10 de janeiro de 2011

Hodgson out

Após sucesso no Fulham, Roy Hodgson deixa Liverpool em baixa

O futebol pode mesmo ser cruel. Até uns meses atrás, Roy Hodgson era considerado o treinador do ano na Inglaterra, após duas ótimas temporadas no Fulham que resultaram numa final da Liga Europa, improvável dada a limitação da equipe. Meses depois, é demitido do Liverpool e sai pela porta dos fundos. Demissão que, aliás, não chegou a ser injusta.

O treinador sempre reclamou da herança maldita que havia herdado de Rafa Benitez. Porém, a válida reclamação aos poucos foi se tornando apenas uma desculpa esfarrapada para o insucesso atual dos Reds: ao mesmo tempo em que se batia na tecla de que o cenário deixado pelo espanhol atrapalhava seu trabalho, o inglês falhou ao tentar reconstruir o elenco. Contratou mal – Konchesky e Poulsen se tornaram verdadeiras piadas em Anfield - e deixou o clube sem conseguir montar uma equipe ideal, fazendo com que, de certa forma, fosse parecido com o dos últimos tempos de Benitez, já que o time era altamente dependente de Gerrard e Torres. Para a sua infelicidade, a fase dos dois é cada vez mais decadente.

Sem um bom time, Hodgson tinha de ao menos contar com o apoio da torcida. E talvez isso tenha sido um dos fatores mais influentes para sua saída. De início, a maior parte da torcida entendeu, aceitou e concordou com o discurso de que Benitez não havia deixado um bom legado – embora isso já tenha feito parte dos fãs do espanhol torcer o nariz. Porém, foi extremamente infeliz ao reclamar dos seus próprios torcedores, criticando a falta de apoio dos mesmos. Foi aí que ele cavou sua própria sepultura: se já não tinha a simpatia da maioria dos torcedores e o controle da situação, foi ali que se perdeu de vez.

O saldo deixado pelo inglês não é nada positivo, já que falhou na transição da era Benitez e não cumpriu a tarefa de reformular a equipe. Para piorar, sua demissão acaba atrapalhando uma reformulação ainda nessa temporada: as contratações que deveriam ocorrer nessa época não devem mais acontecer pela abrupta mudança de planos. Aliás, se se pode reclamar da “herança Benitez”, marcada pela contratação de jogadores não mais que medianos, também se pode reclamar da “herança Hodgson”: um time sem confiança, sem os esperados reforços significativos e tendo como símbolo o já citado Konchesky – um jogador bom para equipes medianas como o Fulham, mas totalmente fora de cogitação para uma equipe normalmente formada por medalhões como o Liverpool.

O futuro dos Reds, agora, é ainda mais incerto. Kenny Dalglish foi a melhor opção para o cargo de técnico interino. O momento é crítico em Anfield, e o próximo treinador deveria ter toda a tranquilidade possível para trabalhar e superar essa crise momentânea, mesmo que isso resulte em resultados negativos nos primeiros jogos. Tendo isso em vista, nada melhor do que uma pessoa que possui todo o apoio e carinho dos torcedores como Dalglish. Porém, a aposta é arriscada, já que o mesmo não treina uma equipe há mais de dez anos, estando “enferrujado” na profissão. E embora erros sejam perdoados no começo de sua trajetória, eles devem ser ao máximo evitados. O lembrete? O Liverpool está a apenas quatro pontos da zona de rebaixamento na Premier League.

Imagem: The Guardian

5 comentários:

Dantas disse...

Seria a maior tragedia dos ultimos tempos, Reds reabixados.
A primeira coisa que acho que devem fazer é vender, dar um belo corte nos que nao sao bem vindos, e depois contratar bem e de forma objetiva, um bom lateral esquerdo, pelo menos um bom zagueiro central e bom volante de marcaçao que saiba sair jogando e mas um bom atacante pra suprir as faltas.
O Liverpool perdeu Mascherano, Xabi Alonso e Sissoko em um curto espaço e nao chegou ninguem no nivel destes, o que mas fez falta acredito que tenha cido o espanhol, Aquilani chegou mas nao conseguiu mostrar o mesmo futebol que apresentou na Roma.
Força Reds.

You'll never walk alone.

Abs, tudo de bom.

Leandrus disse...

Dantas, creio que o Liverpool deva se focar exatamente nessas posições. Para isso, será fundamental acertar a mão na hora de escolher o treinador que reformulará o elenco na próxima temporada (já que será muito dificil contratar jogadores a essa altura da temporada, quanto mais mandá-los embora).

Quanto às perdas no meio, deixar Xabi Alonso partir sem substitui-lo adequadamente foi fatal. Benitez queria Barry para o lugar do espanhol, mas não conseguiu e se perdeu a partir daí. Diante disso, a partida de Mascherano, também se a devida reposição, foi apenas a cereja do bolo.

Ateh!

Dantas disse...

Me refersque a memoria, pq os Reds negociaram Riise, me lembro que ele fez um gol contra em um jogo importante que foi um de seus ultimos, o que acontecia na epoca, problema financeiro, má fase do jogador, o que era ? Pq desde que chegou em Roma é titular e joga muito bem.

Leandrus disse...

Riise já era reserva no Liverpool, ofuscado pela boa fase de Fábio Aurélio: era a época em que o lateral-esquerdo pintava como uma das únicas boas opções para a posição na seleção de Dunga. Então, Benitez preferiu liberá-lo para a Roma.

Não foi uma boa decisão. Após a saída do norueguês, Aurélio voltou a se machucar constantemente, e Benitez se viu apenas com o pífio Dossena (contratado para o lugar de Riise) e o jovem Insua.

Dantas disse...

Confiar em F. Aurelio nao é uma boa, bom jogaodor mas sempre teve problemas com lesoes.