2 de setembro de 2011

Arsenal não aprende com rival Manchester United e caminha para um fracasso ainda maior



Nas últimas temporadas, o roteiro do Arsenal foi o mesmo. Brilhantismo no primeiro semestre e queda na reta final. Contusões, derrota em jogos decisivos e, consequentemente, um ano que acaba sem títulos.

Pois bem. Para 2011/2012, a situação (acreditem) é muito pior. As contratações foram modestas e os dois melhores jogadores do time foram embora. Fabregas foi parar no Barcelona, enquanto Nasri reforça o rival Manchester City (mais um reforço para o Blues, que já contrataram Clichy e nos últimos anos haviam trazido Toure e Adebayor).

Chegaram jovens (de novo) como Jenkison, Chamberlain e Gervinho. Destes, só o último está pronto a atuar, mas não tem potencial para carregar um time grande nas costas. Após a goleada humilhante para o Manchester United, chegaram cinco jogadores de última hora.

Foram contratados Mertesacker, Arteta, André Santos, Benayoun e Park Chu-Yuong . Bons jogadores, mas que não resolverão os problemas dos Gunners. Os três primeiros serão titulares, mas não são top de linha nas posições onde jogam. Benayoun é do mesmo nível dos que estão lá, enquanto o coreano é uma aposta. Uma boa passagem na França não diz nada, já que até Chamakh foi bem por lá.

O elenco das últimas temporadas pode ser dividido em alguns níveis. Apenas três jogadores são de ponta: Wilshere, Vermaelen e Van Persie, sendo que os últimos dois se machucam muito. Walcott e Diaby poderiam chegar a esse nível um dia, mas atuando pouco, fica complicado. Outros são medianos, e deviam apenas fazer parte do grupo. Nessa linha se enquadram Djourou (sei que ele era péssimo, mas melhorou), Koscielny, Sagna, Song, Ramsey, Arshavin e Bendtner.

Jovens que podem ser trabalhados para ter bom futuro são lançados ao fogo, como o bom goleiro Szczesny e o lateral-esquerdo Gibbs. Por fim, há os que não reúnem condições para atuar nos Gunners, como Squillaci, Chamakh e Rosicky (este pela idade).

Enquanto isso, os rivais se reforçam mais e mais. O rival e tricampeão inglês Manchester United, além de contratar bem, faz um trabalho com jovens que deveria servir de lição para os Gunners.

No United, ninguém é posto na fogueira. Os jovens são emprestados e voltam com bagagem para poder atuar com regularidade no time principal. Assim está sendo com o volante Cleverley e o atacante Welbeck, que estão fazendo um grande início de temporada. Os que não estão prontos, como Macheda, seguem encostados.

As contratações, no primeiro ano, também alternam jogos entre os 11 e períodos no banco de reservas. Anderson, Valencia, Berbatov são exemplos, assim como os recém-chegados Smalling e Jones. Chicharito Hernandez, espetacular no primeiro ano, foi exceção e virou titular absoluto no final da última temporada.

Além deste processo de renovação, o time tem de ter jogadores experientes a jogos importantes e que resolvem o problema. Vidic, Ferdinand, Evra, Nani e Rooney são os exemplos do Manchester 2011/2012. O português é também um exemplo a parte. Comprado quando jovem, alternou a titularidade com o banco de reservas e, mesmo agora quando parece estar no auge, não é o principal nome do time.

No Arsenal, isso não é feito. Na preliminar da Champions League, a equipe passou sufoco com a Udinese, um time bem arrumado, mas que não é nada mais que uma equipe média da Itália. Na fase de grupos, uma chave com Olympique de Marselha e Borussia Dormtund deve reservar dificuldades, o que não deveria acontecer.

Pior do que isso,deve ser ficar entre quinto e sexto do Campeonato Inglês. Quem sabe não seja esse o choque de realidade para Arsene Wenger a diretoria percebam que um time de grandeza mundial não pode viver de apostas. 

Por: Henrique Munhos (@HenriqueMunhos)

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