Retorno de Campbell ao Arsenal não sinaliza apenas fortes emoções, mas também culto aos mais velhos e à contenção de gastos
Na esteira do inesperado sucesso do sérvio Dejan Petkovic (37) no Flamengo em 2009, muitos veteranos conseguiram vantajosos contratos em clubes brasileiros. Esse fenômeno etário, de Giovanni, Sávio e Edílson, você já conhece. A novidade fica por conta do periódico britânico Telegraph, que revelou nesta semana dados interessantes sobre a utilização de jogadores experientes pelas equipes da Premier League. Em relação a 2005, este ano teve um ganho de 18 jogadores que já superaram os 30 anos.
O emblema do superávit é o Chelsea, líder do campeonato. No primeiro ano de José Mourinho no clube, lembra o Telegraph, o mais velho do plantel era Claude Makelele, então com 31 anos. Nas últimas três temporadas, a média de idade do grupo dos Blues saltou de 25 para 28 anos. Considerando apenas a costumeira formação titular, cinco jogadores já romperam a barreira das três décadas de vida: Ricardo Carvalho, Ballack, Lampard, Drogba e Anelka. Outros nomes fundamentais, como Terry, Malouda e Ashley Cole, estão a menos de um ano de atingir a marca.
A matéria faz outras considerações importantes, como o registro do número de jogadores com 30 anos ou mais nos elencos de Liverpool e Manchester United, o dobro em comparação com o índice de cinco temporadas atrás. Blackburn, Portsmouth e Stoke City são apontados como os campeões da categoria, visto que cada um conta com pelo menos 10 atletas que se enquadram na classe em questão. Mas, afinal, quais circunstâncias produziram essa tendência à utilização de peças tão experimentadas?
Voltemos ao exemplo do Chelsea. Em seus primeiros anos de Stamford Bridge, Roman Abramovich rastreava o mercado à procura de jogadores que pudessem levar os Blues ao patamar de Manchester United e Arsenal. O sólido projeto, com a pretensão de ser duradouro, precisava ser sustentado por atletas relativamente jovens. Por isso, o russo raramente apostou em nomes demasiadamente experientes, política semelhante à hoje adotada pelo Manchester City, excetuando-se as contratações de Sylvinho e Vieira.
Os Blues contemporâneos, por outro lado, pregam estabilidade. A manutenção no elenco de várias das antigas capturas de Abramovich e o hábito de contratar para reparar pequenas deficiências criaram um ambiente de natural tendência ao envelhecimento do plantel. A forma como o Chelsea tem jogado prova que a prática é correta. Através do aproveitamento das categorias de base e de poucas aquisições à moda 2003-2006, o clube não correrá o risco do envelhecimento danoso, como o do Milan, do mesmo Ancelotti, de pouco tempo atrás
O Manchester United segue o exemplo. Após algumas frustrações com apostas caríssimas, como Hargreaves, Berbatov e Nani, Alex Ferguson escolheu contratar poucos jovens (Obertan, Diouf, Tosic, De Laet) e reposições acessíveis (Valencia, Owen). O clube parece mais propenso a manter a base do que a cometer loucuras no mercado de transferências. Assim, o United atribui naturalmente idade e experiência ao elenco e não deixa de lado o calço para uma gradual renovação.
Mesmo Arsène Wenger, que se notabilizou pelas constantes apostas em jogadores muito jovens, já aderiu ao movimento pelos veteranos. A contratação de Sol Campbell pelo defensivamente desfalcado Arsenal, embora bastante arriscada, indica a vitória dos jogadores experientes quando o assunto é a necessidade de pequenos consertos. O sucesso de Henrik Larsson no Manchester United no início de 2007 pode ter aberto os olhos da Premier League para a eficácia dos mais velhos como paliativos. Campbell, nos Gunners, e Vieira, no Manchester City, são mais duas manifestações de quem são os reis do mercado de janeiro e do curto prazo.
Em suma, excetuando-se os clubes submetidos a um boom recente de investimento, parece-me que a onda de gastos exorbitantes na Inglaterra passou. Os jogadores mais experientes, em geral, proporcionam um baixo nível de despesa, são confiáveis e, portanto, parte fundamental desse processo. Como todos os clubes ingleses - inclusive o Manchester City - estão contratando de forma cirúrgica e criteriosa, é possível afirmar que o modo Florentino Pérez de vida não emplacou na Premier League contemporânea.
