O atacante Daniel Sturridge será importante nos dois processos que devem nortear a temporada do Chelsea: a corrida por títulos e a renovação
Pense no suposto time titular do Chelsea e em quais dos onze jogadores podem manter seu status durante os próximos quatro anos. Com certa dose de pessimismo, não deve haver muitos nomes além de Cech, Ivanovic, Essien e Ramires (imaginando o importante papel que Ancelotti provavelmente atribuirá ao brasileiro).
Os novos tempos em Stamford Bridge, de gastos restritos às necessidades imediatas, são agradáveis sob determinado ponto de vista. Afinal, após sete anos sob os cuidados de Roman Abramovich, os Blues já têm aquilo a que o Manchester City ainda não tem acesso: identidade, mentalidade vencedora, um padrão estabelecido. Contudo, um elenco com sete peças-chave que, em janeiro de 2011, terão 30 anos ou mais exige cuidados e um trabalho gradual de renovação.
Assim, a temporada 2010-11 não impõe ao Chelsea apenas a missão de reeditar ou Double ou tentar o primeiro título da Champions. Carlo Ancelotti tem, ainda, a obrigação de começar a utilizar os jovens com frequência. Notadamente, existe muito potencial a ser explorado. O time sub-21 que pode ser formado apresenta boas revelações: Delac; Bruma, Rajkovic, van Aanholt, Bertrand; Cork, Mellis, Woods; Sturridge, Borini, Kakuta.
Todos esses garotos integram ou já integraram seleções de base de seus países. Oito deles jogaram pelo menos uma vez no estágio sub-21. O lateral-direito/zagueiro Jeffrey Bruma acaba de ser convocado por Bert van Marwijk para a seleção holandesa. O zagueiro Slobodan Rajkovic, que esteve emprestado ao PSV e ao Twente nas últimas três temporadas, já defendeu o conjunto principal da Sérvia. Também sérvio, o ótimo meia central Nemanja Matic, de 22 anos, deve se juntar ao processo de renovação.
É interessante, aliás, que haja nomes talhados para utilização imediata na retaguarda. Se, por um lado, o Chelsea tem pelo menos sete defensores com boa reputação internacional, por outro é justamente esse setor que apresenta mais jogadores em decadência. Terry e Ashley Cole, por exemplo, não conseguem se apresentar bem de modo regular. O capitão dos Blues contina capaz de produzir grandes exibições, como na vitória da Inglaterra sobre a Eslovênia, na fase de grupos da Copa do Mundo, mas também pode falhar sucessivamente, como na goleada imposta pelos alemães nas oitavas-de-final.
Ashley, por sua vez, viveu grandes momentos na temporada passada, mas os erros esporádicos (que se converteram em constantes na Community Shield, contra o Manchester United) e os problemas psicológicos, bem sintetizados por algumas de suas declarações, colocam em xeque o valor do lateral-esquerdo no elenco. Se ele se mantiver mal, o reserva Zhirkov pode ser eventualmente escalado, mas não é confiável do ponto de vista defensivo.
A armação da defesa ainda suscita dúvidas. Para este blog, Ivanovic foi o melhor lateral-direito da Premier League 2009-10, mas o retorno de Bosingwa e a fase instável dos zagueiros - técnica de Ricardo Carvalho e física de Alex - podem convencer Ancelotti a escalá-lo ao lado de Terry. Mais à frente, parece interessante que a formação à italiana, implementada na primeira metade da temporada passada, volte à tona.
Com o rápido e técnico Ramires, Carletto ganha uma ótima opção de saída pela direita, o que deixaria o time "simétrico", visto que Malouda, ponta no eventual 4-3-3, foi instrumental no vértice esquerdo do losango durante a temporada passada. A versatilidade de Essien, o melhor jogador da estranha pré-temporada (três derrotas em quatro jogos), permitirá sua escalação à frente dos zagueiros, enquanto Lampard (mesmo aos 32 anos, ele ainda será essencial) pode dar conta da ligação com os atacantes.
