16 de fevereiro de 2011

Crítica: Arsenal 2 x 1 Barcelona


Jogadores comemoram com Arshavin o gol que decretou a virada dos Gunners sobre o Barça

*Texto publicado também no QuatroTiempos

Com o estigma de "amarelar" nos momentos decisivos, o Arsenal deu um importante passo para reverter essa incômoda situação na tarde desta quarta-feira, derrotando, de virada, o todo-poderoso Barcelona. David Villa abriu o placar para os catalães, no entanto, contando uma "ajudinha" do técnico Josep Guardiola, os norte-londrinos aproveitaram os espaços deixados pelo Barça e viraram o marcador com os tentos de Robin van Persie e Andrei Arshavin, garantindo assim, um emocionante confronto no Camp Nou, palco da partida de volta, no dia 08 de março. O gol marcado fora de casa dá ao Barcelona a vantagem de poder vencer pelo placar mínimo - 1 a 0 - ou por dois ou mais tentos de diferença.

Contando com apenas um desfalque - Bacary Sagna, substituído por Emmanuel Eboué - entre os titulares e com o importante retorno do francês Samir Nasri, o Arsenal começou melhor e logo de cara teve uma boa chance van Persie, bem defendida por Victor Valdes. Pouco a pouco, o Barcelona começou a reter a posse de bola e trocar passes até encontrar um espaço na defesa anfitriã, fazendo com que os Gunners provassem do próprio veneno e ficassem limitados apenas a contra-ataques puxados pelo veloz Walcott.

Em uma dessas brechas, Villa lançou Messi, que ficou cara-a-cara com Szczesny; porém, o argentino acabou desperdiçando um gol que ele raramente costuma errar. A retaguarda inglesa seguiu marcando em linha e desta vez, Messi lançou Villa - Gael Clichy provou ser um mal marcador ao vacilar e dar condição ao espanhol - e o camisa 7 catalão não titubeou, abrindo o marcador. Trata-se da 60ª participação direta do meia argentino nos 113 gols do Barcelona na temporada, sendo que destes, La Pulga marcou 40 vezes e deu a assistência para 20. O gol abalou os Gunners, que até o fim do primeiro tempo continuavam só ameaçando através dos contra-ataques. Os ingleses, aliás, tiveram sorte: Song recebeu cartão amarelo muito cedo e fez tantas faltas que poderia ter sido expulso ainda nos 45 minutos iniciais.

Na segunda etapa, o Arsenal voltou melhor e já conseguia chegar ao ataque sem depender dos rápidos contra-golpes. O Barça seguia controlando a posse de bola, esperando a hora certa para dar o "xeque-mate". Entretanto, Guardiola, não tão preocupado em matar o confronto, tirou o atacante Villa e promoveu a entrada do volante Keita. O tiro saiu pela culatra, já que a alteração, em tese defensiva, facilitou a vida dos donos da casa, porque sem uma referência no ataque, os blaugranas passaram a não pressionar a saída de bola e não foram capazes de manter a posse da pelota no campo adversário. Arsène Wenger notou essa mudança de postura e tratou de colocar o time para frente, tirando Song e colocando Arshavin, além da troca de Walcott por Bendtner.

Com o dinamarquês em campo, van Persie foi deslocado para atuar pelos flancos e por lá, marcou o gol de empate, aproveitando um belo lançamento de Clichy e finalizando quase sem ângulo. Este que é o 12º tento do holandês em suas últimas 10 partidas. Em êxtase, a torcida que lotou o Emirates Stadium foi à loucura cinco minutos depois. Fàbregas deu um belíssimo - mais um - lançamento para Nasri avançar em uma verdadeira avenida pela direita. O francês chegou bem perto da linha de fundo e rolou para Arshavin, com uma frieza assustadora, marcar o gol da emocionante virada. Ao Barcelona, restou lamentar as diversas chances de gol perdidas por Messi, num atípico dia em que não conseguiu ser eficaz nas finalizações.

Ficha do jogo:

ARSENAL: Szczesny; Eboué, Djourou, Koscielny, Clichy; Song (Arshavin), Wilshere, Fàbregas; Walcott (Bendtner), Nasri e van Persie

BARCELONA: Valdes; Dani Alves, Piqué, Abidal, Maxwell; Xavi, Busquets, Iniesta (Adriano); Pedro, Messi e Villa (Keita).

ÁRBITRO: Nicola Rizzoli, da Itália

CARTÕES AMARELOS: Arsenal - Nasri, Song e van Persie; Barcelona - Piqué e Iniesta

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