Vamos incorporar a lógica de trocadilhos desprovidos de criatividade do feriado, tais como "a Independência do basquete brasileiro", e falar sobre assuntos parcialmente desconexos:
Gérard Houllier próximo do Aston Villa. Alguns torcedores do Liverpool não gostam dele porque pensam que, com Benítez, o clube esteve mais próximo de conquistar a Premier League. É verdade, mas a comparação não é apropriada. Houllier resgatou o time de uma década perdida, a de 90. Quanto ao espanhol, seu grande mérito foi elevar o patamar dos Reds em nível continental, mesmo em 2005, quando o título veio após as circunstâncias mais estranhas e através do mais fraco elenco em Anfield nos últimos tempos. Mas o fato é que, após a Champions retornar a sua "casa britânica", o Liverpool investiu mais, muito mais.
Se, então, a comparação reside em competições paralelas à Premier League, Houllier precisa ter seu trabalho muito valorizado. Com algumas contratações preciosas, como a de Sami Hyypia, e atribuindo protagonismo a Owen e Gerrard, ele resgatou a mentalidade vencedora do clube. Apenas no memorável ano de 2001, o treinador francês conquistou as copas da UEFA, da Inglaterra, da Liga e a Community Shield. O Aston Villa, que não levanta uma taça desde 1996, precisa de alguém como Houllier. Kevin MacDonald, o interino, manteria a linha de Martin O'Neill. Mas, após a equipe jogar bem apenas contra o West Ham na temporada, essa opção pode não ser a mais animadora. Ademais, o repasse de um estilo aprovado a outro profissional não é segurança de sucesso.
Inglaterra voando nas Eliminatórias. Decola porque é bem escalada. Como dissemos aqui mesmo, não pode haver receio de renovar - e isso inclui a dura substituição de peças emblemáticas, como Lampard, de 32 anos. Afora a presença de figuras da estirpe de Shaun Wright-Phillips, abaixo de pelo menos seis wingers ingleses, não há muito o que contestar na seleção inglesa pós-Copa. A ótima vitória de hoje, por 3 a 1 em terreno suíço, é a confirmação de que Capello precisa emular Del Bosque. Este senhor, campeão do mundo, não convocou à Copa Marcos Senna e Daniel Güiza, fundamentais no título da Euro. É claro que Aragonés comandava a Fúria naquela ocasião, mas é fato que um sentimento nacional de gratidão foi ignorado. Por isso, seguindo o exemplo do sucesso, insistimos: se Darren Bent e Adam Johnson estão arrebentando, que permaneçam, em detrimento de Joe Cole e Mr. Em - ops, este já se aposentou da seleção. De definitivamente agradável, fica a sensação de que a seleção chegará facilmente à Euro, ao contrário, por exemplo, de França e Portugal.
Curiosidade. A certa altura, havia seis jogadores do Manchester City defendendo a Inglaterra contra a Suíça: Hart, Lescott, Barry, Milner, Wright-Phillips e Adam Johnson. O último, por sinal, foi o melhor em campo após substituir, aos 13 do primeiro tempo, o lesionado Walcott. A política de contratações em Eastlands passa, felizmente, por jogadores ingleses.
Salvem o Reino Unido. Hoje, a Escócia fez um papelão no Hampden Park. Diante de 37 mil pessoas, a seleção de Darren Fletcher, sempre melhor em Manchester que em Glasgow, garantiu a vitória por 2 a 1 sobre Liechtenstein no minuto 96, com gol do zagueiro Stephen McManus, do Middlesbrough. Aquele que seria um dos mais desastrosos resultados da história do futebol escocês quase veio pelos pés de um oponente com apenas um jogador considerável (o bom e velho Mario Frick, que fez 1 a 0 no começo do segundo tempo!), cujo país tem apenas 34 mil habitantes. Portanto, um número menor que o público que assistiu ao cotejo.
Apesar de líder do grupo I das Eliminatórias para a Euro, a Escócia, acompanhada por Espanha e República Tcheca, não deve ir longe em seu propósito de retornar às grandes competições. O empate contra a Lituânia na primeira rodada também não empolga. Assim como a derrota do País de Gales, diante de Montenegro. Gales, que, excessivamente dependente de Bale e do ainda lesionado Ramsey, certamente terá muitos problemas no grupo G, o da Inglaterra. A Irlanda do Norte, por sua vez, foi muito bem ao derrotar a Eslovênia fora de casa, mas, ao lado de Itália e Sérvia, não deve resistir por muito tempo. Sem a companhia de seus parceiros de Reino Unido em grandes torneios desde 1998, quando a Escócia, na chave do Brasil, jogou a Copa da França, os ingleses certamente vão continuar isolados.
