O Liverpool passou por apuros recentemente. Depois de praticamente concretizar a transferência de Luis Suarez e se ver com possibilidade de ter um grande ataque, com o uruguaio jogando ao lado de Fernando Torres, o espanhol requisitou sua transferência para o Chelsea. A custa de muito dinheiro, El Niño atingiu seu objetivo e fará uma dupla letal com Drogba. Sorte que os Reds conseguiram substitui-lo ao contratar Andy Carroll também por uma quantia absurda. No final das contas, todos ficaram felizes.
Porém, mais do que felizes, ficaram com ataques destruidores, provavelmente os dois melhores da Inglaterra – o do Manchester United, embora fortalecido pela ótima fase de Berbatov, está enfraquecido pela titubeante de Rooney. Os jogadores de ambas as duplas são conhecidas pelo excelente poder de finalização e alto número de gols marcados. E se Drogba e Torres já estabeleceram seus nomes no futebol atual, Carroll, a maior promessa do ataque do English Team, e Suarez, uma máquina de fazer gols na Holanda, estão muito próximo disso, só precisando provar suas forças num clube grande – ou seja, chegou a hora.
O curioso é notar que, enquanto o novo ataque traz muita esperança e um sentimento ainda maior de renovação ao Liverpool, o do Chelsea, a princípio, causa um leve incômodo na cabeça de Carlo Ancelotti. Kenny Dalglish tem em mãos uma excelente dupla de ataque, muito jovem, goleadora e não precisa fazer grandes ajustes para coloca-los na equipe. Pelo contrário: tendo os novos contratados ocupando duas vagas lá na frente, pode montar um excelente meio campo, tendo os úteis Meireles e Kuyt e Gerrard acompanhando o português no meio ou deslocado para uma das pontas – uma ótima ideia para deixar o emergente Lucas entre os titulares e colocar o eternamente apagado Maxi Rodriguez no banco.
Enquanto isso, Ancelotti provavelmente terá de fazer algumas mexidas tortuosas. Para acomodar Torres entre os titulares, poderá continuar usando seu 4-3-3 ou então começar a usar um 4-4-2. A primeira opção sacrificará alguém – provavelmente o espanhol, típico finalizador centralizado, deslocado para a ponta direita. A segunda opção, a fim de aproveitar melhor o seu potencial, assim como o de Drogba, parece mais interessante. Porém, o meio deverá ser escalado na forma de um losango, o que poderá centralizar excessivamente o jogo na zona central – uma má ideia devido às más performances de Lampard e à necessidade de ter bons laterais quando o clube não possui tais atletas para o lado direito.
Além disso, há a antiga questão: a forma física de Torres. Ela, obviamente, pode prejudicar a passagem do espanhol pelo Chelsea – como atrapalhou completamente sua participação na última Copa do Mundo. Se recuperar seu ritmo e parar de viver de lampejos que mostram que o velho El Niño está voltando, provavelmente poderá ter muito sucesso pelos Blues.
Porém, mesmo em seus tempos de muitas contusões, o espanhol conseguiu deixar sua marca constantemente. Logo, talvez não seja bom negócio cogitar seu fracasso no Chelsea caso não se veja livre do departamento médico. Tampouco usar isso de pretexto para prever qual das duas duplas será mais bem sucedida – algo que só teremos ideia quando entrarem em campo. O jeito, então, é esperar e se segurar na promessa de ver muitos gols – essa sim uma aposta extremamente válida e que não deverá falhar.
Imagem: Daylife
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