Liverpool e Manchester City precisam conquistar um título: um, por ser muito tradicional para passar tanto tempo sem uma conquista; o outro, por precisar justificar os investimentos feitos nas últimas temporadas. Porém, talvez as equipes ainda não tenham entendido que a Liga Europa é uma grande oportunidade para alcançar a meta. Ambos tiveram atuações abaixo do esperado e perderam no primeiro jogo das oitavas de final. Pior: não conseguiram nem marcar o tão útil gol fora de casa. Os Citizens podem pagar o pato por isso: terão de marcar duas vezes para levar o jogo pelo menos para a prorrogação na semana que vem.
Braga 1 x 0 Liverpool (Alan) – Segundo Kenny Dalglish, os Reds tiveram sorte de ter perdido por apenas 1 a 0 após um péssimo primeiro tempo e o pênalti que originou o único gol da partida foi bem marcado. O escocês foi perfeito em suas considerações: o desempenho de seu time foi pobre de dar pena e só não sofreram mais gols porque o máximo que os portugueses conseguiram, embora tenham dominado por completo o primeiro tempo, foi colocar uma bola na trave de Pepe Reina. Antes disso, Kyrgiakos já havia cometido a penalidade num momento em que os ingleses já eram totalmente ineficazes em campo – assim como em toda a partida.
Muito disso se deveu à escalação do técnico: Joe Cole, Spearing e Poulsen se juntaram a Lucas e Meireles no meio campo, enquanto Kuyt voltou a jogar como único atacante. As opções foram trágicas: Cole novamente mal conseguiu ser sombra do que foi no Chelsea; Spearing continua sendo uma má aposta; e Poulsen continua sem mostrar a que veio. Com isso, o time não conseguia marcar e tampouco subia ao ataque, alimentando ainda mais a hipótese de que o time parece estar na competição a passeio. A entrada de Carroll no segundo tempo melhorou a equipe, mas foi suficiente apenas para que o atacante recebesse uma cotovelada não punida.
Porém, não culpemos tanto Dalglish pela escalação. É verdade que às vezes ele parece fazer do mesmo torneio um laboratório. Porém, ele não podia contar com Gerrard, suspenso, e Suarez, que já jogou a competição pelo Ajax. Com isso, ele é obrigado a recorrer a jogadores que não conseguem render, como Rodriguez, Jovanovic, Ngog ou o eternamente fora de forma Joe Cole. De certa forma, a Liga Europa não tem servido de experiências para o Liverpool; tem servido para apontar as fraquezas da equipe e suas necessidades na próxima janela de transferências.
Dinamo Kiev 2 x 0 Manchester City (Shevchenko, Gusev) – A volta de Balotelli para o segundo tempo representou a atuação dos Citizens hoje. Aparentemente por causa de uma alergia, o italiano, quase cambaleando, voltou atrasado para a etapa final e entrou em campo já com a bola rolando. Dentro das quatro linhas, continuou apático até ser substituído.
A equipe de Roberto Mancini jogou em condições parecidas: apática, preguiçosa e sem conseguir dominar a partida, mesmo com um elenco superior. Isso deu brechas para erros fatais cometidos pela defesa que acabaram resultando em gols – o técnico chegou a descrever os dois tentos como estúpidos, tão indignado esteve com os erros de seus defensores. Mais do que isso, mostrou que Shevchenko pode ter deixado os gramados do centro europeu, mas continua em grande forma: o ucraniano foi um dos melhores em campo e marcou o primeiro gol.
Mancini não escalou exatamente o seu time titular, mas entrou com uma formação muito próxima dele, logo não há muitas desculpas para uma performance tão ruim. Nem mesmo a entrada de Tevez no segundo tempo serviu para animar as coisas. Ainda mais quando se joga ao lado de um fraco Dzeko que, assim como o debilitado Balotelli, sofre para se adaptar ao clube.
Imagem: BBC
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