A 30ª rodada da Premier League ficou marcada pela continuidade do processo de ressurreição do Chelsea, a folga de cinco pontos conquistada pelo líder Manchester United em cima do Arsenal e pela série de resultados que deixou quatro times a um ponto da zona de rebaixamento. Abaixo, os comentários de cada jogo; aqui, a tabela de classificação:
Tottenham 0 x 0 West Ham – Modric, um dos melhores organizadores que atuam na Inglaterra e o melhor do jogo, tentou de tudo para levar os Spurs à vitória. Porém, isso não foi suficiente: os anfitriões, mesmo melhores no jogo, quando não pararam três vezes na trave ou em ótimas defesas de Green, esbarraram nas partidas apagadas de seus jogadores, sobretudo na atuação horrorosa de Defoe. Porém, é necessário citar os méritos dos Hammers: adotando uma postura cautelosa, saíram bem para o jogo quando puderam e criaram bons contra-ataques numa partida em que Noble apareceu mais do que Parker e Hitzlsperger. Colocando mais a bola no chão e tendo um ataque mais vigoroso após a chegada de Demba Ba, o combinado de Avram Grant, agora em 17º, prova cada vez mais que deve se livrar do rebaixamento.
West Brom 2 x 2 Arsenal (Reid, Odemwingie; Arshavin, Van Persie) – Está claro que o West Brom de Roy Hodgson perdeu um pouco da fluidez da era Di Matteo para ganhar em solidez defensiva. Foi apostando na cautela e nos contra-ataques que abriram 2 a 0, com um gol em cada tempo. Porém, os Baggies não seguraram o bombardeio do Arsenal, que, embora não tenha feito boa partida no geral, quase virou o jogo na base da pressão. Os visitantes, a cinco pontos do Manchester United, se veem cada vez mais longe da liderança e cada vez mais com problemas na defesa: a lambança de Almunia e Squillaci no gol de Odemwingie foi patética. Já os anfitriões, em 16º, estão invictos com Rodgson (1 vitória e 3 empates), mas precisam vencer mais vezes – a briga pelo rebaixamento está cruel nessa temporada.
Manchester United 1 x 0 Bolton (Berbatov) – É incrível como a sorte sorri para o Manchester United. Depois de Evans ser expulso na metade do segundo após uma entrada criminosa em Holden (que teve de sair machucado), os mancunianos, mesmo tendo de fazer uma série de adaptações por estar com um a menos (Carrick, por exemplo, virou zagueiro), chegaram ao gol salvador. Aos 43 do segundo tempo, Berbatov marcou após Jaaskelainen soltar uma bola nos seus pés. Bom para a equipe de Ferguson, líderes e cinco pontos a frente do Arsenal, ruim para o Bolton, que, jogando de forma valente, merecia o empate; sem ele, continuam no 7º posto.
Aston Villa 0 x 1 Wolverhampton (Jarvis) – Um resultado merecido para os Wolves, que foram melhores durante boa parte do jogo e ainda tiveram dois gols anulados, enquanto o Aston Villa não se encontrou em campo. De certa forma, esse fato vem sendo comum na era Houllier, e isso é perceptível na reação dos fãs, que vaiaram e protestaram muito contra o francês ao fim do resultado. Enquanto é difícil prever a permanência do ex-técnico dos Reds no Villa – 14ª colocado -, Mick McCarthy dá amostras de que pode novamente levar seu limitado time a mais uma temporada na Premier League: nos últimos quatro jogos, foram duas vitórias e dois empates que tiraram o clube da lanterna e o levaram à 18ª posição.
Blackburn 2 x 2 Blackpool (Samba, Hoillett; Adam (2)) – O gol de Hoillett nos acréscimos pode ter parecido um castigo para o Blackpool, mas a verdade é que o Blackburn mereceu o empate, após ter ido para o intervalo perdendo por 2 a 0. Os números não mentem: o time da casa teve 58% da posse de bola e chutou, no total, 24 vezes ao gol, contra 8 chutes dos visitantes. Porém, a situação de ambos é desesperadora: as duas equipes só venceram uma vez no ano e estão a um ponto da zona de rebaixamento; devido aos critérios de desempate, os Rovers estão em 13ª, e os Tangerines, em 15ª.