Atacantes que podem, sim, ser Drogba e Anelka. Não há incertezas quanto à importância do marfinense, artilheiro da Premier League na temporada passada. No que se refere ao amigo de Raymond Domenech, tudo dependerá de seu desempenho imediato, posto que o francês parece em decadência. Ademais, o crescimento do abusado canhoto Daniel Sturridge deve produzir uma ameaça constante aos titulares e às defesas adversárias, além de uma opção mais imediata para a renovação ofensiva.
Salomon Kalou pode até ser titular quando o time for armado no 4-3-3. De toda maneira, o ex-atacante do Feyenoord ganhou moral com as boas exibições no fim da temporada passada. O francês Kakuta, aquele cuja transferência provocara a já impugnada determinação de que o Chelsea não poderia contratar até 2011, também é boa alternativa, pelo meio ou pelas pontas. De volta do empréstimo ao Blackburn, o argentino Franco di Santo aparentemente larga bem atrás.
Envelhecido por um lado e com algumas ótimas possibilidades de regeneração por outro, o Chelsea tem, por enquanto, um elenco menos farto do que na temporada passada. As saídas de Belletti e Deco empobrecem justamente a faixa que não conta com tantas opções. Os potenciais reservas para o meio-campo são Mikel (com a chegada e o papel de Ramires a serem confirmados), Matic e Benayoun, que cobre o posto e o número 10 deixados por Joe Cole, agora no Liverpool. Mesmo assim, com o ótimo Ancelotti a dividir-se entre as responsabilidades de vencer e renovar, o Chelsea pode repetir o sucesso da temporada passada.
Possível formação titular: Cech; Bosingwa, Ivanovic, Terry, Cole; Essien, Ramires, Malouda, Lampard; Drogba, Anelka.
Bem-vindos ao Liverpool
É o recado da imprensa inglesa a muitos, mas muitos jogadores. Com carências específicas em algumas posições, os Reds motivam especulações de todas as naturezas. É claro que Hodgson pretende reforçar o elenco. Mas será que demonstrou mesmo interesse por Brad Jones, Otamendi, Hangeland, Figueroa, Salcido, Konchesky, Luke Young, Jansen, Ziegler, Drenthe, Gilberto Silva, van der Vaart, Poulsen, Murphy, Defour, Wright-Phillips, Krhin, Duff, Scharner, Endo, Hleb, Gera, Crouch, Remy, Connor Wickham, Okaka Chuka e Trezeguet? Sim, amigos, esses 27 nomes já foram vinculados ao Liverpool em algum momento da pré-temporada. A chegada de Christian Poulsen, da Juventus, é iminente. A lateral esquerda, provavelmente sem Insúa (agora, deve ter sua venda ao Genoa consumada), também precisa de reparos. Mesmo assim, a grande maioria dessas especulações, por ora, é pura cascata. Naturalmente, o número de contratações jamais é equivalente ao de sondagens. Contudo, estão claros o exagero e o achismo na conduta de lançar aos ares as mais diversas e inusitadas possibilidades de transferências.
A decisão de Martin O'Neill
Após quatro anos de excelentes serviços prestados, Martin O'Neill decidiu deixar o Aston Villa. O competente treinador norte-irlandês, por sinal, jamais foi demitido. Ele mesmo escolheu sair dos cinco clubes para os quais trabalhou. Desta vez, a opção parece ter sido motivada pelas possíveis vendas de Milner e Ashley Young, que representariam um déficit de ambição, e pelo evidente desgaste com a cúpula do clube. O'Neill, que já foi vinculado ao Manchester United - como possível substituto de Ferguson daqui a algum tempo - e ao Liverpool (mais um!), terá, se quiser, um bom emprego em breve. Só não deve ser nesta temporada, posto que a decisão de deixar o Villa Park foi tomada tardiamente. Vários treinadores podem ocupar o posto vago. Apesar de relativamente arriscada, a possível aposta em Bob Bradley, da seleção estadunidense, parece ser a melhor delas.
Imagens: Soccerati e Metro
Os novos tempos em Stamford Bridge, de gastos restritos às necessidades imediatas, são agradáveis sob determinado ponto de vista. Afinal, após sete anos sob os cuidados de Roman Abramovich, os Blues já têm aquilo a que o Manchester City ainda não tem acesso: identidade, mentalidade vencedora, um padrão estabelecido. Contudo, um elenco com sete peças-chave que, em janeiro de 2011, terão 30 anos ou mais exige cuidados e um trabalho gradual de renovação.
