12 de outubro de 2009

O futuro já começou

Ao realizar o Mundial sub-20 em outubro, a FIFA não permitiu que os amantes do futebol conhecessem várias jovens estrelas. Certamente, uma das seleções mais afetadas foi a inglesa, que, sem nenhum de seus grandes nomes, foi mera coadjuvante no Egito. No reino da desinformação, é possível que alguém diga que o English Team vai sofrer durante uma inevitável renovação. Não é verdade. A Inglaterra tem vários novos talentos.

A seleção inglesa sub-20 ideal seria a seguinte: Alex McCarthy (Reading); Kyle Naughton (Tottenham), Chris Smalling (Fulham), James Tomkins (West Ham), Kieran Gibbs (Arsenal); Jack Wilshere (Arsenal), Jack Rodwell (Everton), Junior Stanislas (West Ham), Danny Welbeck (Manchester United); Theo Walcott (Arsenal), Daniel Sturridge (Chelsea). Cinco desses jogadores merecem nossa atenção especial.

Jack Wilshere é, com 17 anos, o mais novo da turma. Aos 16 anos e 256 dias, tornou-se o jogador mais jovem em todos os tempos a atuar na liga nacional pelo Arsenal. O recorde, por sinal, era de Cesc Fàbregas. Na Emirates Cup, torneio da pré-temporada, este pequeno canhoto foi decisivo na partida contra o Glasgow Rangers, da Escócia: marcou dois gols e foi eleito o melhor em campo. No Arsenal, comparam-no a Dennis Bergkamp. No mundo, muitos o associam a Lionel Messi. Pode ser cedo, mas é bom não duvidar do mais habilidoso "bebê" de Arsène Wenger.

Jack Rodwell tem apenas 18 anos. Canhoto e alto (188cm), o médio central do Everton é muito técnico. O pupilo de David Moyes foi o jogador mais jovem a representar os Toffees em competições europeias: aos 16 anos e 284 dias, substituiu Tim Cahill numa partida da antiga Copa da UEFA, diante dos holandeses do AZ Alkmaar. Vez ou outra, é titular do conjunto de Liverpool. Talvez porque, além de distribuir bem a bola, é muito bom em arremates de longa distância.

Os gigantes também criam pequenos gênios. Prova disso é o desempenho do versátil Danny Welbeck, do Manchester United. Alex Ferguson, aos poucos, aumenta a frequência do jovem no time principal. Seja no lado esquerdo do meio-de-campo ou mesmo no ataque, Welbeck, de 18 anos, tem provado ser um jogador muito eficiente para os padrões de sua faixa etária. Incrivelmente, a joia do United marcou um golaço em sua estreia na Premier League, diante do Stoke City.

De todos os jogadores sobre os quais falamos, o mais famoso é Theo Walcott. Aos 16 anos, no Southampton, já era uma enorme promessa. Arsène Wenger não deu espaço a possíveis concorrentes e levou o jogador para o Arsenal por potenciais 17 milhões de libras. Walcott esteve no grupo da Inglaterra que foi à Copa de 2006, embora não tenha participado de nenhuma partida. Podendo atuar no ataque ou no lado direito do meio-de-campo, Theo ainda não foi o jogador que se esperava. Mas alguns lampejos, como o incrível hat-trick contra a seleção croata, deixam claro que estamos falando de alguém com qualidade para ser uma grande estrela, de notável velocidade.

Aos 20 anos, Daniel Sturridge já tem um título individual na carreira. Ele foi o objeto do maior erro da nova administração do Manchester City. Embora os Sky Blues tenham contratado muito bem, é imperdoável que tenham deixado sair seu jogador mais promissor. A diretoria não cuidou de seu contrato, e o Chelsea, por uma compensação financeira irrisória, levou o jogador para Stamford Bridge. Sturridge é rápido, canhoto e finaliza muito bem. Ele é o futuro do Chelsea: será titular quando Drogba e Anelka não estiverem na melhor forma. Na pré-temporada dos Blues, nos Estados Unidos, o atacante deixou o dele.

Detalhe importante: Nós falamos de apenas cinco dos 40 jogadores com quem a Inglaterra não pôde contar no Mundial sub-20. Enquanto a competição for disputada dessa maneira, a conquista será banalizada por aqueles que acompanham o futebol.

Observação: O podcast volta na próxima segunda-feira. O objeto de análise será a nona rodada da Premier League.

Imagem: Soccer Box

5 comentários:

Leandrus disse...

E renovação é uma palavra que já deve ser tratada com maior cuidado pelos comandantes da seleção inglesa, já que muitas das estrelas do English Team estão já caminhando para uma idade mais avançada.

Aliás, falando em renovação, é muito importante prestar atenção em quais são os novos nomes para o gol. Isso porque desde que Seaman se aposentou a seleção inglesa não encontra alguém confiável para essa posição. Eu até acho que Joe Hart, do Man City, é uma boa opção, mas não parece que minha opinião é a da maioria, rs

Ateh!

O autor disse...

Ridiculariedade da FIFA neste sentido.

Não poder contar com Wilshere, o grande nome do momento, é nada mais que ridículo.

Fiz um post sobre a possível conquista da seleção brasileira sub-20.Vê LÁ: diarioesportivogolaco.blogspot.com

Abraços

Eduardo Costa disse...

A Inglaterra tem uma safra muito boa de jogadores jovens quem em breve estarão brilhando na seleção principal. Pena pra nós amantes do futebol e a própria Inglaterra que não tivemos esses jogadores no Egito jogando o Mundial.
Abraço
visite: http://futeboleuropeu2009.zip.net

Paulo Pereira disse...

Pois. Foi pena não termos possibilidade de ver a Inglaterra com as suas jovens estrelas. Num Mundial com alguns jogos agradáveis, com um Kardec mortífero (não foi este que Romário afirmou nunca ir singrar, aquando da sua passagem no Vasco?), com o Gana a manter a tradição de excelentes executantes e com um Nemeth a fazer salivar (a Hungria tem ali um verdadeiro craque), a ausência desses nomes avançados no artigo constituiu um tiro no pé, por parte da FIFA.

Quem ficou a perder foram mesmo os adeptos.

Daniel Leite disse...

Também sou partidário do Joe Hart, Leandrus. Assim como considero infundadas as discussões sobre Almunia na Seleção Inglesa. Hart já tem alguma experiência e, mesmo no Birmingham City, considero que esteja fazendo um ótimo trabalho.

Ridículo e banaliza o possível título do Brasil. As outras grandes seleções mandaram suas formações B e até mesmo C, sem nenhum exagero.

Pois é, Eduardo. Não só pela qualidade desses jovens, mas também por conta da avançada média de idade do elenco principal, como bem destacou o Leandrus.

Exatamente, Paulo. Quando deixou o cargo de treinador do Vasco, Romário disse o seguinte: "Eu ia escalar o Abuda e me pediram para escalar o Alan Kardec porque precisavam colocá-lo para jogar para vendê-lo para o exterior. Então eu agradeci, pedi meu boné e fui embora. Minha história no Vasco acabou" (do UOL Esporte).

Até mais!