do canhoto à direita. O time melhorou um pouco, mas a estrutura da França, já bem treinada por Blanc, continuou mais confiável. Até que Gibbs subiu, fracassou e não conseguiu voltar. Sagna voou pelo setor, assistiu Valbuena e inspirou uma nova canção em homenagem a seu parceiro de Arsenal: Taxi for Gibbs, Taxi for Gibbs, Taxi for Gibbs.
O segundo gol dos Bleus deixou o jogo moroso. Mas a Inglaterra, vale lembrar, tem Crouch. O eficiente atacante, logo no primeiro toque, marcou seu 22º gol pela seleção. O Mr. Clancy, que substituiu Gerrard perto do fim, poderia ter sido a primeira opção de Capello e mantido o fantástico aproveitamento nestas circunstâncias - 18 gols em 17 jogos como titular. Não foi porque o italiano quis oferecer ao bom e esforçado Carroll uma chance. Era pertinente: sem Rooney, Defoe, Bent e Agbonlahor, o centroavante do Newcastle precisava jogar. Ainda que isso implicasse um esquema diferente, com Walcott, Gerrard e Milner se aproximando da área, domínio quase exclusivo de Carroll. Mas a verdade é que o time mais forçou do que construiu jogadas para seu grande homem. Nada deu muito certo.
Os desfalques contribuíram para tanto. Eram pelo menos seis titulares fora. Um hipotético combinado com ingleses lesionados é superior à formação utilizada por Capello. Veja só: Hart; Glen Johnson, Terry, King, Ashley Cole; Lennon, Lampard, Noble, Joe Cole; Rooney, Bent. É difícil armar o time sem tanta gente. Jagielka na lateral direita, Lescott (em má fase) na defesa - que obteve apenas cinco clean sheets nos últimos 18 jogos -, Barry e Henderson na meia central e Gerrard como auxiliar de centroavante não foram exatamente decisões felizes, mas a verdade é que não havia tantas alternativas.
Contudo, por ser Capello o mais impopular dos treinadores da Inglaterra depois do homem do guarda-chuva, sempre há o que criticar. Roberto Mancini, com um elenco abarrotado de meias centrais, justifica a contratação de James Milner deslocando-o à esquerda no Manchester City. Inexplicavelmente, Fabio resolve reeditá-lo. Ora, o City capturou Milner por seu desempenho no primeiro semestre de 2010, como meia central. Com Young e Downing nas pontas, Martin O'Neill encontrou na parceria com Petrov a fórmula ideal para alavancar a carreira de James. Como ele não é tão veloz, mas tem técnica apurada e intensidade, muitos diziam, após seis meses de experimentos, que seria um dos grandes no setor. Mas Mancini e Capello - este por pura teimosia (seriam Henderson e Barry imprescindíveis?) - se recusam a efetivá-lo por ali (ou o fazem em poucos minutos). É cedo, mas Milner parece estar em sua pior temporada desde a miséria técnico-tática no Newcastle.
Outras escolhas também precisam ser revistas. Gibbs, ainda muito inseguro, não deveria ser o reserva imediato de Ashley Cole - Warnock e Baines são mais confiáveis. Henderson tem 20 anos e precisa ter seu potencial explorado, mas Kevin Nolan, de 28, merece uma chance há muito tempo. Mais próximo de Gerrard e Lampard, o capitão do Newcastle tem sete gols na Premier League e vem de temporadas muito consistentes no Reebok Stadium e no St James' Park. A ideia é renovar, dirão alguns. Então, melhor seria se Capello chamasse Sturridge em vez de Bothroyd, também com 28 anos nas costas. Ciclos de dois anos não autorizam o treinador a atropelar a necessidade de vencer em benefício da renovação. É preciso conciliá-las, sem forçar a barra. E não permitir que (mais) um jogo fraco force a nossa amizade.
Montagem: Daily Mail
Nenhum comentário:
Postar um comentário