13 de novembro de 2009

Vestibular no Oriente Médio

A Inglaterra enfrenta o Brasil no sábado (13) em amistoso sediado pela cidade de Doha, no Catar. Quem esperava uma prévia de um dos potenciais grandes duelos da próxima Copa do Mundo certamente está decepcionado. Afinal, a partida será, antes de tudo, uma grande oportunidade para Dunga e Fabio Capello testarem jogadores que podem integrar os grupos que vão à África do Sul em 2010.

Ainda mais no caso do English Team, que não terá seis titulares: Glen Johnson, Rio Ferdinand, Ashley Cole, Steven Gerrard, Frank Lampard e Aaron Lennon, como bem me lembrou o Rafael Oliveira. Por isso, os personagens de hoje são os atletas que ainda lutam por um lugar na Copa do Mundo, muitos dos quais farão seu "vestibular" no amistoso diante do Brasil.

O onze inicial inglês que se imagina é o seguinte: Joe Hart; Brown, Terry, Lescott, Bridge; Wright-Phillips, Carrick, Barry, Young; Rooney, Defoe. Destes, parecem-me garantidos na Copa apenas seis, curiosamente as duplas centrais: Terry-Lescott, Carrick-Barry e Rooney-Defoe. Os outros nomes ainda têm o que provar a Fabio Capello.

Joe Hart (foto 1) talvez não jogue em Doha. Ben Foster e Robert Green, os outros goleiros convocados, são mais experientes e frequentemente utilizados. Mesmo assim, seria muito pertinente a escalação do jovem goleiro do Manchester City, emprestado ao Birmingham. Ainda que tenha 22 anos, Hart é o goleiro inglês com mais potencial. Capello pode não se sentir seguro para utilizá-lo como titular na Copa. Mas sua presença na África do Sul pode ser importante para a formação de um grande nome para a posição na Inglaterra, após sucessivas decepções.

Os laterais provavelmente titulares no amistoso estão muito longe de empolgar. Apesar disso, Wes Brown, que também pode atuar no miolo da defesa, está muito perto da Copa. Glen Johnson, do Liverpool, é a primeira opção. As outras parecem cartas fora do baralho. São os casos de Micah Richards, que tem sido reserva do argentino Pablo Zabaleta no Manchester City, e de Luke Young, do Aston Villa, que recusou a convocação após o corte de Johnson.

Outrora intocável reserva de Ashley Cole, Wayne Bridge já tem seu posto ameaçado. Suas atuações burocráticas no Manchester City abrem espaço a outros valores, a exemplo de Stephen Warnock, do Aston Villa, que foi convocado para enfrentar o Brasil, e do jovem Kieran Gibbs, do Arsenal, que agradou aos críticos quando jogou nesta temporada. Humildemente, porém, penso que a alternativa a Cole deveria ser Leighton Baines, do Everton, até então ignorado por Capello.

Os dois wingers só não estão garantidos por conta da excessiva concorrência: Beckham, Lennon, Walcott, Joe Cole etc.. Shaun Wright Phillips (Manchester City) e Ashley Young (foto 2, Aston Villa) são os principais jogadores de suas equipes. Isso mesmo. As atuações do primeiro têm ofuscado quase todas as outras estrelas dos Sky Blues, que, apáticas, ainda não responderam ao investimento do clube. Aqui, refiro-me, inclusive, a Gareth Barry. Young, por sua vez, é o elemento mais técnico do Villa. Muito rápido, habilidoso e batendo bem na bola, penso que ele seja imprescindível ao grupo do English Team. Mas talvez Capello ainda não pense assim.

Situação curiosa também é a dos atacantes. Rooney e Defoe, como dito, têm presença assegurada na Copa. As outras duas vagas são objeto de desejo - realista - de pelo menos seis nomes. Peter Crouch, Carlton Cole, Emile Heskey (fundamentalmente "trombadores"), Bent, Agbonlahor e Owen (mais leves, rápidos) são os candidatos.

Hoje, Crouch e Owen são os merecedores dos postos, acredito. Este é o maior artilheiro em atividade da seleção e tem sido muito útil ao Manchester United; aquele oferece um estilo de jogo diferente ao time, sem que haja um déficit técnico. Porém, vale lembrar: Capello já disse que convocará apenas jogadores que estiverem 100% fisicamente. Por isso e por nunca ter sido chamado pelo italiano, Owen ainda está distante do objetivo. Darren Bent, do Sunderland, que pode enfrentar o Brasil, seria uma boa opção, nesse caso.

Atualização às 12h06min: O capitão John Terry também pode desfalcar a Inglaterra amanhã. Caso o zagueiro do Chelsea não jogue, o capitão do English Team será Wayne Rooney, do Manchester United.

Imagens: Sporting Life, Team Talk

2 comentários:

Fernando Gonzaga disse...

mesmo com muitos desfalques, a seleção inglesa deve ser respeitada...tem boas opções em quase todos os setores, a excessão se faz debaixo das traves, onde não há um nome incontestável como o de Júlio César aqui no Brasil por exemplo....

abraço!!!

Daniel Leite disse...

É o que penso, Fernando. Aliás, aqui há duas vertentes: o conjunto da Inglaterra, mesmo sem tantos jogadores, é capaz de vencer jogos importantes. O plantel à disposição de Capello é completo.

Por outro lado, uma eventual vitória brasileira não pode ser vista como algo fantástico. Embora ainda muito bom, o onze inicial que vai representar o English Team na Copa não é sequer parecido com o que joga diante do Brasil.

Abraço!