9 de março de 2010

A evolução que impulsiona o Arsenal

Arsène Wenger já mira o horizonte de modo mais concreto

Esqueça os três gols de Bendtner. O atrapalhado centroavanete dinamarquês chegou facilmente ao hat-trick porque este lhe foi oferecido - e ele, desrespeitando seus princípios, aceitou. As reais grandes figuras de Arsenal 5 x 0 Porto, partida que levou os Gunners às quartas-de-final da Liga dos Campeões, foram Arshavin, Song, Diaby e Nasri. Quero falar sobre os três últimos, que, de certa forma, justificam a mais conhecida política de Arsène Wenger. Contratar jovens faz sentido apenas se houver acompanhamento, evolução e, especialmente, manutenção. O africano e os franceses se enquadram nesses aspectos.

Alexandre Song Billong é sobrinho do capitão camaronês, o desastroso Rigobert Song. Foi revelado pelo francês Bastia e, após um período de experiência, chegou a Londres definitivamente em 2006. Era um volante tímido, nada imponente e cometia muitos erros na saída de bola. Desde a temporada passada, porém, o jogador de 22 anos evoluiu vertiginosamente. Hoje, Alex é titular do Arsenal, o homem que atua à frente da zaga, controla os primeiros passes e desarma os adversários. Song não mais irrita os torcedores e é tão seguro quanto era Gilberto Silva nos tempos de Highbury.

Vassiriki "Abou" Diaby também foi contratado em 2006. Ex-jogador do Auxerre, o francês não é exatamente um primor técnico. No entanto, progrediu muito de alguns anos para cá. É um jogador esguio, que aprendeu a acertar mais passes. Ainda que não seja titular absoluto, Diaby é muito importante. Em 84 jogos pelo Arsenal, marcou 12 gols. Um número razoável para um meio-campista essencialmente combativo. E também revelador de uma característica fundamental: Abou é dinâmico, participa de muitas jogadas e tem ótimo traquejo no jogo aéreo.

A maior evolução, entretanto, é a de Samir Nasri. Mas o Petit Zizou também já foi tachado de uma das mais decepcionantes contratações de Wenger. Assim como Song e Diaby, o franco-argelino não parecia confiante quando chegou ao Emirates, em 2008. Melhorou justamente quando teve de assumir grandes responsabilidades. Usualmente escalado nas pontas do ataque, Nasri já consegue responder muito bem à necessidade de exercer a função de Fàbregas.

Hoje, contra o Porto, ele ratificou o ensaio do último domingo, quando executou uma assistência fantástica para o gol do espanhol. Nas ausências de Ramsey e Fàbregas, a antiga joia do Olympique de Marselha foi o principal organizador do Arsenal, marcou um belíssimo gol e, seguindo a tendência de suas últimas e ótimas atuações, conduziu o grande triunfo. Do time e das conviccões de Wenger. Mesmo que os Gunners tenham problemas - alguns deles, fortuitos - e não sejam favoritos em níveis nacional e continental.

Imagem: Daily Mail

2 comentários:

O autor disse...

Parabéns pelo texto. Sensacional!

E será que Bendtner vai ser titular da Dinamarca na Copa? John Dahl Tomasson já está confirmado? A Dinamarca vem jogando só com umatacante, então...

O Arsenal destroçou o Porto, que desde 2004 n~çao consegue montar um time, no mínimo, competitivo. Arshavin é muito, muito, muito craque! Que jogadassa!

Abraços

Daniel Leite disse...

Valeu, cara.

Ainda que Tomasson seja convocado, parece-me que Bendtner será a primeira opção.

Gostava do Porto-2008/09, mas a equipe perdeu Lisandro, Cissokho e Lucho. A queda fica evidente quando observamos a tabela da SuperLiga.

Abraço.