O diretor de teatro David Moyes perdeu seus melhores atores do fundo do palco
Antes de a temporada começar, havia expectativas muito distintas para as cidades de Liverpool e Birmingham. O Liverpool, atual vice-campeão inglês, era apontado por muitos como o grande favorito para a conquista desta edição da Premier League. O Everton, que chegou à quinta colocação em 2008/09, tinha boas perspectivas para repetir a campanha. Por outro lado, do segundo maior aglomerado urbano inglês não chegavam visões otimistas. O Birmingham City voltava da divisão de acesso, e o Aston Villa perdia seu organizador: Gareth Barry.
No entanto, a real situação é completamente diferente. A cidade de Liverpool "conquistou" até agora 41 pontos em 32 jogos contra incríveis 59 pontos em 34 partidas de Birmingham. No próximo domingo, o Everton recebe o Birmingham num jogo em que não pode ser considerado favorito. Afinal, o conjunto de Alex McLeish chegou hoje à quinta vitória consecutiva e saltou para a fantástica sexta posição. Além disso, ainda que após empates diante de Tottenham e Chelsea, o momento dos Toffees é terrível, digno de uma postagem dedicada exclusivamente a ele.
Aquele time da temporada passada que fez excelente campanha na Premier League e disputou a final da Copa da Inglaterra não existe mais. O prestigiado treinador David Moyes fez o conjunto funcionar por muito tempo sem nenhum atacante. Com Fellaini e Cahill se revezando à frente em virtude das contusões de Saha e Yakubu, Moyes apostou num autêntico 4-6-0, que, com muito esforço, transformava-se num 4-5-1. O esquema fez da defesa azul uma muralha, e o ataque, de certa forma, conseguia se arrumar à custa da força física dos meias belga e australiano.
David Moyes provava em 2008/09 que sabe lidar com profundas limitações. Neste campeonato, porém, ele se atrapalhou. O Everton é hoje o 15º colocado com vergonhosos 17 pontos em 16 partidas. Na Liga Europa, os Toffees levaram um banho do Benfica na fase de grupos: 7 a 0 no placar agregado. A explicação para a péssima fase passa por números fundamentais: na temporada anterior, o time levou 37 gols em 38 jogos. Nesta, Tim Howard já foi 30 vezes vazado em apenas 16 partidas. Na média, a equipe concede aos adversários o dobro dos gols que costumava sofrer.
Tudo está bem claro. O Everton perdeu Joleon Lescott, seu principal defensor, para o Manchester City. Neste momento, todos os zagueiros centrais do elenco principal estão contundidos. Sem contar com Jagielka, Distin e Yobo, Moyes precisa apelar para combinações indigestas. Diante do Tottenham, a equipe atuou em 70% do tempo com dois laterais-direitos no miolo da zaga: Tony Hibbert (que é fraco até na lateral) e Lucas Neill. Contra o Chelsea, Heitinga foi adaptado na posição e jogou ao lado de Neill.
A solidez caiu por terra, e Moyes teve de abandonar sua mentalidade defensiva, visto que precisava de gols para compensar o peneirão em que se converteu sua zaga. Curiosamente, a equipe conquistou melhores resultados - os dois últimos empates, em jogos difíceis - quando se arriscou mais. Louis Saha já marcou dez gols na Premier League, está em ótima fase e, acompanhado por Jô ou Yakubu, tem conseguido incomodar os adversários.
Mesmo sendo uma espécie de mestre do improviso, um estrategista que sabe contornar falhas no elenco, Moyes não pode fazer Neill ou Hibbert virarem zagueiros centrais competentes. Ele soube superar dificuldades ofensivas, mas as defensivas lhe saem muito caro. Fellaini e Cahill são ótimos trombadores, ganham jogadas no aspecto físico, mas não têm tanto talento para marcar e, pior do que isso, enfrentam dificuldades quando precisam assumir a responsabilidade da criação.
