Por ora, esqueçamos os números. Eles ainda indicam que o Liverpool pode conquistar uma vaga na próxima Liga dos Campeões. Pensemos de modo prático. O que têm sido os Reds na temporada? O que fazem melhor em relação a Tottenham, Manchester City e Aston Villa? As respostas passam, antes de tudo, pelo grupo de jogadores. Um time sério não está autorizado a atrelar seu sucesso a um jogador. Quando começaram a vender atacantes de maneira desenfreada, Hicks, Gillett e Benítez desrespeitaram a premissa. O Liverpool depende completamente de Fernando Torres. Precisa que ele jogue ainda que esteja fisicamente mal, muito mal.
Esta semana reservou aos scousers cenas lamentáveis de um Torres fora de forma, que precisou retomar suas atividades de modo precoce, repentino. O Liverpool não mais tem Cissé, Crouch ou Robbie Keane. Kuyt não é um atacante de fato desde 2008, quando foi definitivamente adaptado à função de right winger. Contra o Everton, no melhor jogo dos Reds na temporada, Babel provou que não pode ser centroavante. Ele substituiu N'Gog e se prestou a um papel pior que o desempenhado pelo francês. Este, aliás, já jogou mais minutos do que o recomendável a um atacante de seu calibre. Atabalhoado, dá algum trabalho a defensores adversários, mas parece se limitar a uma correria improdutiva e alguns lances estranhos.
O meio-campo, setor que impulsionava o desempenho do time há algumas temporadas, não funciona bem. O Liverpool contava com Sissoko e Alonso, mas se pôs a agonizar com um infrutífero revezamento entre Lucas, que não se achou em Anfield, e Aquilani, incrivelmente fora de ritmo e obrigado a assumir funções defensivas a que não se acostumou na Roma. Gerrard, por sua vez, faz a pior temporada desde que passou a capitanear a equipe, em 2003. Os meias laterais não têm feito nada além de exibições de esforço. O ótimo início de ano de Kuyt, que precisou marcar gols em profusão diante da ineficácia de N'Gog, já foi pulverizado. O único em boa fase é Mascherano, responsável pela substancial melhora da defesa em 2010.
Ainda que em boa fase, o sistema defensivo não está livre de problemas individuais. Carragher é ídolo da torcida. Alguns scousers nutrem maior admiração pelo zagueiro do que por Gerrard. Mas sua temporada é tão fraca, que já não são raros os comentários relativos a uma possível saída após o fim do contrato. Na lateral direita, Mascherano e o próprio Carragher se revezam por conta da lesão de Glen Johnson, que retornou, ainda longe da boa forma, na última segunda-feira. Na esquerda, Benítez sabe o que faz com a instabilidade física de Fábio Aurélio: deixa-o no banco e aventura-se com o argentino Insúa, que até evoluiu pela insistência, mas ainda não é grande alternativa.
Um exercício interessante para mensurar a situação do Liverpool é montar uma seleção parcial da Premier League restrita aos jogadores dos quatro clubes que disputam a quarta posição: Given; Corluka, Dunne, Collins, Warnock; Lennon, Mascherano, Milner, Bellamy; Tévez, Defoe. Honestamente, não há pessimismo na inclusão de apenas um jogador dos Reds. O fato apenas evidencia as fragilidades de uma equipe que não soube aproveitar a excelente temporada passada. Os erros administrativos e a péssima alocação de recursos (ou seja, de atletas por posição), aliados ao mau momento da maioria do time, são determinantes para afirmar que o Liverpool não merece a Champions.
Imagem: Telegraph
Esta semana reservou aos scousers cenas lamentáveis de um Torres fora de forma, que precisou retomar suas atividades de modo precoce, repentino. O Liverpool não mais tem Cissé, Crouch ou Robbie Keane. Kuyt não é um atacante de fato desde 2008, quando foi definitivamente adaptado à função de right winger. Contra o Everton, no melhor jogo dos Reds na temporada, Babel provou que não pode ser centroavante. Ele substituiu N'Gog e se prestou a um papel pior que o desempenhado pelo francês. Este, aliás, já jogou mais minutos do que o recomendável a um atacante de seu calibre. Atabalhoado, dá algum trabalho a defensores adversários, mas parece se limitar a uma correria improdutiva e alguns lances estranhos.
O meio-campo, setor que impulsionava o desempenho do time há algumas temporadas, não funciona bem. O Liverpool contava com Sissoko e Alonso, mas se pôs a agonizar com um infrutífero revezamento entre Lucas, que não se achou em Anfield, e Aquilani, incrivelmente fora de ritmo e obrigado a assumir funções defensivas a que não se acostumou na Roma. Gerrard, por sua vez, faz a pior temporada desde que passou a capitanear a equipe, em 2003. Os meias laterais não têm feito nada além de exibições de esforço. O ótimo início de ano de Kuyt, que precisou marcar gols em profusão diante da ineficácia de N'Gog, já foi pulverizado. O único em boa fase é Mascherano, responsável pela substancial melhora da defesa em 2010.
Ainda que em boa fase, o sistema defensivo não está livre de problemas individuais. Carragher é ídolo da torcida. Alguns scousers nutrem maior admiração pelo zagueiro do que por Gerrard. Mas sua temporada é tão fraca, que já não são raros os comentários relativos a uma possível saída após o fim do contrato. Na lateral direita, Mascherano e o próprio Carragher se revezam por conta da lesão de Glen Johnson, que retornou, ainda longe da boa forma, na última segunda-feira. Na esquerda, Benítez sabe o que faz com a instabilidade física de Fábio Aurélio: deixa-o no banco e aventura-se com o argentino Insúa, que até evoluiu pela insistência, mas ainda não é grande alternativa.
Um exercício interessante para mensurar a situação do Liverpool é montar uma seleção parcial da Premier League restrita aos jogadores dos quatro clubes que disputam a quarta posição: Given; Corluka, Dunne, Collins, Warnock; Lennon, Mascherano, Milner, Bellamy; Tévez, Defoe. Honestamente, não há pessimismo na inclusão de apenas um jogador dos Reds. O fato apenas evidencia as fragilidades de uma equipe que não soube aproveitar a excelente temporada passada. Os erros administrativos e a péssima alocação de recursos (ou seja, de atletas por posição), aliados ao mau momento da maioria do time, são determinantes para afirmar que o Liverpool não merece a Champions.
Imagem: Telegraph
Um comentário:
Liverpool, you never walk alone! Let's go Red's!!!!
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