Não se trata de um manifesto de indignação, visto que as demais seleções britânicas não têm mesmo muitos recursos. Mas, especialmente para escoceses e galeses, o exemplo da Irlanda não é algo inatingível. Com todos os grandes jogadores na Inglaterra, esses conjuntos poderiam, ao menos, esboçar um real desafio pela vaga. Algo que, recentemente, ocorreu apenas quando o excelente Alex McLeish, hoje no Birmingham, liderou a Escócia na corrida pela Euro 2008.
Imagens: A Bola, Guardian, Sport.
Se, então, a comparação reside em competições paralelas à Premier League, Houllier precisa ter seu trabalho muito valorizado. Com algumas contratações preciosas, como a de Sami Hyypia, e atribuindo protagonismo a Owen e Gerrard, ele resgatou a mentalidade vencedora do clube. Apenas no memorável ano de 2001, o treinador francês conquistou as copas da UEFA, da Inglaterra, da Liga e a Community Shield. O Aston Villa, que não levanta uma taça desde 1996, precisa de alguém como Houllier. Kevin MacDonald, o interino, manteria a linha de Martin O'Neill. Mas, após a equipe jogar bem apenas contra o West Ham na temporada, essa opção pode não ser a mais animadora. Ademais, o repasse de um estilo aprovado a outro profissional não é segurança de sucesso.
Inglaterra voando nas Eliminatórias. Decola porque é bem escalada. Como dissemos aqui mesmo, não pode haver receio de renovar - e isso inclui a dura substituição de peças emblemáticas, como Lampard, de 32 anos. Afora a presença de figuras da estirpe de Shaun Wright-Phillips, abaixo de pelo menos seis wingers ingleses, não há muito o que contestar na seleção inglesa pós-Copa. A ótima vitória de hoje, por 3 a 1 em terreno suíço, é a confirmação de que Capello precisa emular Del Bosque. Este senhor, campeão do mundo, não convocou à Copa Marcos Senna e Daniel Güiza, fundamentais no título da Euro. É claro que Aragonés comandava a Fúria naquela ocasião, mas é fato que um sentimento nacional de gratidão foi ignorado. Por isso, seguindo o exemplo do sucesso, insistimos: se Darren Bent e Adam Johnson estão arrebentando, que permaneçam, em detrimento de Joe Cole e Mr. Em - ops, este já se aposentou da seleção. De definitivamente agradável, fica a sensação de que a seleção chegará facilmente à Euro, ao contrário, por exemplo, de França e Portugal.
Curiosidade. A certa altura, havia seis jogadores do Manchester City defendendo a Inglaterra contra a Suíça: Hart, Lescott, Barry, Milner, Wright-Phillips e Adam Johnson. O último, por sinal, foi o melhor em campo após substituir, aos 13 do primeiro tempo, o lesionado Walcott. A política de contratações em Eastlands passa, felizmente, por jogadores ingleses.
Salvem o Reino Unido. Hoje, a Escócia fez um papelão no Hampden Park. Diante de 37 mil pessoas, a seleção de Darren Fletcher, sempre melhor em Manchester que em Glasgow, garantiu a vitória por 2 a 1 sobre Liechtenstein no minuto 96, com gol do zagueiro Stephen McManus, do Middlesbrough. Aquele que seria um dos mais desastrosos resultados da história do futebol escocês quase veio pelos pés de um oponente com apenas um jogador considerável (o bom e velho Mario Frick, que fez 1 a 0 no começo do segundo tempo!), cujo país tem apenas 34 mil habitantes. Portanto, um número menor que o público que assistiu ao cotejo.
Apesar de líder do grupo I das Eliminatórias para a Euro, a Escócia, acompanhada por Espanha e República Tcheca, não deve ir longe em seu propósito de retornar às grandes competições. O empate contra a Lituânia na primeira rodada também não empolga. Assim como a derrota do País de Gales, diante de Montenegro. Gales, que, excessivamente dependente de Bale e do ainda lesionado Ramsey, certamente terá muitos problemas no grupo G, o da Inglaterra. A Irlanda do Norte, por sua vez, foi muito bem ao derrotar a Eslovênia fora de casa, mas, ao lado de Itália e Sérvia, não deve resistir por muito tempo. Sem a companhia de seus parceiros de Reino Unido em grandes torneios desde 1998, quando a Escócia, na chave do Brasil, jogou a Copa da França, os ingleses certamente vão continuar isolados.
Não se trata de um manifesto de indignação, visto que as demais seleções britânicas não têm mesmo muitos recursos. Mas, especialmente para escoceses e galeses, o exemplo da Irlanda não é algo inatingível. Com todos os grandes jogadores na Inglaterra, esses conjuntos poderiam, ao menos, esboçar um real desafio pela vaga. Algo que, recentemente, ocorreu apenas quando o excelente Alex McLeish, hoje no Birmingham, liderou a Escócia na corrida pela Euro 2008.
Imagens: A Bola, Guardian, Sport.
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