Assim, a temporada 2010-11 não impõe ao Chelsea apenas a missão de reeditar ou Double ou tentar o primeiro título da Champions. Carlo Ancelotti tem, ainda, a obrigação de começar a utilizar os jovens com frequência. Notadamente, existe muito potencial a ser explorado. O time sub-21 que pode ser formado apresenta boas revelações: Delac; Bruma, Rajkovic, van Aanholt, Bertrand; Cork, Mellis, Woods; Sturridge, Borini, Kakuta.
Todos esses garotos integram ou já integraram seleções de base de seus países. Oito deles jogaram pelo menos uma vez no estágio sub-21. O lateral-direito/zagueiro Jeffrey Bruma acaba de ser convocado por Bert van Marwijk para a seleção holandesa. O zagueiro Slobodan Rajkovic, que esteve emprestado ao PSV e ao Twente nas últimas três temporadas, já defendeu o conjunto principal da Sérvia. Também sérvio, o ótimo meia central Nemanja Matic, de 22 anos, deve se juntar ao processo de renovação.
É interessante, aliás, que haja nomes talhados para utilização imediata na retaguarda. Se, por um lado, o Chelsea tem pelo menos sete defensores com boa reputação internacional, por outro é justamente esse setor que apresenta mais jogadores em decadência. Terry e Ashley Cole, por exemplo, não conseguem se apresentar bem de modo regular. O capitão dos Blues contina capaz de produzir grandes exibições, como na vitória da Inglaterra sobre a Eslovênia, na fase de grupos da Copa do Mundo, mas também pode falhar sucessivamente, como na goleada imposta pelos alemães nas oitavas-de-final.
Ashley, por sua vez, viveu grandes momentos na temporada passada, mas os erros esporádicos (que se converteram em constantes na Community Shield, contra o Manchester United) e os problemas psicológicos, bem sintetizados por algumas de suas declarações, colocam em xeque o valor do lateral-esquerdo no elenco. Se ele se mantiver mal, o reserva Zhirkov pode ser eventualmente escalado, mas não é confiável do ponto de vista defensivo.
A armação da defesa ainda suscita dúvidas. Para este blog, Ivanovic foi o melhor lateral-direito da Premier League 2009-10, mas o retorno de Bosingwa e a fase instável dos zagueiros - técnica de Ricardo Carvalho e física de Alex - podem convencer Ancelotti a escalá-lo ao lado de Terry. Mais à frente, parece interessante que a formação à italiana, implementada na primeira metade da temporada passada, volte à tona.
Com o rápido e técnico Ramires, Carletto ganha uma ótima opção de saída pela direita, o que deixaria o time "simétrico", visto que Malouda, ponta no eventual 4-3-3, foi instrumental no vértice esquerdo do losango durante a temporada passada. A versatilidade de Essien, o melhor jogador da estranha pré-temporada (três derrotas em quatro jogos), permitirá sua escalação à frente dos zagueiros, enquanto Lampard (mesmo aos 32 anos, ele ainda será essencial) pode dar conta da ligação com os atacantes.
Atacantes que podem, sim, ser Drogba e Anelka. Não há incertezas quanto à importância do marfinense, artilheiro da Premier League na temporada passada. No que se refere ao amigo de Raymond Domenech, tudo dependerá de seu desempenho imediato, posto que o francês parece em decadência. Ademais, o crescimento do abusado canhoto Daniel Sturridge deve produzir uma ameaça constante aos titulares e às defesas adversárias, além de uma opção mais imediata para a renovação ofensiva.
Salomon Kalou pode até ser titular quando o time for armado no 4-3-3. De toda maneira, o ex-atacante do Feyenoord ganhou moral com as boas exibições no fim da temporada passada. O francês Kakuta, aquele cuja transferência provocara a já impugnada determinação de que o Chelsea não poderia contratar até 2011, também é boa alternativa, pelo meio ou pelas pontas. De volta do empréstimo ao Blackburn, o argentino Franco di Santo aparentemente larga bem atrás.
