28 de fevereiro de 2010

Força mental


A trajetória parcial de Wayne Rooney em 2009-10 já foi bastante descrita por aí: saída de Cristiano Ronaldo, responsabilidade de liderar o Manchester United, vertiginoso aumento da média de gols, partidas decididas por suas jogadas e finalizações. Nesse sentido, o cabeceio certeiro que assegurou a Copa da Liga para os Red Devils é apenas mais um fato natural em uma temporada fantástica. A importância de Rooney reside em cada minúcia de um jogo. No de hoje, a vitória por 2 a 1 sobre o Aston Villa na decisão da Carling Cup, o Shrek foi incialmente poupado. Com a lesão de Owen (que, por sinal, fez ótimo jogo sob a vista de Capello), ele entrou precocemente, provocou um frisson em Wembley e, no momento oportuno, liquidou a fatura.

Rooney parece estar um tanto à frente de seu tempo, do curso de 2009-10. O atacante chegou à expressiva marca de 28 gols por todas as competições. Na Premier League, foram 23. Mais do que a real possibilidade de associção a Denis Law, Ruud van Nistelrooy e Cristiano Ronaldo na lista dos maiores artilheiros do United em uma só temporada, o desempenho recente do Shrek abre espaço a outros pontos de análise. Desde quando percebeu a autossuficiência ofensiva do camisa 10, Alex Ferguson escala seu time preferencialmente no 4-1-4-1 (hoje, ele escolheu o 4-4-2). Por vezes isolado, Rooney precisa assumir diversas funções, sem deixar de estar pronto para finalizar.

Assim, chegamos a um dado espantoso, com a ajuda de @optajoe. Até a temporada passada, Rooney havia marcado quatro vezes de cabeça pelo Manchester United. Em 2009-10, já são nove gols através de cabeceios. Antes de agosto, ele marcava 3,6% dos gols dessa forma. Agora, mesmo com o abrupto crescimento de sua média, este índice sobe para incríveis 33%. O Shrek não era exatamente um grande cabeceador. Agora, deve estar entre os cinco melhores do globo. Outro ponto interessante são os graus de dificuldade a partir dos quais nascem esses gols: pelo alto, Rooney tem marcado de várias maneiras. Um excelente exemplo de como é possível aprimorar aspectos essenciais a um jogo em vez de simplesmente acomodar-se. Por isso, o que batizaria de "força craniana" pode muito bem ser interpretado como força mental.

Nesta segunda (01/03), você confere no podcast um debate sobre tudo o que aconteceu no fim de semana do futebol inglês.

Foto: Metro

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