Imagem: Telegraph
O emblema do superávit é o Chelsea, líder do campeonato. No primeiro ano de José Mourinho no clube, lembra o Telegraph, o mais velho do plantel era Claude Makelele, então com 31 anos. Nas últimas três temporadas, a média de idade do grupo dos Blues saltou de 25 para 28 anos. Considerando apenas a costumeira formação titular, cinco jogadores já romperam a barreira das três décadas de vida: Ricardo Carvalho, Ballack, Lampard, Drogba e Anelka. Outros nomes fundamentais, como Terry, Malouda e Ashley Cole, estão a menos de um ano de atingir a marca.
A matéria faz outras considerações importantes, como o registro do número de jogadores com 30 anos ou mais nos elencos de Liverpool e Manchester United, o dobro em comparação com o índice de cinco temporadas atrás. Blackburn, Portsmouth e Stoke City são apontados como os campeões da categoria, visto que cada um conta com pelo menos 10 atletas que se enquadram na classe em questão. Mas, afinal, quais circunstâncias produziram essa tendência à utilização de peças tão experimentadas?
Voltemos ao exemplo do Chelsea. Em seus primeiros anos de Stamford Bridge, Roman Abramovich rastreava o mercado à procura de jogadores que pudessem levar os Blues ao patamar de Manchester United e Arsenal. O sólido projeto, com a pretensão de ser duradouro, precisava ser sustentado por atletas relativamente jovens. Por isso, o russo raramente apostou em nomes demasiadamente experientes, política semelhante à hoje adotada pelo Manchester City, excetuando-se as contratações de Sylvinho e Vieira.
Os Blues contemporâneos, por outro lado, pregam estabilidade. A manutenção no elenco de várias das antigas capturas de Abramovich e o hábito de contratar para reparar pequenas deficiências criaram um ambiente de natural tendência ao envelhecimento do plantel. A forma como o Chelsea tem jogado prova que a prática é correta. Através do aproveitamento das categorias de base e de poucas aquisições à moda 2003-2006, o clube não correrá o risco do envelhecimento danoso, como o do Milan, do mesmo Ancelotti, de pouco tempo atrás
O Manchester United segue o exemplo. Após algumas frustrações com apostas caríssimas, como Hargreaves, Berbatov e Nani, Alex Ferguson escolheu contratar poucos jovens (Obertan, Diouf, Tosic, De Laet) e reposições acessíveis (Valencia, Owen). O clube parece mais propenso a manter a base do que a cometer loucuras no mercado de transferências. Assim, o United atribui naturalmente idade e experiência ao elenco e não deixa de lado o calço para uma gradual renovação.
Mesmo Arsène Wenger, que se notabilizou pelas constantes apostas em jogadores muito jovens, já aderiu ao movimento pelos veteranos. A contratação de Sol Campbell pelo defensivamente desfalcado Arsenal, embora bastante arriscada, indica a vitória dos jogadores experientes quando o assunto é a necessidade de pequenos consertos. O sucesso de Henrik Larsson no Manchester United no início de 2007 pode ter aberto os olhos da Premier League para a eficácia dos mais velhos como paliativos. Campbell, nos Gunners, e Vieira, no Manchester City, são mais duas manifestações de quem são os reis do mercado de janeiro e do curto prazo.
Em suma, excetuando-se os clubes submetidos a um boom recente de investimento, parece-me que a onda de gastos exorbitantes na Inglaterra passou. Os jogadores mais experientes, em geral, proporcionam um baixo nível de despesa, são confiáveis e, portanto, parte fundamental desse processo. Como todos os clubes ingleses - inclusive o Manchester City - estão contratando de forma cirúrgica e criteriosa, é possível afirmar que o modo Florentino Pérez de vida não emplacou na Premier League contemporânea.
Imagem: Telegraph
2 comentários:
isso tambem se deve ao fato de que a o tratamento é dado a forma fisica melhorou e consquentemente aumentou a vida útil do jogador.
exelente blog, parabens!
É também por aí, Caio. Continue conosco. Abraço.
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