O momento não pede um preview caudaloso. Algumas das extensas considerações que deveríamos fazer estão na série sobre os sete primeiros colocados da temporada passada, publicada durante as últimas duas semanas. Aqui, vale fazer breves comentários sobre o que se espera da temporada 2010-11 da Premier League, nos campos e neste espaço.
A disputa pelo título provavelmente não será restrita a Manchester United e Chelsea. É evidente que o sutil fortalecimento dos Red Devils e a correta gestão de recursos dos Blues indicam que os dois cavalos (como se diz na Inglaterra) que bipolarizam a liga há seis anos são os favoritos. Mesmo assim, não é prudente desprezar o grande e certamente eficaz investimento do Manchester City, bem como os diferentes tipos de insistência de Arsenal e Liverpool: enquanto Wenger mantém a fé no desenvolvimento do grupo de jovens que ele mesmo formou, os Reds apostam na manutenção das estrelas, em alguns reparos e nos novos proprietários (ainda desconhecidos) para encerrar o jejum de duas décadas.
É claro que o Tottenham também deve ser considerado quando o assunto é a parte superior da tabela. No entanto, se o clube não se reforçar, é quase consensual a crença de que a reedição do quarto lugar será quase impossível. Isso porque, além do crescimento dos rivais, o elenco, em nível similar ao da temporada passada, deve ter muitas dificuldades para se dividir entre a Premier League e as obrigações continentais.
Uma das grandes incógnitas da temporada é o desempenho do Aston Villa. Sem Martin O'Neill e com eventuais vendas de jogadores imprescindíveis, a tendência é que o time fique um tanto distante da corrida por um posto na Champions. Mesmo o Everton, que terminou 2009-10 muito bem, pode ter mais sucesso. Se Jermaine Beckford repetir suas surpreendentes atuações durante a saga do Leeds na FA Cup (divisões inferiores não são parâmetro para muito), Moyes já ganhará muito em relação a tempos de graves problemas ofensivos.
Os clubes que devem ocupar a faixa intermediária da tabela são os que demonstraram alguma consistência nos últimos anos ou, pelo menos, reforçaram o elenco de maneira criteriosa. Por isso, não há que se duvidar de Sunderland (a sequência do trabalho de Steve Bruce deve produzir algum efeito), Birmingham (tentando reeditar a solidez de desempenho e de escalação), Stoke City (com Kenwyne Jones para contribuir ao estranho método de atacar), Blackburn (com Sam Allardyce a fazer um trabalho seguro), Fulham (que entrega a Mark Hughes quase o mesmo elenco da temporada anterior), Bolton (que, sob as ordens de Owen Coyle, contratou bem: Martin Petrov e Marcos Alonso, por exemplo) e até do Newcastle (que absorve a experiência de Campbell e a juventude de Gosling).
Com ambições bem mais modestas, o Blackpool, a quem não se atribuía favoritismo nem na segunda divisão, já surpreenderá se lutar até o fim contra o rebaixamento. Em patamar um pouco superior, o West Bromwich e o Wolverhampton tentam subverter a lógica que, de modo grotesco, rotulamos de efeito ioiô. O Wigan, que ganha os ótimos sul-americanos Alcaraz e Boselli, tem mais chances de escapar. Um caso curioso é o do West Ham, cuja cúpula fez tudo errado na temporada passada. Ainda que previsões otimistas sejam precipitadas, é bem possível que Avram Grant, com o apoio de novas peças, como Hitzlsperger e Barrera, consiga afastar os Hammers do fundo da tabela.
Evidentemente, a hierarquia proposta não é taxativa. E é justamente para acompanhar as variações, as decepções e as surpresas da temporada que aqui estamos. Nossa intenção é, mais uma vez, oferecer o complemento, em forma de opinião, discussão e desdobramentos, a fatos exaustivamente divulgados. Além dos tradicionais artigos e do retorno do podcast (em breve!), apresentaremos aos poucos algumas novidades das quais vocês certamente vão gostar. Bem-vindos a 2010-11.
Imagem: Divulgação, Daily Mail
2 comentários:
É isso ai, vamos lá.
Que temporada seja recheada de bons jogos com grandes emoções.
E que Ortodoxo e Moderno, possa fazer o otimo trabalho que sempre fazem.
Valeu pessoal, e otima temporada para vocês.
Valeu mesmo, Dantas.
Espero que goste do trabalho durante esta temporada.
Abraço.
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