Após confiar a capitania ao recém-contratado Geremi e perder o rumo na gestão do elenco, Big Sam foi o primeiro a conhecer a fúria de Mike Ashley
O Newcastle, recém-promovido, é o 11° colocado na Premier League. Goleou o Aston Villa e o ferrenho rival Sunderland, venceu o Arsenal no Emirates, empatou com o Chelsea. Teve, é claro, resultados decepcionantes, como a goleada em Bolton e as derrotas caseiras para Stoke e Blackburn. Os 19 pontos em 16 jogos não são, entretanto, uma tragédia. Não para quem interpretaria a conquista de um posto na metade superior da tabela como uma temporada absolutamente bem sucedida.
O cenário, mesmo associado à ótima postura dos Magpies na segunda divisão em 2009-10, não foi suficiente para segurar o ímpeto e a tendência à instabilidade do proprietário Mike Ashley. A mesma figura que demitiu Sam Allardyce após meia temporada de trabalho escolheu mandar Hughton embora. O treinador irlandês, antes de assumir o cargo em maio de 2009, já havia participado efetivamente de tempos difíceis no Newcastle. Ele treinou o time em três partidas, no intervalo entre a saída de Kevin Keegan e a chegada de Joe Kinnear, há dois anos.
Aliás, o último treinador a conduzir o Newcastle a uma boa fase havia sido Keegan, que ficou no St. James' Park entre janeiro e setembro de 2008. Sucessor de Allardyce, Keegan mudou os Magpies quando passou a ser mais agressivo, utilizando três atacantes: Owen, um pouco mais recuado, Martins e Viduka. Assim, ele salvou o clube do rebaixamento em 2007-08. No início da temporada seguinte, Kevin entrou em rota de colisão com diretores do clube, alegando que não recebia o suporte financeiro necessário para que assegurasse uma boa campanha.
Keegan, demitido, tinha razão. Joe Kinnear, que precisou pedir licença por conta de um problema cardíaco, e Alan Shearer sucumbiram com o Newcastle, rebaixado ao Championship. Daí, Chris Hughton voltou, efetivamente, ao comando em St. James' Park. Em um ano e meio, reconduziu o clube à Premier League e venceu quase 60% dos jogos (38 vitórias, 11 empates e 15 derrotas), um recorde na história dos Magpies.
A trajetória em 2010-11 não merece elogios ou esculhambações. Hughton oferecia ao Newcaste exatamente o que se imaginava: agressividade para atingir o aproveitamento que manteria a equipe fora da zona de rebaixamento. Mais ou menos o que havia feito Keegan em 2008. Hughton gosta do esquema com double pivot, especialmente com o ótimo Carroll à disposição. Ameobi e Lovenkrands não são exatamente bons parceiros, mas contribuem para manter o padrão. Kevin Nolan, sempre chegando perigosamente à área do oponente, e seus sete gols na liga são absolutamente fundamentais. O capitão Nolan, por sinal, perdeu uma serie de partidas em novembro, justamente as da sequência negativa que culminou na demissão de Hughton.
Nos últimos seis jogos, o Newcastle acumulou cinco pontos, mais do que o Everton, tanto quanto o Chelsea. A campanha recente é, sim, muito fraca. Mas numa temporada de ups e downs, não se pode crucificar, por meia dúzia de partidas, um treinador que fazia um bom trabalho de reconstrução. Ou alguém contesta vorazmente David Moyes, há oito anos em Goodison Park? Mike Ashley, o proprietário fanfarrão, pode ser punido por, mais uma vez, não perceber até onde seu presunçoso chapéu pode chegar. E demitir um treinador antes de uma sequência de seis jogos em 26 dias.
Imagem: Team Talk
A trajetória em 2010-11 não merece elogios ou esculhambações. Hughton oferecia ao Newcaste exatamente o que se imaginava: agressividade para atingir o aproveitamento que manteria a equipe fora da zona de rebaixamento. Mais ou menos o que havia feito Keegan em 2008. Hughton gosta do esquema com double pivot, especialmente com o ótimo Carroll à disposição. Ameobi e Lovenkrands não são exatamente bons parceiros, mas contribuem para manter o padrão. Kevin Nolan, sempre chegando perigosamente à área do oponente, e seus sete gols na liga são absolutamente fundamentais. O capitão Nolan, por sinal, perdeu uma serie de partidas em novembro, justamente as da sequência negativa que culminou na demissão de Hughton.
Nos últimos seis jogos, o Newcastle acumulou cinco pontos, mais do que o Everton, tanto quanto o Chelsea. A campanha recente é, sim, muito fraca. Mas numa temporada de ups e downs, não se pode crucificar, por meia dúzia de partidas, um treinador que fazia um bom trabalho de reconstrução. Ou alguém contesta vorazmente David Moyes, há oito anos em Goodison Park? Mike Ashley, o proprietário fanfarrão, pode ser punido por, mais uma vez, não perceber até onde seu presunçoso chapéu pode chegar. E demitir um treinador antes de uma sequência de seis jogos em 26 dias.
Imagem: Team Talk
3 comentários:
Quem perde com isso somos nos torcedores, gosto muito do Newcastle e ver ela cair novamente é triste.
Daniel ja tem especulaçoes de quem ira assumir ???
Há, sim, Dantas. Alan Pardew deve assumir. Pardew fez um trabalho interessante no West Ham, mas, justamente quando recebeu Tévez e Mascherano, perdeu o rumo. O Newcastle é uma ótima oportunidade de retorno à elite para ele. Mas seguir com Hughton seria uma opção muito mais segura para o clube.
Com certeza Hughton merecia ficar, com alguns pequenos ajuste na proxima janela o time se garantiria bem na elite e poderia biliscar algo mais.
Espero que Pardew faça o time jogar bem, e de preferencia ter regularidade.
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