O acompanhamento em tempo real dos jogos de futebol pela britânica BBC merece diversos elogios. É informativo ao extremo, bem-humorado e, sobretudo, revelador de certas verdades. Durante Everton 2 x 0 Manchester City, por exemplo, Jonathan Stevenson, responsável pelas atualizações do dia, transformou um fato aparentemente irrelevante numa bela síntese da atuação de Robinho: "Ótimo controle de bola de Roberto Mancini na beira do campo. Agora, podemos dizer que ele já fez mais do que Robinho esta noite".
O jornalista Phil McNulty, também da BBC, endossou o comentário do colega no Twitter, logo após o brasileiro, que havia substituído Roque Santa Cruz no início do jogo, ser trocado por Wright Phillips: "Corajosa e totalmente correta decisão de Mancini. A atuação de Robinho foi uma vergonha". Em outro momento, McNulty destacou que o jogador "nunca pareceu interessado, evitou divididas e não contribuiu quase nada". A antiga revelação do Santos permaneceu em campo por 53 minutos, tempo que serviu apenas para intensificar as piadas e a preocupação em torno de seus desempenhos recentes.
Apesar do insistente discurso de Roberto Mancini em defesa do atacante, a situação é digna de sérias reflexões. Fisicamente mal, o Rei das Pedaladas é a sétima opção ofensiva do Manchester City. Tevez, Adebayor, Bellamy, Petrov, Santa Cruz e, acredite, Mwaruwari têm sido utilizados mais frequentemente. Após um período de inatividade, Robinho participou de nove jogos na temporada e não marcou. Em 2008/09, quando contribuiu com 14 gols, o brasileiro já era contestado por conta dos absurdos 32 milhões de libras que sua contratação custou ao clube de Eastlands. Agora, porém, a questão é outra.
Em virtude do investimento caudaloso, o Manchester City já não pode mais salvar o negócio. A aposta em Robinho parece, definitivamente, equivocada. Os debates envolvem, sobretudo, a carreira do jogador. Seu vínculo com os Sky Blues se estende por mais duas temporadas e meia. Como não há no mundo clube disposto a compensar boa parcela dos gastos dos Sky Blues com o brasileiro, uma transferência é, por ora, impossível. Ou seja, as palavras do treinador italiano são mais oriundas da necessidade do que de verdadeiras intenções. Quero dizer que o atacante permanecerá em Manchester porque não há alternativas melhores.
Por outro lado, Robinho parece fadado ao fracasso nesta temporada. Não existem motivos para Roberto Mancini ignorar os bons desempenhos de seus outros atacantes em benefício da maior contratação da história do futebol inglês. Com o grande desafio da conquista de uma vaga na próxima Liga dos Campeões, não há tempo a perder. A tendência é que os minutos do brasileiro fiquem mais escassos. Amparado pelo tempo de contrato, o jogador deve encarar 2010/11 como uma temporada-chave para dar razão a Emerson Leão, seu fã incondicional após 2002, ou a Franz Beckenbauer, um de seus mais ferrenhos críticos.
Em virtude dessa propensão à inatividade, o panorama na Seleção Brasileira é ainda mais assustador. A atitude mais conveniente seria a convocação e rebaixamento a um plano secundário. Dunga talvez faça com Robinho o que Scolari fez com Luizão em 2002. O sentimento de gratidão não o permite ignorá-lo, mas o momento não o autoriza a encará-lo como protagonista ou mesmo titular. Ainda assim, os brasileiros que acompanham a Premier League sabem que seria dolorosa a inclusão do atacante do Manchester City na lista dos que vão à África do Sul, uma vez que isso implicaria uma notável ausência. De Ronaldinho ou Pato, por exemplo.
Em compensação...
Landon Donovan mudou o Everton. Apesar do curto prazo de validade e da prematura estreia, o ianque já é muito útil aos Toffees. Além da contribuição técnica, Donovan deu a David Moyes a opção tática de que ele precisava para reerguer o time de Goodison Park. Sem Mikel Arteta (com quem já não se pode mais contar), Marrouane Fellaini assumia, ao lado de Tim Cahill, pesadas responsabilidades ofensivas. Demasiadamente adiantado, o volante belga não conseguia repetir as atuações da temporada passada, que motivaram a metade azul de Liverpool a comprar perucas na mesma proporção que os torcedores do Cleveland Cavaliers.
Após a chegada do norte-americano, porém, Fellaini joga imediatamente à frente dos zagueiros e foi o principal jogador das duas últimas - e ótimas - partidas do Everton, contra Arsenal e Manchester City. O jogador de ascendência marroquina tem ótimo passe e, na ausência de vários zagueiros e de Jack Rodwell, conseguiu devolver ao time a solidez que notabilizou o conjunto de David Moyes em temporadas passadas.
Outro jogador a melhorar o nível de suas exibições foi Steve Pienaar. Aberto pela esquerda ou próximo de Louis Saha, o sul-africano tem sido decisivo. O revezamento tático envolvendo o amigo de Joel Santana, Donovan e Leon Osman confunde os sistemas de marcação e aumenta sensivelmente a produção ofensiva. Os Toffees de 2010 controlam oponentes fortes e já não precisam temer o rebaixamento.
