5 de janeiro de 2011

Roleta inglesa

Roy Hodgson, do Liverpool: dos ameaçados, o mais encrencado

A 22ª rodada da Premier League aproximou o Manchester United de uma caminhada tranquila para o título. Mas o grande impacto dos jogos de hoje pode acontecer sobre as estatísticas do desemprego no Reino Unido. Teriam sido as últimas falhas de Carlo Ancelotti, Roy Hodgson, Gerard Houllier e Avram Grant em seus atuais vínculos?

Demitir o italiano seria, apesar da péssima forma, uma atitude intempestiva - ainda que bem natural para Roman Abramovich. Sim, Scolari caiu com o Chelsea na quarta posição, com razoáveis 49 pontos em 25 jogos, a sete do líder. Ancelotti está em quinto, com péssimos 35 pontos em 21 partidas, a nove do Manchester United. Carletto, entretanto, é campeão inglês e, claramente, tem o apoio do elenco. Por ora, é preciso reparar os efeitos da demissão do assistente Ray Wilkins e agir fortemente no mercado para corrigir o antigo problema da defesa rasa. A questão é mesmo histórica: em 2007, José Mourinho chegou a montar a retaguarda com Geremi, Essien, Paulo Ferreira e Ashley Cole.

Hodgson tem problemas ainda mais sérios no Liverpool, não vem de título e tampouco tem 10 dos pontos de Ancelotti. Roy venceu apenas um dos últimos 28 jogos fora de casa pela Premier League. O triunfo contra o Bolton é a exceção à regra. Entre um Fulham mais preocupado com a Liga Europa e um Liverpool em crise, ele não atribuiu consistência a seus conjuntos. Em Craven Cottage, era aceitável - até admirável, por conta da nobre causa paralela. Em Anfield, não é. A pesada derrota para o fraco Blackburn de Steve Kean não deve ser perdoada. Os Reds precisam, sim, de vários reparos em janeiro. Mas não precisavam estar na 12ª posição, quatro pontos acima da zona de rebaixamento. Se sobreviver agora, Hodgson certamente terá de vencer, pela FA Cup, o Manchester United em Old Trafford.

A situação de Houllier no Aston Villa é um tanto diferente. A presença na zona do rebaixamento assusta, mas pode ainda não apontar para um trabalho desastroso. O elenco pobre, associado a uma incrível sequência de lesões (sobretudo entre os meias centrais), dificultou o desenvolvimento do time. Está claro que este Villa, sem O'Neill, Barry, Milner e um finalizador decente, não poderia lutar por competições europeias. A derrota para o Sunderland mesmo com um conjunto mais próximo do ideal viabiliza a eventual demissão do treinador francês. Mas não há dúvida de que a possível dispensa pode ser tachada de prematura.

No West Ham, é necessário compreender o que é excepcional: o nono posto conquistado com Zola em 2008-09 ou as péssimas campanhas seguintes? O plantel também é fraco, e Grant não poderia ir além da corrida contra o rebaixamento. A goleada para um Newcastle sem Carroll realmente é condenável. No entanto, à exceção do desastre de St. James' Park, o time se comportou bem após o ultimato da cúpula a Grant. Os oito pontos conquistados nos quatro jogos anteriores aproximam os Hammers da saída da zona de rebaixamento. Parece ser hora de dar um crédito ao agora cauteloso israelense.

Imagem: Telegraph

6 comentários:

Unknown disse...

Excelente post!
É um mistério oq aconteceu no Chelsea depois da demissão do Ray Wilkins... Ancelotti tá com a corda no pescoço mas nao acho que ele vai embora agora... Acho que vao ter um pouco mais de paciencia... Agora o time precisa de reforços.
Hodson pra mim ta numa pior, pq o Benitez ainda ta desempregado e poderia voltar...
Aguardaremos o desenrolar da Premier league!
otimo post
abraço

Eduardo Jr - Blog Europa Football disse...

A questão é a seguinte: demitir seu treinador - seja Ancelotti, Hoodgson, Houllier ou Grant - e trazer quem? Benítez? Martin O'Neil? Ressucitar o Eriksson? Não há tantos nomes assim

Daniel Leite disse...

Agradeço a gentileza, Kel!

Eduardo, até pelo fator mencionado, ninguém tem o direito de demitir à moda Mike Ashley, que precisou recorrer a Alan Pardew. Mas uma suposta escassez de opções (que, neste caso, não é tão grave) não pode impedir a interrupção de um trabalho sem perspectiva.

Abraços.

Dantas disse...

Ancelotti é do tipo de treinador que trabalha bem quando tem um grande elenco, nao é daqueles que tiram leite de pedra.
Acho que Houllier pode dar certo se tiverem um pouco de calma.
Hodgson nao começou bem depois começou a se acertar e depois caiu novamente, a dependencia de Gerrard e Torres é nitida, acho que falta um pouco de elenco nos Reds, um lateral esquerdo, dois meias e um atacante seria uma boa, Aquilani só volta ao fim da temporada né ???
No caso dos Hammers acho que Grant merece umas contrataçoes bem objetivas para poder trabalhar, se acontecer acho que se salva com tranquilidade.

Valeu, ate mas.

Daniel Leite disse...

Honestamente, Dantas, Aquilani não deve voltar.

Abraço.

Dantas disse...

Mas ele esta bem na Juve, acho que se conseguir uma sequencia pode encaixar, na verdade acho que Aquilani quando esta bem cabe em qualquer time, na sua melhor temporada na Roma lembro de grandes atuaçoes na UCL.
A nao ser que nao consigam segura-lo, o que deve acontecer, ja que só encontrou seu bom futebol quando voltou para a Italia.