17 de dezembro de 2009

A 17ª rodada: começa a maratona

Benítez abandona o piloto automático para tentar ganhar o que ainda é possível: troféus individuais

Sunderland 0 x 2 Aston Villa. Steve Bruce prova à Inglaterra que não é um treinador fenomenal. Bastou o volante Lee Cattermole sair do time por lesão para o Sunderland se afundar na tabela. O Villa, por outro lado, assume papel de protagonista na Premier League. James Milner, agora pela faixa central do meio de campo, é o "novo Barry". Na terça-feira, uma assistência (para o gol de Heskey) e um gol. A equipe de Martin O'Neill se consolida na quarta posição e é clara candidata a uma vaga na próxima Champions. No mínimo.

Birmingham City 2 x 1 Blackburn. O conjunto de Alex McLeish confirma a excelente fase da cidade. Com dois gols, Jerome mostra que não apenas de Chucho Benítez vive o ataque dos Blues. Um treinador "orgulhoso de sua equipe" e um salto para a sétima colocação - à frente do Manchester City - são os rescaldos da quinta vitória consecutiva do time de St. Andrews. Pode um elenco ainda limitado e com um lateral-direito que desistiu da aposentadoria (o irlandês Stephen Carr) chegar à Liga Europa? Se van Nistelrooy aceitar participar do desafio, o sonho é válido.

Manchester United 3 x 0 Wolverhampton. Há pouco para falar do luxuoso treino do Manchester United contra os lobos do segundo escalão (pensando no Burnley, Mick McCarthy poupou os titulares). Os Red Devils, aliás, não fizeram um grande jogo. Wayne Rooney dependeu de uma bobagem homérica do zagueiro Ronald Zubar para, de pênalti, abrir a porteira. Vidic, com seu autêntico cabeceio-tijolada, marcou o segundo. No segundo tempo, Valencia fez a única coisa de que lembraremos do campo de jogo: um golaço, após passe acrobático de Berbatov. O United segue firme na caça ao Chelsea.

Bolton 3 x 1 West Ham. Com oito jogadores lesionados (incluindo Kieron Dyer - não me diga! -, Matthew Upson e Carlton Cole), o West Ham prova que conseguirá colocar seu ótimo time na briga contra o rebaixamento. Do outro lado, o croata Ivan Klasnic marcou novamente e já pode ser apontado como o melhor atacante no Reebok Stadium. A vitória do ex-time do Jardel e do Jay-Jay Okocha foi muito importante, visto que os Wanderers deixaram os Hammers para trás e saíram da faixa que leva ao Coca-Cola Championship.

Chelsea 2 x 1 Portsmouth. Os Blues se esforçaram para tanto, mas não puderam passar vergonha na volta de Avram Grant ao Stamford Bridge. O gol de Anelka havia sido compensado pela ótima finalização de Piquionne, um dos piores atacantes da Premier League. Mas, como em quase todos os jogos do campeonato, a festa do Pompey não durou muito. Branislav Ivanovic (que não é irmão de Ana Ivanovic) resolveu cometer uma sandice, passou da linha que divide o campo, entrou na área e conseguiu cavar um pênalti (de fato, cometido). Frank Lampard, desta vez, não decepcionou seus adeptos e decidiu o jogo.

Burnley 1 x 1 Arsenal. O treinador do Burnley, Owen Coyle, preferiu não repetir a atitude de Mick McCarthy e apostou nos titulares contra o Arsenal. E deu certo! Mas os Clarets não arrancaram o empate apenas em virtude da coragem de Coyle. O time é, de fato, muito competente no Turf Moor: foram 18 pontos em 27 possíveis. Além de deixar a vitória escapar por um gol de Graham Alexander (um lateral escocês de 38 anos) e provar que não vai brigar pelo título apesar de a matemática insistir, o Arsenal ainda perdeu Fàbregas, autor do gol londrino, por lesão - que, felizmente, não parece séria.

Liverpool 2 x 1 Wigan. Rafa Benítez provavelmente não dormiu durante a madrugada de quarta-feira. Ele decidia se desistiria ou não de seu louvado e imprescindível 4-2-3-1, que, sem Xabi Alonso, afundou o Liverpool na lama nesta temporada. Surpreendentemente, ele abandonou por um jogo o seu esquema de cabeceira, recuou Gerrard e impulsionou a vitória do Liverpool sobre o Wigan por 2 a 1. O sistema com Steven entre os meias e os zagueiros adversários estava mais conhecido do que Pelé em Georgetown. N'Gog, acredite, e Fernando Torres, que entrou no segundo tempo, fizeram o mundo se lembrar que os Reds às vezes conseguem ganhar jogos.

Tottenham 3 x 0 Manchester City. Na noite seguinte à da insônia de Benítez, Sylvinho certamente passou pelo mesmo problema. Aaron Lennon, titular de Capello, não deixou o brasileiro respirar. Kranjcar, com dois gols, também mandou muito bem. Para não perder o costume, Jermain Defoe arrumou mais uma finalização clínica e chegou a seu 13º gol no campeonato, alinhando-se a Drogba na tabela de artilheiros. E o Manchester City? Os Sky Blues estiveram completamente apagados, especialmente no segundo tempo. O pálido Robinho é a figura emblemática, e o esquema de Mark Hughes, com um pobre marcador (Nigel de Jong) e Barry em péssima fase, prova que não se sustenta defensivamente.

Imagem: Flickr

3 comentários:

Rafael Gomes disse...

Karaca, Blog show de bola! Mto manero!
Na minha opinião o Chelsea leva o caneco esse ano, tem mto mais times q os outros.

Amanhã vou postar no meu Blog a entrevista q eu fiz com o Rafael Oliveira, passa lá e comenta!

http://www.opinafutblog.blogspot.com/

Abraço!

Alessandro disse...

Excepcional rodada essa do meio de semana.. O Villa me impressiona cada vez mais, Milner está jogando muito bem, e ainda acredito no Sunderland mesmo sem o bom Catermole.
Agora o City com aquele técnico só vai brigar mesmo pela Liga Europa.
Esse ano vai dar nós!
Go Go Blues!

Daniel Leite disse...

Valeu, Rafael. O Chelsea é favorito, sim, mas terá problemas em janeiro com a perda de seus jogadores africanos. Se Ferguson não arrancar da cartola uma sequência fantástica nos próximos jogos, a tendência é que os Blues faturem o primeiro título no campeonato após quatro anos.

De fato, o Mark Hughes não tem feito um bom trabalho, Alessandro. Mas quem acompanha futebol inglês sabe que ele foi muito bem no Blackburn e ainda pode dar certo, mesmo que seja em outro clube. Assim, acredito que o Manchester City já pode planejar o futuro com novo comando técnico.

Abraços!