27 de novembro de 2009

Barba, cabelo e, especialmente, bigode

No futebol, metas coletivas vêm em primeiro lugar. A menos que os jogadores sigam uma espécie de Robinho Way of Life, para o qual a única coisa que realmente importa é ser o melhor do mundo. De todo jeito, um dos fatores que satisfazem o ego dos atacantes é, sem dúvida, ocupar o topo da artilharia nos mais diversos âmbitos. Assim, Ian James Rush não precisa reclamar de sua carreira no futebol.

Estamos falando de um dos grandes jogadores galeses de todos os tempos. Ele é simplesmente o maior artilheiro da seleção do País de Gales (28 gols), do Liverpool (346 gols) e do Merseyside Derby, o clássico entre Everton e Liverpool (25 gols). Um verdadeiro hat-trick para o sujeito do bigode mais bacana - embora ele não o tenha mantido após a aposentadoria - da história recente do futebol inglês.

Curiosamente, quando criança, Rush era um fervoroso torcedor do Everton. Algo um tanto comum, visto que Steve McManaman, Robbie Fowler e Jamie Carragher, alguns dos maiores símbolos contemporâneos dos Reds, passaram pela mesma situação durante a infância. Esse assunto, aliás, renova-se sempre que o clássico da terra dos Beatles está para acontecer. Fãs das duas equipes, que enfrentam profundas crises, mal podem esperar o próximo domingo para assistir a um potencial início de ressurreição na temporada.

Para tanto, o Liverpool adoraria poder contar com Ian Rush. Mas ele já encerrou sua carreira há nove anos. Durante suas 21 temporadas como profissional, o galês passou 15 em Anfield Road. Na primeira etapa como ídolo scouser, após o início no Chester City, o atacante viveu seu auge. Foram 224 partidas e incríveis 139 gols entre 1980 e 1987. Daí, como forma de reaproximação entre os Reds e a Juventus após a tragédia de Heysel, Rush partiu para um desafio no futebol italiano. Na Vecchia Signora, porém, ele acabou por decepcionar, marcando apenas sete gols em 29 jogos.

Mentalmente forte, Rush calou seus críticos italianos em junho de 1988. A dois anos da Copa na Itália, o atacante marcou o único gol da histórica vitória galesa num amistoso contra a Azzurra, em Brescia. O feito de Ian soou como uma demonstração de capacidade no momento de sua despedida do Calcio. Rush voltou para casa. Em sua segunda passagem pelo Liverpool, que durou oito anos, marcou 90 gols em 245 jogos.

A foto ao lado, que mostra uma homenagem de torcedores do Liverpool ao ídolo através do uso de bigodes postiços, prova a importância de Rush para os Reds. Em 100 players who shook the Kop, uma espécie ranking popular dos maiores jogadores da história do clube, o galês ficou atrás apenas do escocês Kenny Dalglish - chamado de King Kenny pelos scousers - e do atual capitão, Steven Gerrard.

Nos últimos quatro anos de carreira, Rush passou discretamente pelos ingleses Leeds, Newcastle, Sheffield United e Wrexham e o australiano Sydney Olympic. Entretanto, sua marca no Liverpool é muito mais forte do que qualquer outro fator em sua trajetória. Afinal, seus gols ajudaram os Reds em cinco conquistas no Campeonato Inglês e duas na antiga Copa Europeia. Por isso, os torcedores celebram tanto o desempenho de Fernando Torres no clube, um alento após a aposentadoria de Ian Rush, a decadência de Robbie Fowler e a decepção com Michael Owen.



Imagens: IC Network, Blogs/Warwick

Observação: a mudança para um layout mais simples deve-se aos problemas por que passamos com o modelo anterior. Obrigado pela compreensão.

5 comentários:

O autor disse...

Cracasso Ian Rush. Outro que tem um bigode conhecidíssimo, mas um idolatria e um respeito medidos em outra escala, totalmente diferente da de Ian Rush, é o Valdir Bigode, que jogou no Vasco, Atlético...

Vai no meu nblog e veja a seleção do campeonato na minha opinião e não deixe de omitir a sua

ABraços

Daniel Leite disse...

A semelhança física entre Ian e Valdir é evidente. Mas, realmente, mesmo tendo sido o brasileiro um grande artilheiro, Rush tinha muito mais recursos. Até mais!

Julio César Mulatinho disse...

Não acompanhei a carreira do Ian Rush. Legal conhecê-lo.

Daniel Leite disse...

Quando comecei a acompanhar futebol de forma mais fervorosa, Rush já havia se aposentado. Por isso, a história e o vídeo aqui disponibilizados são, também para mim, tão impressionantes. O galês era um finalizador melhor ou igual aos mais competentes dos últimos tempos: Vieri, van Nistelrooy e Shevchenko, por exemplo. Jogava muito.

Seja bem-vindo, Júlio César. Um abraço.

Carlos d'Andréa disse...

Robinho Way of Life, adorei isso. Esse mané jamais será melhor do mundo. Sequer será titular da seleção. Se for, não ganharemos nada, anotem aí.