O conjunto se perde com os dois pelo meio e, sem Osman e o eternamente lesionado Arteta, não consegue ser efetivo na distribuição de bolas mais agudas. Como o sistema de marcação está falho, o time entra em colapso. Infelizmente para David Moyes, a solução é abrir o time e tentar superar a constante avalanche de gols dos adversários. O treinador dos Toffees vive um pesadelo por ter de se adaptar a sua nova realidade e adotar filosofia semelhante à de Jair Picerni.
No entanto, a real situação é completamente diferente. A cidade de Liverpool "conquistou" até agora 41 pontos em 32 jogos contra incríveis 59 pontos em 34 partidas de Birmingham. No próximo domingo, o Everton recebe o Birmingham num jogo em que não pode ser considerado favorito. Afinal, o conjunto de Alex McLeish chegou hoje à quinta vitória consecutiva e saltou para a fantástica sexta posição. Além disso, ainda que após empates diante de Tottenham e Chelsea, o momento dos Toffees é terrível, digno de uma postagem dedicada exclusivamente a ele.
Aquele time da temporada passada que fez excelente campanha na Premier League e disputou a final da Copa da Inglaterra não existe mais. O prestigiado treinador David Moyes fez o conjunto funcionar por muito tempo sem nenhum atacante. Com Fellaini e Cahill se revezando à frente em virtude das contusões de Saha e Yakubu, Moyes apostou num autêntico 4-6-0, que, com muito esforço, transformava-se num 4-5-1. O esquema fez da defesa azul uma muralha, e o ataque, de certa forma, conseguia se arrumar à custa da força física dos meias belga e australiano.
David Moyes provava em 2008/09 que sabe lidar com profundas limitações. Neste campeonato, porém, ele se atrapalhou. O Everton é hoje o 15º colocado com vergonhosos 17 pontos em 16 partidas. Na Liga Europa, os Toffees levaram um banho do Benfica na fase de grupos: 7 a 0 no placar agregado. A explicação para a péssima fase passa por números fundamentais: na temporada anterior, o time levou 37 gols em 38 jogos. Nesta, Tim Howard já foi 30 vezes vazado em apenas 16 partidas. Na média, a equipe concede aos adversários o dobro dos gols que costumava sofrer.
Tudo está bem claro. O Everton perdeu Joleon Lescott, seu principal defensor, para o Manchester City. Neste momento, todos os zagueiros centrais do elenco principal estão contundidos. Sem contar com Jagielka, Distin e Yobo, Moyes precisa apelar para combinações indigestas. Diante do Tottenham, a equipe atuou em 70% do tempo com dois laterais-direitos no miolo da zaga: Tony Hibbert (que é fraco até na lateral) e Lucas Neill. Contra o Chelsea, Heitinga foi adaptado na posição e jogou ao lado de Neill.
A solidez caiu por terra, e Moyes teve de abandonar sua mentalidade defensiva, visto que precisava de gols para compensar o peneirão em que se converteu sua zaga. Curiosamente, a equipe conquistou melhores resultados - os dois últimos empates, em jogos difíceis - quando se arriscou mais. Louis Saha já marcou dez gols na Premier League, está em ótima fase e, acompanhado por Jô ou Yakubu, tem conseguido incomodar os adversários.
Mesmo sendo uma espécie de mestre do improviso, um estrategista que sabe contornar falhas no elenco, Moyes não pode fazer Neill ou Hibbert virarem zagueiros centrais competentes. Ele soube superar dificuldades ofensivas, mas as defensivas lhe saem muito caro. Fellaini e Cahill são ótimos trombadores, ganham jogadas no aspecto físico, mas não têm tanto talento para marcar e, pior do que isso, enfrentam dificuldades quando precisam assumir a responsabilidade da criação.
O conjunto se perde com os dois pelo meio e, sem Osman e o eternamente lesionado Arteta, não consegue ser efetivo na distribuição de bolas mais agudas. Como o sistema de marcação está falho, o time entra em colapso. Infelizmente para David Moyes, a solução é abrir o time e tentar superar a constante avalanche de gols dos adversários. O treinador dos Toffees vive um pesadelo por ter de se adaptar a sua nova realidade e adotar filosofia semelhante à de Jair Picerni.
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