A vitória do Everton sobre o Manchester City por 2 a 1 no último sábado ratificou o bom momento vivido pelos Toffees em 2011. A equipe de Liverpool vem se recuperando do péssimo início de campeonato, quando chegou a flertar por um bom tempo com a zona de rebaixamento, e no momento se encontra na sétima posição. Porém, tal recuperação não seria necessária se o clube tivesse aprendido a lição do ano passado.
Tudo o que os Toffees fizeram nessa temporada foi repetir o que fizeram na época passada. Na temporada 2009/10, o Everton também começou o campeonato de maneira lamentável; porém, se recuperou com maestria, chegando a perder apenas 2 das 19 partidas em 2010. Na atual campanha, após um começo igualmente fraco, a arrancada no segundo turno também está sendo excelente: desde a derrota para o Arsenal no começo de fevereiro, o conjunto de David Moyes já venceu 7 dos últimos 12 jogos e conquistou 24 dos 36 pontos disputados. O que deveria ser motivo para comemoração, no entanto, só deixa um gosto amargo.
Vendo o Tottenham fazendo força para não se classificar para a Liga Europa e o Liverpool, que iniciou sua recuperação antes do seu maior rival, perto de roubar a vaga dos Spurs, a sensação que fica é que o Everton também poderia estar brigando por uma vaga na competição se não tivesse tropeçado tanto, principalmente em 2010. A 5 pontos dos londrinos, é quase impossível pensar que os Toffees conseguirão a milagrosa classificação. Para piorar, essa será a segunda temporada consecutiva em que o clube terminará a Premier League fora da zona de classificações para competições continentais. Algo muito ruim para quem precisa de melhorias nas receitas – a condição financeira do clube, embora não seja necessariamente ruim, também não é das melhores.
Como consolo, fica a curiosa maneira como o Everton conseguiu se recuperar. David Moyes conseguiu fazer seu time engrenar justamente quando se viu sem suas principais peças. Com Pienaar se transferindo para o Tottenham, Fellaini, Cahill e Arteta se machucando quase que simultaneamente e Saha sofrendo com as costumeiras lesões, o treinador conseguiu manter a qualidade do time mesmo tendo o seu setor mais forte bem desfigurado. Houve vezes em que o banco de sua equipe era formado por jovens jogadores que mal haviam jogado uma partida oficial. Por sorte, os substitutos, sobretudo um fantástico Osman, conseguiram dar conta do recado. Só não foi possível mesmo praticar o milagre de colocar o conjunto na zona de classificação para torneios europeus.
Sem muito dinheiro para se reforçar, é bem capaz que o elenco do Everton seja praticamente o mesmo para a próxima temporada. Caberá a todos manter um alto nível de concentração e aplicação para que o apagão do primeiro turno não se torne uma coisa rotineira pelos lados de Goodison Park.
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