18 de setembro de 2009

Talento e fúria direto da França

24 de Maio de 1966, Marselha, França. Essa é a data de nascimento de uma lenda do futebol francês e também do inglês, mais especificamente, do Manchester United: Eric Cantona.

Eric Cantona é um dos jogadores mais controversos da história do futebol. Craque e brigão, ele marcou sua história no esporte, conquistando fãs por todo o mundo. Seu temperamento forte e várias confusões fizeram com que sua carreira no futebol de seu país fosse marcada por várias transferências. Nos nove anos em que esteve na França, defendeu seis equipes (o Marseille duas vezes).

Foi no Manchester United que o craque se encontrou. Por lá ele chegou em 27 de Novembro de 1992 e jogou por cinco anos. Foi o maestro que trouxe os Red Devils de volta à elite do futebol. Conquistou quatro títulos do Campeonato Inglês e dois da FA Cup. No entanto, sua passagem pelo futebol inglês não foi marcada apenas por episódios de alegria.

Em 1995, Cantona teve uma lamentável atitude. Em partida frente ao Crystal Palace, o craque francês agrediu um torcedor e recebeu severa suspensão, desfalcando sua equipe e sua seleção. Nesse ano o Manchester foi vice-campeão, fato que poderia ter sido diferente não fosse a ausência do capitão em boa parte do campeonato (em cinco anos no United, foram quatro títulos da Premier League).



Em um domingo, 18 de maio de 1997, Cantona anunciou, para a surpresa de todos, sua aposentadoria. Cerca de uma semana antes de completar 31 anos, ele se despediu precocemente do futebol e deixou “órfãos” de seu talento e seus gols milhões de fãs dele e do United. Sua última partida (dois dias antes do anúncio da aposentadoria) foi frente ao Coventry City, em homenagem ao zagueiro David Busst, que havia encerrado a carreira por uma grave contusão. Como não poderia deixar ser, Cantona marcou dois e garantiu o empate da equipe vermelha.

Quase um ano após sua aposentadoria, Cantona recebeu merecida homenagem e um jogo de despedia em Old Trafford. 56000 pessoas estiveram presentes para prestigiar o eterno ídolo. A partida era também beneficente para os sobreviventes do acidente aéreo de Munique de 1958. Craques como Papin, Hughes e Blanc foram convidados de Cantona para essa festa. Ao fim da partida ele foi aclamado como um herói pela torcida. Uma despedida à altura do talento e do merecimento de Eric Cantona. Para muitos, ele tem um herdeiro no posto de Craque Bad Boy no Manchester: Wayne Rooney, o jovem craque inglês. Será que alcançará o nível do francês?

Como nota triste de sua carreira (triste para ele e para a história do futebol) fica o fato de Cantona não ter disputado nenhuma Copa do Mundo. Pela seleção, ele realizou 43 partidas e marcou 20 gols.

Em 2000, foi eleito o Jogador do Século do Manchester United, superando grandes nomes do futebol mundial que também defenderam os Red Devills.

Após encerrar sua carreira, Cantona participou como ator de diversos filmes e de campanhas publicitárias, como o “Joga Bonito”, da Nike. Hoje, é o treinador da seleção francesa de futebol de areia.

5 comentários:

O autor disse...

Muito legal a matéria de vocês sobre Eric Cantona. Agora ele está mais para ator, do que ex-craque. Claro, jamais deixará de ser ídolo, mesmo sem ter disputado nenhuma Copa.

Vá no meu blog, e veja a matéria do Renê Simões. Ele assumiu a seleção da Costa Rica. Comenta lá, dê sua oppinião.

Grande Abraço

Saulo disse...

Muito bom o texto. Eric Cantona jogou muito, mas era brigão de mais.

Daniel Leite disse...

Sugiro aos leitores que cliquem sobre a expressão "seus gols", no quinto parágrafo. Impressionante o que fazia Cantona. Abraços!

Paulo Pereira disse...

Para início de comentário, basta dizer que eu sou o possuidor orgulhoso de uma t-shirt (que adoro) com a cara estampada de Cantona.

A frase que a acompanha é elucidativa. "1966 is a great year for England. Eric Cantona has born".

Mais do que o génio criativo (que ele foi), a frase ironiza sobre o facto de o nascimento de Eric ser mais importante que o título inglês na Copa do Mundo.

Foi um dos meus jogadores predilectos, pela sua faceta de enfant terrible, aliada aquela maneira quase sobrenaturalmente fácil de fazer as coisas.

Marcou uma geração, merecendo figurar no Olimpon só destinado aos grandes jogadores.

ps: Bela matéria, como sempre!

Paulo Pereira disse...

Quanto ao resto, guardo os comentário sobre a jornada para o sítio certo: o próximo artigo.

Confesso que ainda estou a recuperar das emoções do derby de Manchester. Que jogo. O futebol devia sempre ser assim...