Imagem: Telegraph
O jornalista Phil McNulty, também da BBC, endossou o comentário do colega no Twitter, logo após o brasileiro, que havia substituído Roque Santa Cruz no início do jogo, ser trocado por Wright Phillips: "Corajosa e totalmente correta decisão de Mancini. A atuação de Robinho foi uma vergonha". Em outro momento, McNulty destacou que o jogador "nunca pareceu interessado, evitou divididas e não contribuiu quase nada". A antiga revelação do Santos permaneceu em campo por 53 minutos, tempo que serviu apenas para intensificar as piadas e a preocupação em torno de seus desempenhos recentes.
Apesar do insistente discurso de Roberto Mancini em defesa do atacante, a situação é digna de sérias reflexões. Fisicamente mal, o Rei das Pedaladas é a sétima opção ofensiva do Manchester City. Tevez, Adebayor, Bellamy, Petrov, Santa Cruz e, acredite, Mwaruwari têm sido utilizados mais frequentemente. Após um período de inatividade, Robinho participou de nove jogos na temporada e não marcou. Em 2008/09, quando contribuiu com 14 gols, o brasileiro já era contestado por conta dos absurdos 32 milhões de libras que sua contratação custou ao clube de Eastlands. Agora, porém, a questão é outra.
Em virtude do investimento caudaloso, o Manchester City já não pode mais salvar o negócio. A aposta em Robinho parece, definitivamente, equivocada. Os debates envolvem, sobretudo, a carreira do jogador. Seu vínculo com os Sky Blues se estende por mais duas temporadas e meia. Como não há no mundo clube disposto a compensar boa parcela dos gastos dos Sky Blues com o brasileiro, uma transferência é, por ora, impossível. Ou seja, as palavras do treinador italiano são mais oriundas da necessidade do que de verdadeiras intenções. Quero dizer que o atacante permanecerá em Manchester porque não há alternativas melhores.
Por outro lado, Robinho parece fadado ao fracasso nesta temporada. Não existem motivos para Roberto Mancini ignorar os bons desempenhos de seus outros atacantes em benefício da maior contratação da história do futebol inglês. Com o grande desafio da conquista de uma vaga na próxima Liga dos Campeões, não há tempo a perder. A tendência é que os minutos do brasileiro fiquem mais escassos. Amparado pelo tempo de contrato, o jogador deve encarar 2010/11 como uma temporada-chave para dar razão a Emerson Leão, seu fã incondicional após 2002, ou a Franz Beckenbauer, um de seus mais ferrenhos críticos.
Em virtude dessa propensão à inatividade, o panorama na Seleção Brasileira é ainda mais assustador. A atitude mais conveniente seria a convocação e rebaixamento a um plano secundário. Dunga talvez faça com Robinho o que Scolari fez com Luizão em 2002. O sentimento de gratidão não o permite ignorá-lo, mas o momento não o autoriza a encará-lo como protagonista ou mesmo titular. Ainda assim, os brasileiros que acompanham a Premier League sabem que seria dolorosa a inclusão do atacante do Manchester City na lista dos que vão à África do Sul, uma vez que isso implicaria uma notável ausência. De Ronaldinho ou Pato, por exemplo.
Em compensação...
Landon Donovan mudou o Everton. Apesar do curto prazo de validade e da prematura estreia, o ianque já é muito útil aos Toffees. Além da contribuição técnica, Donovan deu a David Moyes a opção tática de que ele precisava para reerguer o time de Goodison Park. Sem Mikel Arteta (com quem já não se pode mais contar), Marrouane Fellaini assumia, ao lado de Tim Cahill, pesadas responsabilidades ofensivas. Demasiadamente adiantado, o volante belga não conseguia repetir as atuações da temporada passada, que motivaram a metade azul de Liverpool a comprar perucas na mesma proporção que os torcedores do Cleveland Cavaliers.
Após a chegada do norte-americano, porém, Fellaini joga imediatamente à frente dos zagueiros e foi o principal jogador das duas últimas - e ótimas - partidas do Everton, contra Arsenal e Manchester City. O jogador de ascendência marroquina tem ótimo passe e, na ausência de vários zagueiros e de Jack Rodwell, conseguiu devolver ao time a solidez que notabilizou o conjunto de David Moyes em temporadas passadas.
Outro jogador a melhorar o nível de suas exibições foi Steve Pienaar. Aberto pela esquerda ou próximo de Louis Saha, o sul-africano tem sido decisivo. O revezamento tático envolvendo o amigo de Joel Santana, Donovan e Leon Osman confunde os sistemas de marcação e aumenta sensivelmente a produção ofensiva. Os Toffees de 2010 controlam oponentes fortes e já não precisam temer o rebaixamento.
Imagem: Telegraph
Um comentário:
A fase de Robinho realmente é horrível!
Se Dunga for sério com o que disse desde o início - só jogam os que estão bem - Robinho não deveria ir à Copa. Mas sabemos que vai pela "gratidão" que Dunga diz ter com ele.
Acredito que até mesmo no City sua vaga na equipe titular está cada vez mais distante. Conhecendo o histórico de Robinho é de se esperar que logo logo forçará mais uma transferência!
É aguardar e ver o desenrolar da carreira desse jogador, que durante algum tempo foi considerado o grande nome para o futuro do futebol brasileiro.
Duvido que isso se concretize!
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