Stoke 4 x 0 Newcastle (Walters, Pennant, Higginbotham, Fuller) – Montando uma defesa forte, capitaneada pelo veterano Sol Campbell e apostando num esquema 3-5-2, Alan Pardew pensou que estava preparado para enfrentar o Stoke. O resultado final mostrou o contrário: com um setor defensivo muito fraco e cometendo uma série de erros, os Magpies não ofereceram resistência aos Potters, que brilharam principalmente por ter um Pennant inspirado e endiabrado. Os vencedores, aliás, na 10ª posição no campeonato, dão cada vez mais pinta de que permanecerão na Premier League. O Newcastle, somente uma posição atrás mas com uma vitória em dez jogos, começa a se preocupar quanto a isso.
Wigan 2 x 1 Birmingham (Cleverley, Figueroa; Ridgewell) – Alex McLeish, treinador do Birmingham, pagou caro pelo seu conservadorismo. A sua equipe passou boa parte do segundo tempo esperando o tempo passar para conseguir um ponto fora de casa, e foi merecidamente castigada no último minuto por um Wigan que conseguiu ser superior, principalmente quando adotou postura mais ofensiva ao se lançar ao ataque na etapa final. Enquanto os Blues se veem em condições difíceis, na 19ª posição, os Latics resistem ao rebaixamento, mesmo sendo o último colocado e o time mais fraco da Premier League.
Everton 2 x 1 Fulham (Coleman, Saha; Dempsey) – Mesmo sem fazer um grande jogo, o Everton fez o suficiente para abrir 2 a 0 no início do segundo tempo. Só então o Fulham, influenciado pela entrada do atacante Zamora, acordou para a partida; porém, isso não foi suficiente na peleja que Mark Hughes classificou como a pior dos londrinos nas últimas semanas. Agora na 8ª posição, os Toffees começarão a se perguntar novamente porque largam mal tem todas as temporadas para reagir apenas no final. Já os Cottagers, em 12º e a 3 pontos da zona de rebaixamento, não devem se abater: o momento do clube no campeonato é bom – o problema foi ter feito um 1º turno muito ruim.
Sunderland 0 x 2 Liverpool (Kuyt, Suarez) – Um erro da arbitragem foi fundamental para mudar o rumo da partida: uma falta para o Liverpool fora da área foi convertida em pênalti após o bandeirinha convencer o juiz de que a infração havia sido cometida dentro da área. Até então, o Sunderland sufocava o adversário o tempo todo, principalmente com os velozes Gyan e Welbeck, enquanto o Liverpool estava restrito a contra-ataques puxados por Suarez. Após o primeiro gol, os visitantes cresceram e chegaram ao segundo gol através de Suarez, que foi o melhor do jogo e compensou a má exibição de Andy Carroll, jogando pela primeira vez ao seu lado. Com o resultado, os Reds continuam em 6º, com 45 pontos. Já os Black Cats continuam em queda livre: em 9ª, com 38 pontos, não vencem há dois meses.
Chelsea 2 x 0 Manchester City (David Luiz, Ramires) – Após atacar bastante nos 10 primeiros minutos, parecia que Roberto Mancini havia deixado sua mentalidade excessivamente defensiva de lado. Mas ficou por aí, com o conservadorismo retornando no resto da partida. Apostando em um esquema mais leve, com Drogba no banco e Malouda e Kalou ao lado de Torres, o Chelsea se aproveitou disso para tomar as rédeas da situação e conquistar uma merecida vitória. Os Blues, em 3º e a 9 pontos do Manchester United, se esforçam para derrubar o blogueiro – embora ele ainda ache que a briga do clube é pela Champions League. Já os Citizens – que sentiram a falta de Tevez -, em 4º, com um jogo a mais 4 pontos a frente do Tottenham, se esforçam para não terminar o campeonato entre os quatro primeiros.
Imagem: BBC
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