Envelhecido por um lado e com algumas ótimas possibilidades de regeneração por outro, o Chelsea tem, por enquanto, um elenco menos farto do que na temporada passada. As saídas de Belletti e Deco empobrecem justamente a faixa que não conta com tantas opções. Os potenciais reservas para o meio-campo são Mikel (com a chegada e o papel de Ramires a serem confirmados), Matic e Benayoun, que cobre o posto e o número 10 deixados por Joe Cole, agora no Liverpool. Mesmo assim, com o ótimo Ancelotti a dividir-se entre as responsabilidades de vencer e renovar, o Chelsea pode repetir o sucesso da temporada passada.
Possível formação titular: Cech; Bosingwa, Ivanovic, Terry, Cole; Essien, Ramires, Malouda, Lampard; Drogba, Anelka.
Bem-vindos ao Liverpool
É o recado da imprensa inglesa a muitos, mas muitos jogadores. Com carências específicas em algumas posições, os Reds motivam especulações de todas as naturezas. É claro que Hodgson pretende reforçar o elenco. Mas será que demonstrou mesmo interesse por Brad Jones, Otamendi, Hangeland, Figueroa, Salcido, Konchesky, Luke Young, Jansen, Ziegler, Drenthe, Gilberto Silva, van der Vaart, Poulsen, Murphy, Defour, Wright-Phillips, Krhin, Duff, Scharner, Endo, Hleb, Gera, Crouch, Remy, Connor Wickham, Okaka Chuka e Trezeguet? Sim, amigos, esses 27 nomes já foram vinculados ao Liverpool em algum momento da pré-temporada. A chegada de Christian Poulsen, da Juventus, é iminente. A lateral esquerda, provavelmente sem Insúa (agora, deve ter sua venda ao Genoa consumada), também precisa de reparos. Mesmo assim, a grande maioria dessas especulações, por ora, é pura cascata. Naturalmente, o número de contratações jamais é equivalente ao de sondagens. Contudo, estão claros o exagero e o achismo na conduta de lançar aos ares as mais diversas e inusitadas possibilidades de transferências.
A decisão de Martin O'Neill
Após quatro anos de excelentes serviços prestados, Martin O'Neill decidiu deixar o Aston Villa. O competente treinador norte-irlandês, por sinal, jamais foi demitido. Ele mesmo escolheu sair dos cinco clubes para os quais trabalhou. Desta vez, a opção parece ter sido motivada pelas possíveis vendas de Milner e Ashley Young, que representariam um déficit de ambição, e pelo evidente desgaste com a cúpula do clube. O'Neill, que já foi vinculado ao Manchester United - como possível substituto de Ferguson daqui a algum tempo - e ao Liverpool (mais um!), terá, se quiser, um bom emprego em breve. Só não deve ser nesta temporada, posto que a decisão de deixar o Villa Park foi tomada tardiamente. Vários treinadores podem ocupar o posto vago. Apesar de relativamente arriscada, a possível aposta em Bob Bradley, da seleção estadunidense, parece ser a melhor delas.
Imagens: Soccerati e Metro
6 comentários:
Good dispatch and this post helped me alot in my college assignement. Gratefulness you for your information.
O Chelsea tem tudo para fazer mas uma grande temporada, acho que devem buscar mas alguns jovens para posiçoes especificas.
Já no Liverpool acho que entre esses 27 nomes poucos sao realmente bons para eles, do meu ponto de vista, Otamendi, Hangeland, Konchesky, Ziegler, van der Vaart, Defour, Krhin, Scharner, Hleb, Gera pondem sim ajudar, nao todos é claro.
Tudo de boma todos.
Mas luke yong e Figueroa já nao estavam contratados ???
Ou só ficou na especulaçao.
Nos casos de Luke Young e Figueroa, houve interesse de fato, mas eles continuam, respectivamente, em Aston Villa e Wigan.
Sem dúvida, Dantas, a maioria dos nomes vinculados ao Liverpool pela imprensa acrescentaria bastante ao elenco. A questão é: Hodgson sinalizou, de alguma forma, interesse por cada um desses 27 jogadores?
Abraço.
Espero que Hodgson consiga montar um bom time, e que o Liverpool faça uma exelente temporada.
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